Este quadro apresenta o fluxo das candidaturas do concurso interno, sendo que na vertical podemos ver o grupo de recrutamento de provimento dos docentes e na horizontal os grupos para onde os docentes concorrerm em 2025/2026.
Como habitual, é no grupo 110 e no 910 que mais docentes pretendem sair dos seus grupos de provimento para outros grupos que também têm habilitação.
Tendo em conta que nestes dois grupos de recrutamento existem bastantes candidatos nas listas do concurso externo até poderia haver uma via verde para esta mudança de grupo, pois seria mais fácil encontrar substituição de lugar nos grupos 110 e 910 ao contrário de outros onde existe uma maior falta de candidatos.
Para analisarem melhor o quadro podem clicar na imagem para abrir em pdf.
Na manhã do dia 28 de abril, um fenómeno raro atravessou Portugal e Espanha: um apagão generalizado deixou cidades inteiras sem eletricidade. Casas, escolas, empresas e ruas mergulharam num silêncio abrupto, como se alguém tivesse desligado o mundo da tomada. De repente, os ecrãs apagaram-se, os sinais de trânsito deixaram de piscar e os telemóveis começaram a perder força… e, com eles, perdeu-se também uma certa ilusão de controlo que alimentamos todos os dias.
Curiosamente, vivi esse momento de uma forma diferente da maioria. Por opção, não tenho televisão nem internet em casa. Caminhar ao fim do dia é um hábito de sempre, e o silêncio tecnológico já faz parte da minha rotina. Ainda assim, aquele dia teve algo de especial. Não pelo que me faltou, mas pelo que ganhei.
Como professor de Educação Musical, encontrava-me a trabalhar com os meus alunos uma canção da Bárbara Tinoco — A Cidade. No refrão, repete-se: “A cidade são só luzes, a cidade são só luzes…” E, como se o universo quisesse sublinhar a ideia, as luzes apagaram-se mesmo. A reação dos alunos foi um misto de espanto e riso. A letra nunca soara tão literal. Foi um daqueles momentos em que a vida e a arte se tocam de forma surpreendente e poética.
Horas mais tarde, dirigi-me para outra aula com uma turma do 5.º ano. Na escola, sentia-se alguma confusão: como dar aulas sem computadores, projetores ou campainhas? Mas, ao entrar na sala, fui surpreendido por uma observação que levo comigo desde então. Os alunos disseram-me:
— Professor, para cantar e tocar não é preciso eletricidade!
E tinham razão! Fizemos música sem fios nem botões. Apenas com as vozes, as flautas, os corpos, a escuta e o prazer de estar ali. Foi, talvez, uma das aulas mais autênticas que já vivi.
No fim do dia, já em casa, saí para a minha habitual caminhada. A escuridão era densa, mas serena. Sem a poluição luminosa habitual, o mundo parecia outro. As ruas onde vivo, geralmente tranquilas, estavam agora cheias de vida: vizinhos à conversa, crianças a brincar, famílias inteiras na rua — como se o tempo tivesse recuado algumas décadas. E, de repente, percebi o mais espantoso: vi pirilampos. Sim, esses pequenos pontos de luz que julgava desaparecidos dançavam entre as ervas. E o céu — tão cheio de estrelas — brilhava como há muito não via.
Nesse dia, percebi que, às vezes, é preciso que tudo se desligue para que algo realmente se acenda. A ausência de eletricidade revelou-nos aquilo que tantas vezes esquecemos que está lá: a presença uns dos outros, o silêncio cheio de significado, os ritmos naturais do mundo, a beleza que não depende de cabos ou sinais.
Por isso, deixo aqui uma proposta que pode parecer ousada, mas é sincera: e se criássemos um Dia Nacional do Apagão? Um dia por semana — ou por mês — sem eletricidade, sem ecrãs, sem pressas digitais. Um dia para reconectar com o essencial: a voz humana, o céu estrelado, os sons naturais, o tempo vivido com presença. Um dia em que a cidade não seja só luzes, mas seja gente, verdade, contacto e atenção.
Porque talvez, só talvez, o que mais precisamos não é de mais energia… mas de mais tempo sem ela.
O próximo quadro apresenta os AE/ENA com 50 ou mais candidatos a querer sair dessa escola e os QZP com 100 ou mais docentes que pretendem sair dessa condição nesse QZP.
Quem tiver interesse em saber que escolas/QZP são estes basta consultarem a lista de códigos e QZP.
Na lista Provisória de ordenação ao Concurso Externo de 2025/2026 existem 36.328 candidaturas validas, sendo que 7646 são de docentes em 1.ª prioridade, 7686 em 2.ª prioridade e 20.996 em 3.ª prioridade.
Retirando as candidaturas duplicadas existem 25.492 docentes em concurso no Concurso Externo.