Fazer o pino e piruetas…
Há alunos a passar de ano com sete ou oito negativas, o que torna mais difícil o trabalho dos professores em sala de aula.
Os professores dizem que não desistem dos alunos e que são felizes dentro de uma sala de aula. Mas hoje, dar uma aula a uma turma «não é fácil. É tentar fazer o pino para que os alunos aprendam qualquer coisa». Este é o retrato do dia a dia numa sala de aula que a professora de Matemática do 5.º e 6.º ano (2.º ciclo) Helena Mendes desenha ao SOL.
Com alunos na mesma turma com vários graus de aprendizagem e de dificuldades, com alguns que já chumbaram de ano, torna-se «muito difícil» a ginástica que os professores têm de fazer entre dedicar o seu tempo aos alunos com menos conhecimentos e conseguir cumprir o programa da disciplina.
A dificuldade é partilhada por vários professores de diversas disciplinas e anos de escolaridade. É o caso de Rui Cardoso, professor do 4.º ano de escolaridade que diz ter uma rotina «surreal» que implica planificar todos os dias a mesma aula de «forma diferenciada». É que Rui Cardoso ensina alunos que chegaram ao 4.º ano e «não compreendem nada do que leem» numa turma que tem a dificuldade acrescida de ter alunos com necessidades educativas especiais (NEE).
São estes alunos que ocupam a maior parte do tempo dos professores na sala de aula. «Em 90 minutos de aula, mais de 30 minutos são dedicados a estes alunos», diz Helena Mendes, que frisa que ainda assim esse tempo «não é suficiente porque o grau de dificuldade dos alunos é grande».
(clicar na imagem) in Jornal I
1 comentário
só vivendo é que se entende o que é dito. Devem duplicar esta realidade /turma por 5 turma/ 6 turma = esgotamento, desgastaste, falta de paciência, cansaço.