Professores de Educação Visual e Tecnológica vão escrever uma carta aberta ao PSD
A Associação de Professores de Educação Visual e Tecnológica (APEVT) vai endereçar uma carta aberta ao PSD apelando a que este partido também se pronuncie contra o fim do par pedagógico naquela disciplina, uma medida já consagrada em decreto-lei, disse ao PÚBLICO o presidente da APEVT, José Alberto Rodrigues.
Todos os outros partidos da oposição já requereram a apreciação parlamentar daquele diploma, que consagra também o fim da Área de Projecto e limita o Estudo Acompanhado a alunos com dificuldades. O parlamento tem poderes para alterar o diploma ou mesmo para votar pela cessação da sua vigência. O CDS/PP já indicou que a sua oposição se limita à redução de dois para dos professores em sala de aula na disciplina de EVT, no 2.º ciclo. O PSD indicou que espera mais informações do Ministério da Educação para tomar posição sobre a reorganização curricular do ensino básico, que deverá entrar em vigor no próximo ano lectivo.
Esta tarde a APEVT esteve reunida cerca de três horas com o secretário de Estado da Educação, Alexandre Ventura. Segundo José Alberto Rodrigues, aquele responsável manteve-se “intransigente” quanto ao fim do par pedagógico, mas disponibilizou-se a iniciar um diálogo com a associação sobre o destino dos cerca de sete mil professores de EVT que ficarão sem aulas para dar.
Na semana passada, tanto Ventura, como a ministra Isabel Alçada, garantiram que não haverá despedimentos e que estes docentes podem ser aproveitados pelas escolas noutros projectos. Mas não responderam ao que acontecerá aos cerca de dois mil docentes desta disciplina que estão a contrato. O vínculo é anual.
A APEVT vai ponderar sobre a proposta de diálogo feita por Alexandre ventura, mas não desistirá das acções de protesto que já tem programadas. “O que se irá passar a partir do próximo ano lectivo ainda é uma incógnita”, justificou José Alberto Rodrigues, frisando também que a associação não pode aceitar “a desvalorização dos docentes” que subjaz à medida aprovada pelo Ministério da Educação.