“A FNE acha esta prova inútil, não traz nada de novo, não traz garantias de qualidade à escolha dos professores que vão entrar na carreira”, lembrou João Dias da Silva, acrescentando que tenciona pedir uma reunião sobre esta matéria ao secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova de Almeida.
A prova está prevista desde o mandato de Maria de Lurdes Rodrigues à frente do Ministério da Educação, bem como a sua regulamentação, mas nunca chegou a ser aplicada. Recebeu sempre uma forte oposição dos sindicatos, que alegam estarem a ser testados professores já formados pelas instituições de ensino superior.
No antigo Estatuto da Carreira Docente haviam sido já incluídas exceções para dispensar professores desta prova, mas o ministro Nuno Crato afirmou, em abril, estar a estudar novamente esta questão para fazer vigorar o exame destinado a escolher “os melhores professores” para o sistema de ensino.
Crato disse então que a prova será realizada este ano civil, com influência no concurso de colocação e admitiu dispensar deste exame os professores com mais tempo de serviço.
Hoje, chegou por e-mail à redação da Lusa um manifesto de docentes contratados que se sentem injustiçados e contestam a prova.
Dizem que desvaloriza a formação dos professores, bem como as instituições formadoras e respetivos professores.
“São dispensados da prova os professores contratados que obtiveram ´BOM´ até 24 de junho de 2010 e os que obtiveram “MUITO BOM” depois de 24 de junho de 2010. Onde está a justiça?”, questionam no texto.
João Dias da Silva explicou à Lusa que estas condições são as que foram inscritas no estatuto antigo e que espera ver alargadas: “Não há outro caminho”.
A FNE está solidária com os professores que se sentem injustiçados e vai pedir uma reunião urgente ao ministério para que a questão seja “solucionada rapidamente”.
Os contratados consideram que o objetivo da prova é “afastar, de forma injusta, definitivamente do sistema de ensino, todos os professores contratados que, até lá, ainda insistam em ser professores”.
A FNE quer que a matéria seja alvo de negociação por se tratar de conteúdo com ECD e estarem em causa milhares de professores que “têm a licenciatura em ensino e a quem está a ser criada uma expetativa mentirosa de virem a entrar no sistema educativo”.
O dirigente da FNE alegou ainda que quem vai entrar em carreira no próximo ano são os professores que andam a ser contratados há 10 anos, 15 ou 20 anos no sistema e que, a haver lugares de quadro, vão ocupar essas vagas.
“Estamos fartos, desgastados e revoltados com toda esta situação”, dizem os contratados no documento a que chamam “Manifesto Contra a Prova de Ingresso na Carreira Docente”.
4 comentários
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Relativamente às avaliações de desempenho nas escolas, convém não esquecer o seguinte, existem escolas que avisam logo de início os contratados que entram depois de 31 de Agosto com horário incompleto que não dão Muito Bom e Excelente nestes casos, ah pois é!!!!! A mim já me aconteceu, gostei bastante da escola mas avisaram-me logo q não valia a pena pedir aulas assistidas porque não passavam do Bom.
Confirmo o que refere a Sofia. E é a prova que quem está na direção das Escolas faz o que lhe dá na real gana. Anos e anos sem inspeção e com teatrinhos levou a bandalheira às escolas. O incumprimento da Lei é generalizado. E gabam-se de a não cumprirem com a conversa da treta da democracia.
Prova, Avaliação, Gestão, ECD e muito mais.
Os sindicatos tiverem os professores dos seus lados por várias vezes, e sempre fizerem acordos com o Ministério de acordo com as suas conveniências e interesses pessoais.
E agora mostram-se descontentes com as opções da tutela. Hipocritas!
Vivemos num país de faz de conta.
Sempre que se mexer numa lei será para pior.
Olá José
Concordo totalmente. Vejamos no último acordo com os sindicatos,( um parto dificílimo) quais os professores que viram salvaguardadas as suas posições!
E isto sem qualquer mágoa pelos colegas que estavam posicionados do indice 245 para cima.