Eu era capaz de dizer que enquanto não fosse resolvido o problema da falta de professores poderia ser criado um regime excecional e transitório de um ligeiro aumento do número de alunos por turma e de uma ligeira redução da carga curricular dos alunos.
Considero mesmo que a chamada “escola a tempo inteiro” deve de forma transitória acabar, enquanto não houver os recursos suficientes para esta medida.
Mas isto é uma opinião de quem acha que é quase impossível resolver o problema da falta de professores de um dia para o outro, ou na pior das hipóteses, dentro dos próximos 5 ou 6 anos.
Governo admite mais medidas para recrutar professores, “se forem necessárias”
A falta de professores vai acentuar-se já em 2026 e Portugal pode chegar ao final da década com 24 mil professores em falta, indica o estudo EDULOG, divulgado esta terça-feira. Governo espera pela “avaliação” das medidas que já foram aprovadas no verão.

O ministro da Presidência admite que o Governo pode vir a adotar novas medidas, para além das que já aprovou no verão, para recrutar professores para as escolas públicas. Depende apenas da avaliação e dos efeitos do que já foi aprovado.
Na sequência do estudo da EDULOG, divulgado esta terça-feira pela Renascença, e que alerta que, se não forem tomadas medidas urgentes, em 2031 vão faltar professores praticamente a todas as disciplinas, António Leitão Amaro referiu o conjunto de medidas que já foram aprovadas e que garantiu que o Governo vai “avaliando” os seus efeitos.
Em resposta a perguntas dos jornalistas no final do Conselho de Ministros desta terça-feira, Leitão Amaro diz que o Governo irá “adotar” novas medidas consoante for decorrendo essa avaliação, isto “se forem necessárias”.
O ministro admite mesmo que “nem todas” as medidas que foram aprovadas no verão para o recrutamento de professores “resultarão tão bem” como o Governo esperava e que “outras poderão resultar melhor”. A questão agora é esperar pelos efeitos e o Governo vai “avaliando ao longo destes anos”.
Uma declaração do ministro da Presidência que indica que eventuais novas medidas não serão tomadas de imediato. Leitão Amaro considera, ainda assim, que o diagnóstico da EDULOG “está muito em linha” com as posições do Governo.
A falta de pressa do executivo em avançar já com mais medidas contrasta com a posição de David Justino, membro do conselho consultivo do EDULOG, que admite à Renascença que o Governo já tomou algumas medidas, mas “apenas atenuam um bocadinho o problema”, sem o resolver.

23 comentários
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aumentar alunos por turma?
fantástico … já agora dar aulas em anfiteatros de 200
devias meter os pés numa sala de aula em 2024
É só MENTES BRILHANTES!!!
TRISTEZA DE OPINIÃO..! MAIS ALUNOS POR TURMA????!!!!!!!Mais um alienado
Os jovens querem salários de 4 mil euros (já agora, eu também – ou mais, já que tenho um longo percurso). Portugal, entre os países da UE, está na linha da frente, entre os que têm um custo de vida menos simpático para os nativos. Por isso é que emigram e por isso é que não vão para professores. Efetivamente, Portugal, com a sua política de baixos salários vs custo de vida, não vai lá. O governo pode fazer o pino.
Não tenho pena nenhuma. O país só tem o que merece . Um país madrasto para os seus profs.
Nem merece os que ainda tem. Ainda deviam ser menos!
Paga lhes mal, congela lhes anos de ordenados, desloca os, afasta os das respetivas famílias durante décadas, criva os de burocracia, grelhas e grelhinhas, relatórios da treta, etc etc.
De que é que estavam à espera?
Os paizinhos que ensinem as crias, já que de educação e pedagogia percebem eles.
Ou em alternativa, coloquem robôs.
Bato-te palmas… E não mudo uma vírgula!
Concordo plenamente!
Curiosas as ideias do autor do texto. Para resolver o problema da falta de professores é necessário aumentar o nº de alunos por turma propõe o autor. Desconhece o mesmo que isso já foi feito e que temos turmas de 28 e mais de 30 alunos em muitas escolas básicas e secundárias? Desconhece que o ratio pedagogicamente aceitável será de 20 alunos por turma? Desconhece ainda que há turmas com alunos NEE e que têm por lei (mas nunca respeitada pelas direções escolares nem pela DGESTE) um rácio de até 20 alunos por 1 aluno NEE ou de até 15 alunos por 2 ou mais alunos NEE? Depois, fala de suspender, temporariamente, a tal “escola a tempo inteiro”. Bem, que os alunos passam muito tempo na escola é verdade, agora se é para aprender ou para matar o tempo entre furos… muito foi feito neste sentido, até com as infames aulas de substituição por docentes que nem eram do grupo do colega que faltava e exigindo-se a este que deixasse planos de aula e materiais para serem ministrados aos alunos (como se um professor lhe apetecesse faltar ou adivinhasse sequer que ia ficar doente e ter de faltar). SE quer suspender temporariamente a tal “escola a tempo inteiro” (que não existe na prática), então suspenda também a democracia (talvez como uma certa senhora propôs por 6 meses). Na verdade, se quisermos resolver os problemas da Educação/Ensino e quisermos formar de forma credível e isenta de parcimónias ideológicas as próximas gerações, teremos todos de investir de forma sensata e não simplesmente atirar dinheiro no modelo que se adeque mais às necessidade típicas de Portugal e não simplesmente em adotar o modelo finlandês, chileno ou japonês. Parem de brincar às experiências na Educação/Ensino e comecem a trabalhar de forma séria.
Boa critica.
Eu tenho turmas dessas. 29 alunos, 1 com necessidades especiais, 6 estrangeiros, e 5 com RTP. E depois… Mais outras 5 turmas parecidas. Viva o super prof.!
Que tal atribuir uma turma aos diretores? Não lhes fazia mal, até aprendiam alguma da realidade da suas escola.
Isto é conversa pra barulho… Sabemos bem que um Diretor não tem mãos a medir!
Não é! Se os diretores tivessem turmas saberiam a realidade e não continuariam a dar um enorme contributo para afugentar professores!
As medidas são simples, abrir mais cursos/vagas nos grupos e zonas carenciadas e aumentar a atractividade da profissão. O resto é treta para diminuir a qualidade da educação.
Com amigos assim para quê inimigos.
Interessante essa colocação, então está querendo que Portugal se iguale ao Brasil no quesito educação, dei aulas nas escolas do estado de São Paulo por muitos anos, e seu muito bem o que vou explicar agora, no Brasil também há falta de professores, as classes tem até 40 alunos , e sinceramente é muito difícil conseguir manter 40 alunos atentos às aulas, por isso que a educação é absurdamente deficiente lá, façam por aqui o mesmo e vai acontecer o mesmo que acontece no Brasil, ou seja , a educação vai pelo ralo abaixo…, é preciso que o governo torne essa profissão muito mais atrativa, que qualifique quem quer trabalhar de outra forma, pq muitos tem licenciatura, mestrado, etc .. mas não tem jeito para ensinar, ser professor é ter amor ao que se faz, também é um dom, sei disso pq sou professora há 40 anos minha vida foi dedicada aos meus alunos, é preciso ter diplomas, sim, é preciso, mas antes de tudo é preciso força e vontade para exercer a profissão…
Só sei que, a cada dia que passa, mais me arrependo de ter escolhido ser professor, neste miserável e triste país.
Ainda há dias atrás, vimos que as turmas na Dinamarca são de 15 alunos (com 2 professores na sala) e sem os famigerados TPC…
Nem vou referir mais diferenças para não ficar deprimido…
Que tal atribuir uma turma aos diretores? Não lhes fazia mal, até aprendiam alguma da realidade da suas escola.
É a opinião de um diretor, ninguém liga nenhuma, nem o ministério, nem os professores. Porém a hipótese de atribuir aos diretores pelo menos 3 turmas talvez ajudasse a resolver uma parte do problema.
Mais alunos por turma??!!!
Só se for para todos nós cantarmos ainda mais e os resultados serem piores!
Não é com medidas desse género “do faz de conta” que se resolvem problemas. O faz de conta só fera mais problemas.
Diz quem já viveu 62 anos.
Quem querer viver no mundo ilusório do faz de conta, não conte comigo.
Tenho mais que fazer!
Mais alunos por turma, não concordo nada.
Agora, reduzir o currículo e as horas de disciplinas, e consequentemente os programas, já concordo. As crianças/ jovens continuam a passar demasiado tempo dentro de salas de aula com matérias demasiado teóricas e expositivas, muitas vezes lecionadas por uma geração que nada tem a ver com elas. Ao mesmo tempo, o horário de trabalho dos pais também deveria ser reduzido para permitir gerir a situação de ficar com os filhos. Pois, o que acontece é que os ATLs (Depósito) é que ganham à custa das famílias que não têm onde deixar os filhos e têm de trabalhar para os sustentar. O paradigma desta sociedade é que está errado. Não há tempo para a família nem para as crianças/jovens. E serão estas crianças e jovens que nos governarão ou tratarão de nós, na nossa velhice. A falta de respeito e de empatia é, hoje em dia, gritante. Será esta sociedade que desejamos?
O senhor diretor está de parabéns! Com que então aumentar o número de alunos por turma? Pois eu, tenho outras ideias:
1 – Voltar a ter um órgão colegial na direção da escola e obrigar o respetivo presidente a lecionar uma turma, como acontecia no passado. Assim, não se podem queixar de falta de tempo.
2-Acabar com todas as disciplinas criadas pelos diretores para enfeitar os Planos de Inovação.
3-Reduzir o currículo às disciplinas estruturantes e acabar com as milhentas opções nos cursos do ensino secundário. Condicionar a oferta de certas línguas estrangeiras que têm falta de professores, à existência de profesores do quadro da escola.
3-Acabar com as assessorias e coadjuvações.
4-Acabar com os grupos de Educação Especial para que os respetivos docentes voltem aos seus antigos grupos de recrutamento. Contratar técnicos especializados.
5-Acabar com a componente não letiva do horário dos professores, que está na origem de numerosas baixas.
6-Reduzir o númerpo de professores nos órgão centrais do MECI, muitos dos quais estão a frealizar tarefas burocráticas, que podem ser atribuídas a outros profissioanais.
6-Aumentar os salários e acabar com os entraves na progressão na carreira; subsidiar os professores deslocados.
7-Auditar, regularmente, o trabalho dos diretores, os principais responsáveis pela epidemia de burnout que afeta os docentes.
Quando houver ordem e disciplina nas escolas, os professores incompetentes poderem ser despedidos e os competentes recompensados, quando a profissão de professor for respeitada a começar pelo poder politico aí não devem faltar candidatos a professores, mas isso é um outro país com políticos que sabem minimamente o que andam a fazer…estamos muito longe infelizmente.
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