Assim não, senhor Primeiro Ministro

A FNE foi surpreendida negativamente, como todos os Portugueses, pela comunicação de hoje do Senhor Primeiro-Ministro.

Já sabíamos que havia sacrifícios para suportar. Já sabíamos que a dimensão das dificuldades era colossal. Já sabíamos que tínhamos de aplicar um esforço colossal para ultrapassar os problemas. Já sabíamos que os Trabalhadores em geral teriam de suportar uma pesada fatura para se encontrar caminho e solução.

O que ficámos sem saber foi o que o Governo pretende fazer em termos de desenvolvimento, crescimento e emprego.

A receita da austeridade tem limites. É que sabemos que, em muitas circunstâncias, austeridade só se traduz em mais austeridade, porque não traz condições de desenvolvimento e de crescimento, antes só o caminho mais rápido para a recessão.

Os trabalhadores portugueses só ficaram a saber hoje que recai sobre mais dificuldades de vida e menores condições de trabalho a solução preconizada pelo Governo.

A FNE exige que o Governo assuma que a justiça social e o respeito pelos portugueses só é possível com medidas que promovam o desenvolvimento e o emprego. De outro modo, o abismo é a solução a que estamos condenados.

A FNE, em nome dos Trabalhadores que representa, discorda desta estreita e única via de resposta aos problemas de deficit com que nos confrontamos e que se traduz em aumentar a precariedade e em diminuir excessivamente as condições de vida dos Portugueses.

A FNE entende que se torna urgente que o Governo assuma, para além de medidas de restrição e de austeridade, a concretização de ações concretas de promoção de emprego com crescimento económico.

Porto, 13 de Outubro de 2011

A Comissão Permanente da FNE

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