Número de reformados em maio é o mais baixo em três anos

Professores. Número de reformados em maio é o mais baixo em três anos

 

Presidente da Associação Nacional de Professores diz que o discurso dos professores mudou, na sequência das medidas do Governo. Já para o secretário-geral da FNE é preciso fazer muito mais para travar a saída de docentes do sistema de ensino.

É o número mensal mais baixo em quase três anos. Em maio, reformam-se 172 educadores e professores, de acordo com as listas da Caixa Geral de Aposentações, divulgadas esta terça-feira e analisadas pela Renascença.

É preciso recuar a julho de 2022 para encontrar um número inferior (158).

Desde o início de 2025, aposentam-se do ensino público 1.488 professores, menos sete do que nos primeiros cinco meses de 2024, mas, se fizermos contas ao início do ano letivo, a saída de docentes continua em alta.

Entre setembro de 2024 e maio de 2025, aposentaram-se mais de 3.160 professores, enquanto em igual período do ano letivo anterior saíram para a reforma pouco mais de 2.900 docentes.

Medidas do Governo podem estar a travar saídas

Na leitura da presidente da Associação Nacional de Professores (ANP), a quebra nas reformas agora verificada pode estar relacionada com as medidas implementadas pelo Governo.

À Renascença, Paula Carqueja admite que houve uma mudança no discurso dos professores que batem à porta da ANP, porque perguntavam quando se podiam aposentar e pediam ajuda nas contas, enquanto nesta altura querem saber quando mudam de escalão, que formação podem fazer para avançar na carreira, porque diz esta dirigente, “há essa expectativa de futuro”, uma vez que o tempo de serviço foi descongelado.

Paula Carqueja acrescenta que “a resposta financeira” para quem prolonga a carreira, também pode fazer a diferença.

De recordar, que os professores que se mantenham no exercício de funções, desde que reúnam os requisitos legais para a aposentação, têm um acréscimo de salário de 750 euros mensais.

185 professores desistiram de “meter os papéis”

A presidente da ANP revelou ainda à Renascença que, desde fevereiro, 185 professores decidiram manter-se na escola, apesar de terem as condições para se aposentarem.

Paula Carqueja assegura que “vinham com a ideia de se ir embora, mas vão manter-se na escola”, acrescentando que saíram da Associação a dizer que não iam “meter os papéis”.

A responsável assume que “este número é imenso”, admitindo que “aqui há uns tempos, se dissemos a esses 185 colegas para ficarem, acho que batiam imediatamente com a porta”.

Quebra do número de aposentados “pode ser uma mera coincidência”

Para o secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE), “chegar à conclusão de que a quebra no número de aposentados pode ser reflexo de medidas, nomeadamente aquelas que foram adotadas ao longo dos últimos meses, não me parece correto fazer essa leitura”.

À Renascença, Pedro Barreiros defende que “é preciso perceber o motivo pelo qual surge este resultado, de 172 aposentados, e acrescenta que “pode ser uma mera coincidência haver um número menor de aposentações”.

Por outro lado, Pedro Barreiros defende que “para garantir que há professores para todas as necessidades, no futuro, é preciso ir muito mais além, do que aquilo que são medidas pontuais e avulsas adotadas a cada ano”.

O secretário-geral da FNE defende que “é preciso fazer um planeamento das necessidades do sistema e tornar a carreira mais atrativa”, para garantir que quem está na profissão “queira continuar” e ao mesmo tempo consiga captar aqueles que ainda não estão na profissão.

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11 comentários

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  1. Foi encontrada a solução para a falta de professores em Portugal: escolas cheias de velhos que se arrastam por 750€!
    Pobre país!

    1. E assim se condena a Escola Pública e a renovação de pessoal.
      Depois não se queixem.

      • Anónimo on 9 de Abril de 2025 at 21:34
      • Responder

      Lembram-se daquela proposta que alguns fizeram de que a profissão de professor deveria ser considerada de desgaste rápida, pelo esforço desumano que é feito em cima dos professores?
      Esqueçam.
      Vão até aos 70 ou mais até.
      Basta pagarem 750 euros e afinal já aguentam.
      Mas, claro, isto é só para quem andou a mamar à conta durante todos estes anos. O que andaram a esforçar-se, a trabalhar para que tudo funcionasse, muitas vezes desumanamente, com sacrifício pessoal e familiar … esses não aguentam mais e saem.
      Viva a mama nacional que premeia os pulhas.

    • Maria on 9 de Abril de 2025 at 20:16
    • Responder

    Não, colegas que não pediram a aposentação porque têm anos de exame .

      • Anónimo on 9 de Abril de 2025 at 20:33
      • Responder

      Háháháhá.
      Só pode ser piada.

    • Rosinha on 9 de Abril de 2025 at 21:51
    • Responder

    Esquecem se que há muitos com idade para reforma mas precisam ainda de subir de escalão!

    1. Minha cara, quem se reforma já não muda de escalão.
      Mama é mais 750 euros e não faz nada porque tem horários de rei.

        • Maria Bastos on 11 de Abril de 2025 at 8:32
        • Responder

        Esses 185 devem ter feito carreira de atestados de longa duração, horários reduzidos e/ou sem turmas por acumulação de cargos dentro das escolas onde conseguiram ser “influencers “ da direção, entre outras mordomias de privilegiados que todos sabemos que existem em cada escola .
        Os que tiveram um número elevado de turmas com números elevados de alunos, corrigiram centenas de testes e fichas em cada período letivo das suas vidas e ainda levaram dissabores e cansaço para têpecê de fim de semana e feriados, isto tudo durante 40 anos, não estaria no seu juízo perfeito se continuasse o martírio a troco de 750 euros.
        Certamente não são estes velhos estafados que escolhem continuar na escola até caírem para o lado.

    • Doutor Fausto on 10 de Abril de 2025 at 14:07
    • Responder

    Os Professores não são carneiros! Pese embora alguns que estão nos Sindicatos o sejam!

    • Vaievolta on 11 de Abril de 2025 at 1:30
    • Responder

    Não vai faltar muito para que a idade da reforma seja alterada para mais tarde 70 anos? … E esqueçam lá aquela ideia de querer ver reconhecida a profissão docente como de desgaste psicológico rápido e permitir assim aposentação mais cedo e sem cortes. Aqueles que tiveram vidas boas nas Escolas estão a sabotar melhores condições para os outros que com menos sorte sujeitam se a agressoes psicológicas e desconsideração no geral e vão ter de suportar mais anos de suplício.

    • Maria Bastos on 11 de Abril de 2025 at 8:37
    • Responder

    Esses 185 devem ter feito carreira de atestados de longa duração, horários reduzidos e/ou sem turmas por acumulação de cargos dentro das escolas onde conseguiram ser “influencers “ da direção, entre outras mordomias de privilegiados que todos sabemos que existem em cada escola .
    Os que tiveram um número elevado de turmas com números elevados de alunos, corrigiram centenas de testes e fichas em cada período letivo das suas vidas e ainda levaram dissabores e cansaço para têpecê de fim de semana e feriados, isto tudo durante 40 anos, não estaria no seu juízo perfeito se continuasse o martírio a troco de 750 euros.
    Certamente não são estes velhos estafados que escolhem continuar na escola até caírem para o lado.

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