Grupos de Recrutamento Onde Mais Professores Qualificados Existem Para uma Reforma Curricular

Pensar numa reforma curricular e em mudanças estruturais no currículo deve ser também acompanhada de dados que permitam verificar se existem docentes qualificados em número suficiente para dar resposta a qualquer alteração que mude a carga horária das disciplinas.

Após a publicação da Reserva de Recrutamento 21 existem 10.465 candidaturas por colocar que são de 7.510 docentes. Bem sei que muitos docentes já colocados em oferta de escola e que terminaram o contrato não podem regressar à Reserva de Recrutamento e poderiam crescer estes números. Para o ano isso vai acontecer com a possibilidade do regresso à Reserva dos docentes também colocados em contratação de escola.

Mas analisemos os dados que existem actualmente, colocando de parte o grupo 100 – Educação Pré-escolar porque não é uma reforma cuticular neste nível de ensino que mudará o excesso de Educadores por colocar neste grupo.

Existem 4 grupos de recrutamento que tem ainda por colocar em contratação mais de 30% dos candidatos iniciais.

  • 260 e 620 – Educação Física
  • 410 – Filosofia
  • 510 – Física e Química

Qualquer alteração que implique um acréscimo de horas nestas disciplinas não será preocupante em termos de docentes qualificados.E aqui só temos uma disciplina ligada às Ciências Sociais.

As disciplinas de História e Geografia, no caso de terem acréscimo de horas começa a não ter docentes qualificados em número suficiente para qualquer acréscimo e a formação inicial nestas disciplinas terá de ser relançada.

 

 

 

 

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11 comentários

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    • Pedro Silva on 18 de Fevereiro de 2017 at 21:48
    • Responder

    E se houvesse um regime especial de aposentação? Havia grupos com falta de professores….

    • PROFET on 18 de Fevereiro de 2017 at 22:18
    • Responder

    Arlindo, acho que se esqueceu do grupo 530 – Educação Tecnológica, pois, se retirar todos os professores deste grupo que foram colocados noutros grupos, principalmente no 910, provavelmente, este grupo será o que tem a maior percentagem de não colocados na sua “primeira”/”real” área de ensino. Além disso, serão apenas/nem cerca de uma dezena os horários anuais que apareceram para este grupo, em todo o país, os restantes são horários temporários e creio que nem sequer apareceu qualquer horário completo para este grupo. Estes professores podem garantir uma mão de obra altamente qualificada para suprir necessidades com o eventual regresso da disciplina de Educação Tecnológica do 3º ciclo como disciplina obrigatória ou para a Área de Projeto que foi agora proposta para ser incluída nos futuros currículos.

      • Pinto on 19 de Fevereiro de 2017 at 13:48
      • Responder

      E no 240? Acontece o mesmo! Este estudo peca por erro de análise. Se tirarem os colocados nos outros grupos…do 240…só existiram 8/9 horários completos e anuais. Portanto a tabela é imprecisa.

    • António Costa on 18 de Fevereiro de 2017 at 22:25
    • Responder

    Que o número de candidatos não seja pretexto para não aumentar horas as estas disciplinas, porque muitos professores como eu continuamos ano após ano a ser colocados com horários muito pequenos. Quanto à falta de candidatos é, era, uma questão de tempo. São poucos os atrativos para seguir a profissão de professor. Virá o tempo em que terão de ser os candidatos com habilitação própria a assegurar as necessidades do sistema. A falta de candidatos será um problema transversal a todas as disciplinas num futuro próximo.

    • João on 19 de Fevereiro de 2017 at 1:08
    • Responder

    Vivemos numa sociedade cientifica, facto. Logo, a literacia e a cidadania têm que passar, também, pela Literacia Cientifica. Ora, as Ciências, como a Física, a Química e a Biologia foram reduzidas na carga horária para cerca de 15% do que eram em 2001. Pergunta ingénua, então em quanto a carga horária nestas áreas irá aumentar, para poder aumentar a cidadania dos futuros cidadãos?… Pois…

    Mudanças ao sabor de “lobbies”… Como se pode constatar, nem mudanças ditas politicas são… Quando os principais interessados, a própria Sociedade, foi ouvida?… Quando foram ouvidos os pais, os alunos… e por que não, os próprios Professores?… Pois… mais do mesmo que o neoliberalismo nos tinha habituado…

  1. 简约不简单,大气有内涵!

    • Pinheiro on 19 de Fevereiro de 2017 at 8:43
    • Responder

    O grupo de História não estará com falta de docentes, enquanto houver tantas universidades privadas a lançar licenciados já profissionalizados cá para fora. Geografia é diferente, pois não há tanta concorrência.

    • Graciosa Ferreira on 19 de Fevereiro de 2017 at 11:11
    • Responder

    Essa análise não me parece correta, porque grande parte dos colocados nos grupos de História e de Geografia estão em horários muito incompletos ou temporários. A haver acréscimo de horas nessas disciplinas não implicará mais formação inicial, mas sim completar muitos dos horários incompletos que surgem nestes grupos de recrutamento.

    • Tiago on 19 de Fevereiro de 2017 at 11:23
    • Responder

    Parece que o aumento da carga horária não será por disciplina mais provavelmente por departamentos, ciências sociais e expressões. Depois cada escola decidirá a quem atribuir as horas. E também teremos a area de projeto que provavelmente será lecionada maioritariamente por professores das expressões Artes e ET e das Ciências.

    • PL on 19 de Fevereiro de 2017 at 12:09
    • Responder

    Nas últimas décadas o ensino tem privilegiado o desenvolvimento das áreas cognitivas, esquecendo que “um currículo escolar que integra as artes e as humanidades é imprescindível à formação de bons cidadãos”, disse o cientista português António Damásio, durante a Conferência Mundial de Educação Artística.

    “A divisão é completamente injustificada”, defende Damásio. “A ciência e a matemática são muito importantes, mas a arte e as humanidades são imprescindíveis à imaginação e ao pensamento intuitivo que estão por trás do que é novo. As capacidades cognitivas não bastam.”

    Para o cientista, que diz compreender que os governos invistam na matemática e nas ciências por considerarem que isso os torna competitivos, “não devemos abdicar da educação artística só porque o tempo e os recursos são limitados”

    A imaginação é tão importante para os alunos do século XXI como os números e as letras, apesar de as artes estarem quase sempre no fim da lista de prioridades do ensino escolar público.

    In: http://www.publico.pt/sociedade/jornal//e-muito-mais-facil-ensinar-matematica–e-ciencia-do-que-artes-67080

    • anónimo on 20 de Fevereiro de 2017 at 17:08
    • Responder

    Acréscimo de horas??? É para rir! Diga antes redução de horas e ficará mais perto da verdade (Se se preferir a pós verdade é continuar a dizer “acréscimo” e pode ser que “ninguém” se dê conta).

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