A falta de exigência como fonte de insucesso educativo

 

Falta de procura como fonte de insucesso educativo

“Menos exigência, maior insucesso educativo”. Esta equação foi ontem exposta por José Manuel Lacasa, um dos principais analistas de educação espanhóis, na conferência proferida ontem na Fundação Caja Rural del Sur e organizada pelo Círculo de Economia e Sociedade (CEYS). Sob o título de Origem da Desigualdade em Espanha, este especialista, diretor do Instituto F de Investigação Educativa, salientou que o sistema educativo em vigor neste país é hoje a causa do insucesso educativo de muitos dos seus cidadãos.
Nesta apresentação, Lacasa alertou que, ao contrário do que podemos pensar, a educação em Espanha é “uma das menos equitativas em Espanha”, uma vez que um filho de pais sem estudo tem cinco vezes mais hipóteses de falhar do que um menor cujos pais contam com este treino. Uma situação que, para este especialista no relatório pisa, se deve à falta de exigência nas escolas. “Não é algo que afeta apenas os alunos. Também reduz o nível de procura nos professores, inspetores e em todo o sistema em geral”, diz Lacasa, que refere que no caso da Andaluzia este declínio se torna mais grave do que noutras comunidades espanholas.
“No sistema educativo andaluz, há anos, a decisão de corresponder abaixo, um caminho que leva ao fracasso”, disse o especialista na conferência. A casa detalhou que a Andaluzia é herdeira, neste sentido, do “garfo” que ocorreu na década de 1960 na Europa. Nesses anos, a Suécia e depois a Inglaterra optaram por baixar os requisitos, enquanto a Finlândia decidiu criá-los, o que contribuiu para um bom número de estudantes obter uma licenciatura. Um modelo que tem ocupado a Coreia do Sul, um país onde, segundo Lacasa, “qualquer criança de varredor está preparada para estudar em qualquer universidade europeia”.
Para este analista, a geração mais bem preparada foi o baby boom, herdeiro do BUP e antes da implementação do Logse. A câmara insistiu que a lei educativa dos anos de Felipe González provocou uma “interrupção” na evolução dos resultados académicos do país. “Até então, espanha era o segundo país do mundo neste progresso, uma posição que perdeu”, disse Lacasa, que explicou que desde que a reforma foi implementada, a população escolar aumentou 5% aos 15 anos, mas baixou 20% que era aos 17. Criticou ainda o Lomce, “uma lei tecnicamente má”, e que – na sua opinião – perdeu “dois pontos positivos”: renovação curricular e revalidação. Lacasa enfatizou que um dos problemas do sistema educativo é a baixa exig^ncia nas Primárias. “Os alunos seguem para o ESO sem ler em compreensão”, acrescentou.

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2 comentários

    • Antonio on 9 de Fevereiro de 2020 at 16:00
    • Responder

    O nosso governo está a tornar a nossa pública no modelo Andaluz. Só não vê quem é hipócrita.

    O pior é que há colegas que são piores que o governo na adoção deste modelo.

    • RF on 11 de Fevereiro de 2020 at 18:13
    • Responder

    Felizmente que, por terras lusas, temos como Secretário de Estado João Costa, o Grande Timoneiro e Emancipador dos Estudantes Oprimidos e Entediados, e diretores iluminados, sem falar num grande número de professores flexíveis. O senhor Lacasa que fica lá por casa.

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