Este Anteprojeto é um conjunto de armadilhas, apresentado aos professores (mas principalmente à opinião pública) como a solução para a precariedade docente. Na realidade, da forma como está desenhado, não só não resolve os problemas, como até os agrava…
Então abrem 10700 vagas em 2023 e em 2024 essas vagas extinguem-se e os professores são obrigados a concorrer a todos os QZP’s?
É o que está no artigo 55º:
E se isto não bastasse…
Significa, portanto, que os candidatos que ocupem as vagas abertas este ano, são obrigados a concorrer a todo o país e, na mobilidade interna, só podem concorrer ao QZP onde vincularam.
É assim que se acaba com os professores de casa às costas?
Isto é do mais rasteiro que tenho visto… obrigar os professores a concorrer para longe de casa só tem um resultado: fazer com que mais professores saiam do ensino. Isto é estar de boa fé?
28 comentários
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AS leituras apressadas dão nisto. Vão abrir vagas e ganham direito a vinculação. Logo no primeiro concurso é preciso definir qual o novo quadro onde ficam., Ou queriam ser vinculados sem quadro
E pela vinculação dinâmica ficam logo vinculados. E podem nem estar num quadro
È preciso é dizer mal inventar um filme
Tens razão!
Ou seja, para o pessoal, o Estado tem de abrir vagas ao pé da casa onde o pessoal mora!
Uma vaga aqui onde moro, uma vaga ali onde tu moras e mais uma vaga ali para os lados donde o outro mora!
Quanto é que o governo e o partido que o apoia vos pagam para vocês virem para aqui vomitar imbecilidades? Mesmo que a realidade seja negra, há sempre um lambe-botas a querer pintá-la em tons de cor-de-rosa!
Não é isso!
A solução do estado é acabar com a educação e a Escola Pública!
Qual foi a parte que não entendeste?
Acorda que já são horas!
Vão abrir vagas … se abrirem. Tal como a possibilidade de mudar de escola todos os anos: mudam, se houver vagas abertas para tal. E quem é que abre essas vagas, quem é?
A DAGE, meu filho, a DGAE…
Já estavas a insinuar que eram os diretores, malandreco. Mas, como não sabes nada como isto é, não tens culpa…
Os Técnicos Especializado para formação continuam a ser necessidades temporárias na “nova” proposta do governo para os concursos – Repete-se a mentira para que se vá tornando verdade? Embora possa haver situações em que as necessidades são temporárias, na maior parte dos casos, não o são, pois 5, 10, 15 ou mais anos seguidos como TE para Formação, muitas vezes, na mesma escola, dizem exatamente o contrário! E depois do PREVPAP ter considerado “que as funções em causa correspondem a necessidades permanentes dos serviços ou entidades e os trabalhadores não têm vínculo jurídico adequado”. Coisas de gente boa fé?! “Consideram-se ainda necessidades temporárias as necessidades de serviço a prestar por técnicos especializados para formação nas áreas de natureza profissional, tecnológica, vocacional ou artística dos ensinos básico e secundário que não se enquadrem nos grupos de recrutamento a que se refere o Decreto-Lei n.º 27/2006, de 10 de fevereiro.” (n.º 3 do Art.º 38.º)
Os vinculados da NT dos últimos anos também tiveram de concorrer a todos os QZPs… ou pensavam que iam vincular com um horário temporário por restringir o concurso, a 10 km de casa ultrapassando os que ainda estão num QZP a 400 km de casa e que tiveram 3 contratos anuais e completos? Sobre a MI também faz sentido que fiquem após os vinculados na NT deste ano…
Pois é das poucas coisas que a proposta está bem ou então os outros colegas seriam ultrapassados tendo feito sacrifícios para ficarem num horário completo, por causa da norma travão e terem ido para longe de casa.
A conversa do sacrifício é muito linda… mas para quem é do sul, não serve de nada, pois ir buscar a vaga para depois rumar ao norte… faz com que alguém, tenha de andar a contrato, no lugar do colega que quer servir o ensino à porta da sua casa a norte. Tem vaga a sul fica lá, ou então espera a contrato a norte, até chegar a sua vez.
Felizmente ou não, as regras de concurso não são assim, caso contrário, há muitos anos que, haveria muitos lugares num ponto do país e noutro nem para contrato temporário incompleto haveria vaga nos próximos 20 anos.
Enfim, quando nos calha a nós é alertamos para as injustiças, caso contrário caladinho que nem ratos.
Concordo plenamente com os 2 últimos colegas.
Querem vincular logo têm de concorrer a nível nacional.
Quem não quiser, outros que anseiam entrar o farão. No meu tempo, definiam-se meia dúzia de vagas, a nível nacional e nós concorriamos.
Não concordo nem discordo, mas a realidade reflete outra história, ir para longe de casa arranjar vaga, ficar a lamentar-se da sua fraca sorte, depois lamentar ainda mais, porque nunca mais se chega à sua morada ou zona do país, não seria de prever?
Agora, todos se acham com mais direitos que os outros, e mais uma confusão lançada.
No fundo além de ser bom professor, aquilo que suponho que somos, interessa é o dinheiro que sobra ao final do mês. Conheço casos em ficam com mais dinheiro, estando num incompleto mais próximo de casa.
Mas, cada caso será um caso.
Sim, colega. Talvez seja melhor não vincular e continuar em horários incompletos/ completos, temporários. Pelo menos ficaremos ( em princípio), mais perto de casa. E,talvez, assim o ordenado chegue para pagar combustível,portagens, alimentação e desgaste do carro. Talvez…
Chamo ainda a atenção que os docentes que estão neste momento em QZP, em 2024 são obrigados a concorrer a todos os QA/QE do seu novo QZP. (Ponto 8 das normas transitória) Ou seja, é um CI que nos impede de concorrer às muitas vagas que supostamente vão abrir. Vão surgir muitos novos casos de casa às costas.
Após a leitura do anteprojeto, suponho que o mesmo signifique não só um agravamento da tão plebeia expressão “casa às costas”, como, também, me suscitou uma ENORME vontade de continuar como contratada. Enfim…
Davide devemos ter o cuidado de não fazer o que acusamos o ME de fazer
Este projeto está cheio de pequenos pormenores que criam varias situações distintas
As disposições transitória, que estão no artº 55º, distinguem quem vincula pela atual NT dos que vão vincular pela nova vinculação dinâmica.
Assim não são todos os vinculados em 2023 que vão ter de concorrer.
Vou transcrever os pontos relevantes:
– no que diz respeito aos que vincularem pela nova vinculação dinâmica
“Artigo 55.º
Disposição transitória
3 – Ao concurso externo de vinculação dinâmica a realizar em 2023, só podem ser opositores os docentes a que se refere o n.º 1 do artigo anterior.
4 – Aos docentes a que se refere o número anterior, aplicam-se as seguintes regras:
a) O ingresso na carreira é feito em vagas de QZP a extinguir aquando do concurso interno a realizar em 2024;
b) Para efeitos de mobilidade interna, são ordenados em 4.ª prioridade e apenas podem manifestar preferências para os AE/EnA do QZP a que ficaram vinculados;
d) No concurso interno a realizar no ano de 2024, devem manifestar preferência para todos os QZP, considerando-se que quando a candidatura não esgote a totalidade de QZP, manifestam igual preferência por todos, fazendo-se a colocação por ordem crescente do código de QZP.”
– no que diz respeito aos que vincularem pela NT (e aos atuais QZP)
“7 – A transição dos atuais QZP para os que vieram a ser definidos por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da Administração Pública, das finanças e da educação é feita por concurso, a realizar pela DGAE, nos seguintes termos:
a) São opositores ao concurso todos os docentes providos em QZP, com exceção dos docentes a que se refere o n.º 3;
b) Os candidatos manifestam preferências para todos os QZP constituídos dentro dos limites geográficos do QZP a que se encontram vinculados;
8 – No concurso interno a realizar em 2024, os docentes a que se refere a alínea a) do número anterior devem concorrer a todos os AE/EnA do QZP ao qual fiquem vinculados, considerando-se que, quando a candidatura não esgote a totalidade dos AE/EnA, manifestam igual preferência por todos os restantes AE/EnA, fazendo-se a colocação por ordem crescente do código de AE/EnA.”
Então, nem todos os que entram em 2023 pela vinculação dinâmica, têm que concorrer em 2024 a um QZP diferente do que entraram em 2023?
As pessoas têm de deixar de concorrer para longe de casa. Há muitas profissões para além do ensino.
Então pois, a profissão de lavrador é a profissão do futuro.
Cuidado com as cheias, cuidado com o granizo.
Cuidado com as secas…
A teoria da casa às costas é uma falácia e o seu enredo nada trará de bom para os QA, QZP ou Contratados( obrigatoriedade de concorrer a nível nacional é convidar os colegas a sair do ensino, nunca nenhum professor foi obrigado a isto). Estamos mesmo numa ditadura! A luta está para durar.
Estive a ler os comentários e tenho algo a dizer.
NINGUÉM deve escrever o quer que seja com base em suposições.
Passo a explicar.
Durante muitos anos concorri para todo o país.
Estive às portas da norma travão 2 vezes, mas nunca deu para mim.
Da primeira vez, ainda eram precisos os 4 contratos, no quarto ano fiquei com 21 horas.
Da segunda vez, já na altura dos 3 contratos, para evitar o que aconteceu, no terceiro ano, só pus horários completos e o último que saiu que dava para a NT foi para o colega que estava mesmo antes de mim na lista.
Portanto, não posso aceitar que haja colegas que venham aqui afirmar que só eles é que fazem sacrifícios, sendo que, e arrisco a dizer, devo ter mais tempo de serviço do que eles no sul do país.
Desde que acontecer o que descrevi, deixei de tentar vincular e tenho concorrido num raio de 50 km de casa (por estrada), e não tenho qualquer interesse em vincular.
Tem toda a razão. Há circunstâncias diversas.
Além disso, não deveriam tentar arranjar mil e uma estratégias para condicionar tudo e todos.
Há uma graduação profissional que deveria ser respeitada. Sempre a inventarem regras e regrinhas em cima do joelho/a meio do jogo. Como se tem visto era preferível manter tudo inalterado.
Também é engraçado vincular, para de seguida pedir logo mobilidade e roubar vagas a quem sempre teve maior graduação.
“Roubar” onde estudaste tu? Faz-te à vida e ajusta-te. É pena que haja tontos na educação. Anda com a casa às costas e ninguém te passa. Agora ficas aí à coca de um lugarzinho, mesmo que incompleto e vens criticar quem traçou um plano com a família e sim… para te passar à frente porque não sabes o esforço porque muitos verdadeiros professores passam. Ou não estavas 20 e tal anos a marcar passo. Inteligente, não?
Desiludido, faço das suas as minhas palavras(palavra por palavra)
Já aqui vão 27 anos a contratos temporários.
Em relação à NT a mesma situação.
Se não me engano inicialmente falava-se em ser obrigatório concorrer a 6QZP depois a 4, agora ao país todo.
Como nós há milhares. Penso seriamente continuar contratado.
Infelizmente, este anteprojeto é simples de perceber e de resumir:
Se é QZP, terá de concorrer aos AE do QZP em que vinculou (99% a sul);
Se vincular, terá de concorrer a todos os QZP (99% de vagas a sul).
Resumindo e concluindo, se comermos e calarmos, vai quase tudo ficar no sul a servir fielmente o ME, sem sequer equacionar as ajudas de custo com a deslocação para alguém que esteja disposto a ficar por lá. Não serei eu, ao fim de 50 anos e com família constituída, isso é garantido. E como eu, muitos outros.
Portanto, ou cedem em muita coisa, ou ainda se irá agravar mais a falta de professores.
Boa tarde
depois de ler tudo isto e de tudo o que se tem falado, deixem-me perguntar algo caso alguém me saiba responder:
Sou do Norte, pertenço ao Qzp 6 e estou em mobilidade no norte, apenas até aos “novos” concursos pelos vistos.. Caso eu não aceite alguma colocação em concurso interno ou externo, serei “despedido”, e isso significa que “passo” novamente a contratado? posso concorrer a ofertas de escola por exemplo? PF quem souber que responda!
Quase 20 anos de casa às costas e a depender dos meus pais para viver e agora querem que volte tudo ao mesmo? Nem pensar.
Obrigado.