O valor para a contagem dos 6 anos, 6 meses e 23 dias fica a milhas, muitas milhas, dos €3,2 mil milhões despendidos na TAP e até dos €165 milhões que foram gastos na Efacec
As negociações pouco ou nada têm dado. A estratégia do ME tem passado, claramente, pela divisão dos professores. Perante este impasse, só há um caminho a seguir: manter a luta e a união de todos
Os ganhos, esses, são poucos. Por isso mesmo, os protestos mantêm-se e as greves distritais, agora iniciadas, decorrerão até 12 de maio próximo, na defesa da escola pública e dos legítimos direitos dos docentes.
Estas ações terão o seu ponto alto em junho, na greve nacional do dia 6/6/2023 (simbolizando o tempo não recuperado de seis anos, seis meses e 23 dias), com manifestações no Porto e em Lisboa.
Os €150 milhões que o Governo diz que são necessários para fazer face à contagem do tempo em falta (6 anos, 6 meses, 23 dias) são migalhas face ao que foi gasto na TAP (€3,2 mil milhões) ou com o que foi injetado com a nacionalização da Efacec, e que agora quer recuperar (€165 milhões).
A Educação é um pilar fundamental para o desenvolvimento do país. É necessário, pois, tratar bem os docentes que estão no Sistema Educativo e captar, atrair, novos.
Foi o que transmitimos com a iniciativa da bandeira da FNE, que já percorreu centenas de escolas, e que deu visibilidade aos assuntos que afetam o Sistema Educativo. A ação continua nos restantes distritos de Portugal Continental e culminará, na próxima sexta-feira (21 de abril), junto à residência oficial do primeiro-ministro, a quem entregaremos novo documento reivindicativo.
O SPZC, no âmbito da FNE, continuará em convergência com as outras oito estruturas sindicais. Porque, da parte do ME, até agora, não parece haver boa-fé para o encontrar de soluções para os professores e as escolas. Apesar de reconhecer que há injustiças (que denomina de “assimetrias”), João Costa tem seguido a estratégia de dar respostas parciais e potencializadoras de novas desigualdades entre pares. O objetivo é criar clivagens entre os docentes? É pôr professores contra professores?
Perante este aparente faz de conta negocial só há uma resposta a dar: a luta e o protesto, numa união de todos os educadores e professores em torno das suas justas reivindicações.
9 comentários
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Anormal. Nem uma tabela sabes ler.
Pois é que neste pais recebemos os vencimentos por inteiro. Ninguém paga IRS, CGA, ADSE é uma maravilha.
Como alguém disse um dia ” é só fazer as contas”.
Colega, ele tem alguma razão.
Há muitos Licenciados e Mestres (Enfermeiros, Técnicos de Diagnostico, Terapeutas da Fala..etc.) a auferirem salários inferiores aos que são pagos aos docentes. É um facto
Há também Técnicos Superiores nas autarquias e em Ministérios a auferirem salários inferiores aos dos docentes.
A nível das empresas privadas há Licenciados e Mestres a receberem 800 e 900 euros. É um facto. Aliás até a designam por geração dos Mil euritos.
Neste sentido, a nível remuneratório diria que estou bem pago.
De nada interessa fazer análises comparativas do que ganha A, B, C ou D.
Poucos jovens apostam na carreira de docente.
Se as alternativas fossem pior, haveria mais interessados.
Contra factos pode haver muitas tentativas de distorção, mas são mera e apenas isso, tentativas.
Pois.
Eu que ganho líquidos 1180 euros também devo então pertencer à geração mil.
A verdade é que muitos técnicos superiores no Estado ganham líquidos mais de 2200 euros. Tenho um antigo colega que o faz.
Por isso, desculpem-me mas essa de que “há quem esteja pior” já deu frutos.
Não vou nessa. Haverá sempre quem esteja pior. E haverá sempre quem esteja muito melhor.
A questão é que nós, em vez de melhorarmos, somos sempre os mesmos a piorar e a apanhar.
E cada vez gozam mais, e com quem menos tempo de serviço tem.
Esta proposta indecente de não contar a não ser que não se tenham faltado 30 dias e tenha-se entrado antes de 30 de agosto de 2005 é um verdadeiro insulto. Um nojo!
A luta tem de continuar!!
Calma. Há de tudo, como em qualquer outra profissão. Claro que há muitos que só querem mamar mais e mais e mais. Para esses, a luta resume-se a €. E não são tão poucos como isso.
Eu acho que os professores não recebem mal, têm é despesas inerentes ao desempenho da função que a maior parte não tem.
E, convenhamos, para muitos (não todos), é uma profissão de enorme desgaste físico e mental!
Desculpe, mas para além disso ganham mesmo mal.
É só ver quanto ganham vários técnicos superiores ou, em empresas privadas, e os que estão nas mesmas condições e grau de conhecimentos.
Já nem falo nas horas extra não pagas que os professores fazem.
Sabemos que o senhor é Professor, senhor ministro. Se sabe calçar os nossos sapatos demita se !
Não mande recados paralelos.
Repor o tempo de serviço dos professores é uma questão de JUSTIÇA BÁSICA.
Vejamos, neste país há dinheiro para dar MILHENTOS subsídios a quem nada produz, há dinheiro para injetar em empresas falidas (muitos milhões), faz-se parcerias público privadas em que os privados têm lucro garantido (aos milhões), colocam-se recém licenciados como especialistas em altos cargos, gastam-se milhões em subvenções a políticos, dá-se regalias como cartão de crédito, subsídios de habitação, subsídio de deslocação, carro para deslocação, e outros desde o simples presidente de junta de freguesia até ao nosso primeiro passando por tudo quanto é diretorzinho especialmente de instituições ou empresas públicas ou apoiadas com dinheiros públicos (com a agravante de muitas vezes estas regalias serem usadas para consumo privado), perdoa-se imposta na venda de barragens (a quem interessou isto?), etc…