Reflexão – César Israel Paulo

Os professores contratados (a termo), a escola pública e a ação sindical

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14 comentários

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    • Zaratrusta on 25 de Maio de 2013 at 23:55
    • Responder

    A prova de que o autor do texto tem toda a razão, é a ausência de comentários a este post. Se fosse um texto sobre a mobilidade especial de professores do quadro, já estaria repleto.

    Nas últimas semanas tenho repetido uma experiência. Durante o tempo que passo na sala de professores, ouço conversas, ideias, intenções; observo gestos, ações e reações. Quando, no final do dia, chego a casa, vou brincar e dar um passeio com o meu cão.

    A conclusão tem sido sempre a mesma: o meu cão é das pessoas mais inteligentes que conheço.

    • Apoiovirtual on 26 de Maio de 2013 at 2:27
    • Responder

    Olhando a factos públicos a aqueloutros mais chegados com a minha experiência pessoal, pelas várias escolas que passei, posso dizer que os professores têm o que merecem, por tudo o que se tem verificado desde 2006, no mínimo. Mas eles são em parte um reflexo do povo que somos.
    Para além da elite nacional, independentemente do sistema partidário, têm praticado uma sofisticada eugenia no país (dificultando em termos de transportes, acabando com centros clínicos e hospitais, diminuindo pensões e vencimentos, aumentando o preço dos bens de consumo, pelo menos um secretário de estado a dizer que há uma virose de grisalhos, outros a mandarem emigrar a malta jovem… Se isto não é procurar evitar confusões, por um lado, e, por outro, para que morram os velhos e mais alguém, visto dar também jeito – disparou com a crise o aumento dos suicídios… O que se chamará a isto? E assim restará uma massa moldável e controlável, por ser dócil). Por outro lado, têm também alimentado com enganos a estupidificação do país. Ora havendo menos professores a dar aulas, havendo mais alunos por turma, entre outros aspetos mais que sobejamente conhecidos, é demonstrar interesse pela cultura, também da Constituição da República, qualidade de vida, pela qualificação do nosso país e de suas gentes?
    Portanto, não é de admirar todas estas circunstâncias que se encontram a decorrer.
    Parece que a maioria dos professores no sistema são velhos e quem não é, muito provavelmente, já se encontra acomodado. Ora, será que vinculando os contratados (a termo), seja de tantos anos como acabados de ser formados, iriam também acomodar-se?…
    A quem serve toda esta agitação de estar gente contra sua gente, desestabilização e hipócritamente o termo da célula “familiar” que toda a gente se preocupa mas cujas políticas é contra a renovação do stock da massa jovem do nosso povinho?
    Há é de uma demasiada inteligência envolvida em prol de uma iniquidade moral. E não é só local, há que ver onde estamos inseridos, na Europa e no resto do planeta.
    Quem não vê isto é provável que concorde que qualquer animal seja inteligente, mormente esqueçamos que também somos animais.

    • Lúcia on 26 de Maio de 2013 at 10:41
    • Responder

    Obrigada César Paulo, contamos consigo para ser a nossa voz mais uma vez. Para defender os professores do quadro vale tudo até serem reciclados para qualquer grupo, não podemos permitir não andamos cá há dois dias.

      • tecas on 26 de Maio de 2013 at 12:00
      • Responder

      Caro César Paulo,
      vamos ser, mais uma vez, a moeda de troca. A garantia foi dada pelo ministério ao prometer que irá dar formações de seis meses aos professores do quadro para que possam transitar para outros grupos.

  1. Uma morte lenta, sem dúvida, mas para mim e para muitos já morreram há muito… Nem vale a pena expor aqui os porquês e as situações lamentáveis que aconteceram. Para eles só um comentário ” os professores têm boa memória”

    • Isabel on 26 de Maio de 2013 at 17:12
    • Responder

    O texto do César Paulo vai fundo na inércia de uma classe fragilizada, fraca porque sem sentido de união na luta! E só uma classe sem um poder simbólico de peso se permite que a tratem desta forma! Estamos divididos, anestesiados e com medo de afirmação! Falta classe à nossa classe! Também em nós reina a ausência do poder de inscrição ( na expressão do nosso querido filósofo José Gil)!…
    um comentário que pretendo moscardo…e que não deixarei de aplicar a mim mesma, também!…

    • ginbras on 26 de Maio de 2013 at 19:51
    • Responder

    todos os contratados deveriam ler esta reflexão…pra ver se abrem os olhos de uma vez por todas!

    • sandra s. on 26 de Maio de 2013 at 21:55
    • Responder

    Obrigada, César Paulo.
    Não te cales. Nós (contratados e ex contratados) estamos contigo. A nossa voz incomoda muita gente, embora os cúmplices desta desumanização façam “ouvidos moucos”. É, por isso, que também não entendo o silêncio de quem tem ou teve a “sorte” (já que é mesmo disto que se trata) de continuar a ser explorado e desrespeitado. O nosso fim está próximo e, se não houver uma verdadeira união de contratados, vamos morrer esquecidos.
    Bem haja.

    • Zaratrusta on 27 de Maio de 2013 at 8:33
    • Responder

    “A nossa voz incomoda muita gente”

    Eu diria que não incomoda absolutamente ninguém. Os contratados não podem querer ter a importância que não conseguiram conquistar. Simplesmente não existem.

    • João pestana on 27 de Maio de 2013 at 8:57
    • Responder

    Bom dia.
    Os professores são professores.
    Os professores que não pertencem ao quadro apenas estão nessa situação porque nasceram mais tarde que os que estão no quadro.
    Acho exagerado indicar que os professores do quadro não fazem nada…
    Possivelmente terão razão ao indicar que os professores que mais recebem (por serem mais velhos em termos de idade e estarem nos escalões mais elevados) não se envolvem tanto em projetos ou em atividades extra letivas (fora do seu âmbito e horas pagas efetivamente). Talvez esses professores mais velhos já o tenham feito durante anos e anos. Não se pode pretender que um indivíduo que lecciona durante 40 anos tenha a mesma disponibilidade (quer física quer mental) que um indivíduo de 30 ou 40 anos de idade e metade de serviço. Temos de ver as coisas como elas são.
    Acreditam sinceramente que quando estiverem nos 60 anos terão a mesma desenvoltura da atualidade. Façam um simples exercício. Olhem para os vossos pais ( se andarem pelos 60 anos) e pensem em os colocarem numa sala de aulas com 30 alunos.
    A questão é ainda mais complexa se pensarmos nas diferencias geracionais existentes nas nossas escolas. Um professor mais velho poderá estar a leccionar a geração dos seus bis netos… já pensaram nestes moldes?

    Assinado…
    Professor do quadro com 41 anos de idade e 20 de serviço. Já trabalhou a 350Km de casa, já fez viagens de 160km dia para ir dormir a casa…

    Cumps.

      • Maria on 27 de Maio de 2013 at 12:20
      • Responder

      Subscrevo na íntegra o seu texto, João. Não entendo, aliás, o porquê de alguns comentários que aqui leio, sobretudo quando vejo professores contratados a pedir “união” para atacar medidas que podem evitar que professores do quadro sejam despedidos. Até parece que isso lhes resolverá os problemas de precariedade e desemprego e impedirá que a tutela determine o que fazer com os seus funcionários, coisa que os professores contratados não podem considerar-se porque não pertencem ao sistema.
      Se não há lugares vagos para estacionar os carros no parque que escolheram têm que aguardar que alguém saia. Ou então procurem outro parque para estacionar, quem chegou primeiro não tem culpa nenhuma. No ensino passa-se exactamente a mesma coisa.

  2. “A garantia foi dada pelo ministério ao prometer que irá dar formações de seis meses aos professores do quadro para que possam transitar para outros grupos.”
    ESTA SITUAÇÃO, A VERIFICAR-SE, PARECE-ME CLARAMENTE INCOSTITUCIONAL. Cabe aos professores contratados, assim como às associações dos grupos disciplinares, apresentar queixa no tribunal constitucional, e até antes disso apresentar providências cautelares nos tribunais….

    • João pestana on 27 de Maio de 2013 at 11:20
    • Responder

    Bom dia.
    Depende das áreas de requalificação.
    Façamos as contas.
    Sextas das 17.30 às 22.00 e Sábados das 9.00 às 16.00 para uma pós graduação … dará qualquer coisa menos que 6 meses x 5 dias por semana.
    Digo eu…

    • educação.alijo on 27 de Maio de 2013 at 23:58
    • Responder

    Muito bem César Paulo! Tenho orgulho em ter um colega como tu. Muita lucidez, muita verdade, muita convicção, muita excelência! A escola precisa deste sangue novo! Força!

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