A FNE aprovou em secretariado nacional uma resolução sobre vários temas mas que destaco a parte referente à revisão curricular já que é a primeira posição oficial conhecida sobre a proposta apresntada dia 26 pelo MEC.
Revisão curricular dos ensinos básico e secundário
O Secretariado Nacional analisou as orientações que o MEC acaba de anunciar sobre a revisão curricular dos ensinos básico e secundário, considerando que se deveria ter dado mais tempo, quer para a fundamentação das soluções apresentadas, quer particularmente para o envolvimento dos que vão ser chamados à sua operacionalização.
O documento agora apresentado pelo MEC continua a ser insuficiente quanto à avaliação da situação existente e quanto à fundamentação das soluções que determina.
A definição deste desenho curricular não é acompanhada das orientações relativas às metas de aprendizagem, o que nos parece uma situação de insuficiência com consequências graves ao nível da preparação do próximo ano lectivo.
O presente documento é omisso quanto ao papel da Educação para a Infância, quanto ao lugar da Educação Especial e quanto à revisão do paradigma do ensino secundário, na véspera da sua passagem a ensino obrigatório.
A FNE continua a considerar que não se pode falar em ensino experimental no 2º ciclo do ensino básico, quando este ocorre ao nível da turma, sem se permitir o desdobramento.
A FNE continua a não ver vantagens, e até antecipa dificuldades, na separação em duas da atual disciplina de Educação Visual e Tecnológica, no 2º ciclo do ensino básico.
A FNE não encontra fundamentação para que a Educação Tecnológica tenha sido retirada do desenho curricular para o 3º CEB, pois em nenhuma das propostas anteriormente apresentadas esta situação estava prevista. A não inclusão da Educação Tecnológica no 3º CEB irá comprometer o ensino tecnológico e desperdiçar a mais valia formativa de muitos docentes que se vêm desvalorizados.
A FNE considera negativo que se elimine o espaço até agora designado por Formação Cívica, o qual constituía um tempo privilegiado para a superação de situações de dificuldades de relacionamento e de cumprimento das normas escolares.
A FNE considera positivo que se altere a lógica de definição dos créditos horários para as escolas, embora registe que nesta matéria se devem preservar princípios de equidade que evitem que escolas frágeis sejam ainda mais frágeis e que escolas de contextos sociais mais favoráveis ao sucesso se vejam privilegiadas também na determinação daqueles créditos.
Mas a FNE não pode omitir uma apreciação positiva em relação à manutenção da segunda disciplina de opção na formação específica do 12º ano de escolaridade e à determinação da autonomia das escolas para definirem a dimensão dos seus tempos letivos.
A introdução de provas nacionais no final do 4º ano de escolaridade, não merecendo a discordância da FNE, constitui uma exigência de preparação cuidada quanto às condições da sua operacionalização.
7 comentários
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Como é que é agora? ainda não está nada aprovado pois não?
Estava à espera desta tomada de posição há mais tempo.
Espero que a FNE consiga que a ET passe a figurar, novamente, onde sempre esteve nas anteriores propostas.
Mas isto cabe na cabeça de alguém?!!!
O que fizeram à disciplina de Educação Tecnológica? Descartaram assim anos e anos de dedicação de mais de um milhar de professores?!!!
Ando a investir na minha carreira, na minha formação, dedicar anos e anos ao ensino e depois, sem sequer haver um aviso, alguém (que se calhar não percebe nada de ensino), dizer que simplesmente esta disciplina se apaga do currículo!!!! Desaparece!
E os mais de 500 professores efetivos de Educação Tecnológica deste país? E os cerca de 1000 contratados? São carne para canhão? Descarta-se o seu brio profissional, o seu empenho? Somos apenas uma opção?!!! E a opinião dos próprios alunos? Essa n é ouvida? Um curriculo decidido por quem não sabe o que é o ensino, só sabe que tem de meter dinheiro ao bolso. Querem lá saber se a disciplina é do interesse dos alunos, querem é manter mais alguns na rua e poupar uns trocos.
Sinceramente, quem são estes senhores que nos governam? Máquinas frias e calculistas que só pensam neles próprios e no dinheiro?
Um dia sonhei que queria ser professor, um dia, mais tarde, consegui ser professor, mas um dia, mais tarde ainda, decidiram que eu passaria a ser uma opção de professor, de uma disciplina que não sabem mais o nome… tristeza…
Peço que os colegas enviem mensagens similares para o perguntasamarcelo@tvi.pt
Este assunto tem de ser falado no espaço do Professor Marcelo Rebelo de Sousa pois estão a tentar destruir o grupo 530 e os seus profissionais dignos e competentes .
Outra proposta de pergunta que podem enviar, já sabem quantos mais mails enviarem maior a possibilidade do assunto não ser esquecido
Caro Professor Marcelo Rebelo de Sousa
Concorda que a disciplina de Educação Tecnológica seja retirada do desenho curricular para o 3º Ciclo ensino básico (7º ,8º,9 anos)passando a uma mera oferta de escola residual, em opção da escola ?
Nas propostas anteriores do Ministério da Educação apresentadas esta situação de retirar a Educação Tecnológica não estava prevista. A educação tecnológica (deriva da anterior disciplina de trabalhos manuais) sempre existiu, permite aos alunos aprender fazendo, em oficina trabalhos de mecânica, carpintaria e electricidade. .
A educação tecnológica ajuda a formar bons mecânicos , serralheiros, carpinteiros . electricistas e picheleiros sendo profissões com muita procura no mercado de trabalho.
Caso a proposta final seja definitiva, a maior parte dos atuais mais de 1600 professores efetivos e contratados de Educação Tecnológica deste país (muitos com 15 ou mais anos de serviço) serão despedidos .
Cumprimentos
Cruz
Docente grupo 530
Bons dias!
E não é só a Educação Tecnológica que vê o seu espaço reduzido. A Educação Musical terá o mesmo destino, ora vejamos: se agora os aluno chegam ao 7º ano e a Escola poderá oferecer as disciplinas de ET e EM, sob uma organização semestral, com esta nova revisão uma delas obrigatoriamente desaparece, dando lugar à TIC + 1 das anteriores.
No 9º ano, desaparecem as duas, no 7º e 8º irá dependender, muito provavelmente, de opções dos próprios Encarregados de Educação. Não sei bem como vão fazer essa escolha.
Sem minimizar os problemas da EVT e consequentemente EV/ET, que considero serem os grupos onde existirão mais problemas, admira-me muito é que ninguém fale da Educação Musical que, efectivamente, também será prejudicada…
Cumprimentos
Só espero que os sindicatos consigam atribuir a ET ao desenho curricular do 3º ciclo.
Pois , não estava prevista em nenhumas propostas apresentadas anteriormente.
Isto é uma canalhice…….
MUITO IMPORTANTE – PARA TODOS OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
Contactei a Associação Nacional de Professores de Educação Tecnológica (ANAPET) e falei com a direção, prof. Adérito Gomes, e ele disse-me que esteve reunido (hoje à tarde) com o secretário de estado da educação, e que tem garantias que o MEC não esqueceu a disciplina e que demonstrou abertura para dar instruções às escolas para que no próximo ano letivo, as ofertas de escola sejam preferencialmente nas áreas técnicas e lecionadas por professores de ET.
Ele disse-me também que o secretário de estado o convidou para fazer parte de um grupo de trabalho, que irá elaborar as diretrizes para as escolas atribuírem os docentes na disciplina de oferta de escola, consoante a sua área de formação.
Temos que nos mexer, senão a disciplina cai no esquecimento, e a curto prazo acaba definitivamente no 3.º ciclo!
Os colegas de EVT mexeram-se (e bem), e conseguiram alguma coisa!
Os colegas de TIC mexeram-se (e bem), e a disciplina aparece obrigatória no 7.º e 8.º ano!
Para finalizar, ele pediu-me para divulgar a associação pelos colegas de ET, e para todos os colegas de ET lhe enviarem e-mails (ou o contactarem) com sugestões/propostas/reivindicações.
Aqui ficam os contactos:
http://aanapet.blogspot.pt/
E-mail: direcao.anapet@gmail.com
Tlm – 919480467 (prof. Adérito Sá Gomes – direção da ANAPET)
Temos que nos unir, pois a união faz a força!
Cumprimentos.
Dário Baptista
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