“A Democracia é quando eu mando em você, Ditadura é quando você manda em mim.”
Millôr Fernandes, com o seu humor cáustico e sarcástico, parece resumir muito bem o conceito de Democracia:
– “A Democracia é quando eu mando em você, Ditadura é quando você manda em mim.”
A Democracia em Portugal já tem mais de meio século, mas ainda tende a ser vista por muitos como um Valor relativo, cuja importância dependerá frequentemente de determinados interesses momentâneos e mutáveis…
A Democracia tende a ser vista, muitas vezes, como dependente de certos contextos ou de determinadas circunstâncias…
Como exemplo flagrante do anterior, bastará analisar a atitude hipócrita dos Partidos Políticos, cuja opinião sobre um determinado assunto pode mudar rapidamente, sempre em função dos respectivos interesses partidários, nomeadamente do que é percepcionado, num determinado momento, como mais ou menos vantajoso em termos de cooptação de eventuais votos…
Bastará analisar o comportamento habitual dos Partidos Políticos em campanha eleitoral para se comprovar essa hipocrisia…
A relatividade do significado do conceito de Democracia parece evidente e passados mais de 50 anos desde a sua implantação, a Democracia ainda não é um Valor absoluto, aplicável sempre, universal e independente de interesses partidários…
Previsivelmente, daqui a poucos dias lá voltarão as cerimónias públicas, mais ou menos solenes, e os incontáveis discursos de circunstância, sempre muito laudatórios e delicodoces, enaltecendo o 25 de Abril de 1974…
Um pouco por todo o lado, os cravos vermelhos serão aos molhos, muitas vezes ostentados como se isso bastasse para se ser reconhecido como um democrata, ainda que no dia 26 de Abril já se possa ter esquecido o verdadeiro significado do principal símbolo do 25 de Abril de 1974…
Por muito que se queira, um cravo vermelho não faz um democrata e um discurso bonito alusivo ao 25 de Abril também não…
No dia 26 de Abril, murcham os cravos e arrumam-se e esquecem-se os discursos…
No dia 26 de Abril, retoma-se a “normalidade” e a hipocrisia poderá recuperar o seu protagonismo…
Quantos pretensos defensores da Liberdade e supostos arautos da Democracia, que até têm por hábito ostentar cravos vermelhos na lapela, se mostram incapazes de, na prática, honrar o seu significado?
Quantas comemorações do 25 de Abril servirão apenas para aliviar algumas “consciências pesadas”?
Quantas comemorações do 25 de Abril servirão apenas para camuflar a falta de princípios éticos ou a mediocridade de algumas acções que deveriam ser, mas não são, orientadas para o serviço público ou para a salvaguarda do bem comum?
A Democracia não vive apenas de palavras… A Democracia vive, e sobrevive, sobretudo, de acções…
E essas acções não podem deixar de ser consonantes com a maior conquista do 25 de Abril de 1974:
– Usufruir do direito de poder dizer “Não”…
Esse direito adquiriu-se, mas ser capaz de dizer “Não” ainda parece algo difícil de praticar por muitos cidadãos portugueses, frequentemente remetidos ao conforto do conformismo e à (falsa) tranquilidade da resignação…
No geral, os portugueses não são dados a grandes indignações: a quietude, o silêncio e a mansidão costumam ser “o que mais ordena”…
A Democracia faz mais de 50 anos, mas para muitos ainda “parece mal” desobedecer, protestar, dizer o que se pensa ou lutar por aquilo em que se acredita…
Passados mais de 50 anos do 25 de Abril de 1974, comemoramos exactamente o quê?
Que exemplos de Democracia poderão ser dados pelas escolas portuguesas, sempre muito prenhes de comemorações e de eventos alusivos ao 25 de Abril de 1974?
Paula Dias
6 comentários
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Para os diretorzecos neo-fascistas, que se lembrem deste Hino pelos alunos
https://youtu.be/JjvciFaq65s
👏👏👏👏
Vou partilhar, se não de importa.
“ Passados mais de 50 anos do 25 de Abril de 1974, comemoramos exactamente o quê?”.
Está é a pergunta que fazem os professores.
Nas escolas NADA há a comemorar.
Vive-se um contexto bafiento e neo-fascista.
Ainda mais grave, os jovens são intoxicados por este pútrido ambiente.
Uma boa parte dos professores sofre da síndrome de Estocolmo.
Paula, e a nêspera?
Como não ficar zangado nos primeiros tempos? Tem alguma tática?
Para não perder tudo nos primeiros dias, o ideal é começar com apostas pequenas, definir um limite de perdas e focar mais em aprender do que em ganhar. A paciência é a chave. No meu caso, ajudou muito testar jogos mais simples, como o Plinko, que encontrei em plinko-jogos.com , plinko Online em Portugal é super divertido, fácil de entender e dá para ajustar o risco conforme o perfil. Ótima escolha para quem está a começar e quer evitar frustrações.