…Entretanto, a vida na escola continua um inferno cada vez mais quente. Esta avaliação não tem ponta por onde se lhe pegue e está tudo a aquecer… Hoje tinha uma colega, com mais dois anos de serviço do que eu, desesperada porque… não conseguia pagar os seus compromissos – está congelada e o companheiro, professor num colégio do Grupo GPS, viu o seu vencimento ser reduzido em 5% e o subsídio de refeição a voar… Estava desesperada uma vez que decidiu “juntar os trapinhos” e fazer casa há uns 3 anos e agora está com dificuldades em pagar as prestações…É muito triste o estado a que chegámos. Parece que só descansam quando nos virem a todos na miséria! Cá por casa… a minha esposa, depois de anos de bastante tranquilidade, num colégio com contrato de associação, em Fátima, onde também eu já leccionei, é abalada com esta investida cega contra o privado. O colégio dela é um projecto que faz 50 anos para o próximo ano, não escolhe alunos (aliás, a zona de Fátima não é conhecida por ter alunos brilhantes…) mas tem conseguido óptimos resultados, sobretudo pela disciplina e pelo rigor que impõe. Não é tanto uma questão de professores, (não há diferenças em relação ao público) é mais uma questão de projecto e de estabilidade… exactamente o que falta nas nossas escolas, onde quem nos “desgoverna”, descarrega legislação e normativos que anula outros de há um ou dois anos, promove mega-agrupamentos ingeríveis… enfim, cria autênticos manicómios onde é difícil sobreviver. Está complicado… Há despedício no privado? Fiscalizem e penalizem quem tenham de penalizar. Agora esta de, ano a ano, negociar projectos, números de turmas, vidas de milhares de pessoas!…
Desculpa o desabafo, mas isto anda complicado. Cada vez vejo os colegas mais em baixo. Pela minha parte, na próxima sexta-feira vou às Caldas da Rainha, participar na vigília promovida pela APEDE. Há que aproveitar esta onda dos pais dos colégios e a onda de insatisfação provocada sobretudo pela ADD, cujo verdadeiro maquievelismo se começa agora a descobrir…
JP