Milhares de alunos continuam sem professores no Algarve – TSF
Ficam colocados no Algarve em escolas a centenas de quilómetros de casa e arranjar alojamento é a maior dor de cabeça. “Quando chegamos em setembro, não há casas no Algarve porque são todas alugadas ao turismo”, diz Andreia Loureiro. Esta professora de informática é de Aveiro e está colocada em Faro.
Além de não haver habitação, muitos senhorios avisam que só alugam a casa se o professor a deixar no final de maio ou junho, com a intenção de a alugar por um preço mais elevado nos meses de verão.” Para onde é que vamos, para o parque de campismo?”, questiona esta professora. Além da escassez de habitação, o preço de um arrendamento é exorbitante para quem ganha cerca 1100 euros mensais.” Chegam a pedir 750 euros por um T0″. Por isso, esta docente optou por alugar um quarto.
Estes constrangimentos levam a que haja horários por preencher em diversas escolas e no Algarve estão milhares de alunos sem aulas.
Ana Ribeiro, professora de português, é de Fátima e está também colocada num estabelecimento de ensino em Faro.
Há vários anos que anda de escola em escola com a família atrás. “Tenho uma filha e cada vez que mudo de escola ela vem comigo”. Esta professora concorre a horários temporários e já aconteceu mudar de escola três vezes num ano. Ela e a filha.
Quando são colocados numa escola os professores têm 48 horas para se apresentarem e, consequentemente, há toda uma logística para tratar. “Torna-se muito complicado arranjar escola para ela e estadia”, lamenta esta professora de português.
Sindicato fala em milhares de alunos sem aulas
A dirigente da FENPROF no Algarve estima que haja cerca de cinco a seis mil alunos sem alguma disciplina. “Há ainda 200 a 250 turmas em que ainda falta um ou dois professores”, afirma Ana Simões. Embora em alguns dos horários tenham sido os colocados professores eles acabaram por ser “denunciados”, ou seja, os professores recusaram-se a aceitá-los.
A dirigente sindical sublinha que há risco de os alunos poderem ficar todo o ano letivo sem professor, e fala em situações passadas em que houve situações “dramáticas” de estudantes que não tiveram professor a uma disciplina em que eram obrigados a submeterem-se a exame nacional.
10 comentários
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Esta noticia tem a ver com um fenómeno muito circunscrito à Região do Algarve e, pontualmente, em Lisboa devido ao elevado valor do imobiliário nestas áreas.
O Turismo e o Alojamento Local são um factor condicionante para a aceitação de lugares de Reserva de Recrutamento ou Concursos de Escola naquelas áreas.
Os preços dos quartos e dos apartamentos são muito elevados e, como é sabido, os professores com horários incompletos que vão substituir colegas que se encontram de Baixa Médica recebem um ordenado que não permite pagar rendas de 650, 700, 750, 800 euros mensais.
Sobre este assunto importa referir que isto são casos muito pontuais que surgem aqui e ali nas áreas referenciadas e que não resultam da escassez de mão-de-obra, mas sim do fenómeno do imobiliário. Este é um problema que as respectivas autarquias podem e devem minimizar disponibilizando quartos a valores reduzidos para estes professores.
Este é um assunto que não deve ser empolado porque esta é uma questão residual.
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A seis mil alunos sem uma ou mais disciplinas, que pode muito bem ser o ano inteiro, chamas tu questão residual (é engraçado que é o mesmo termo usado pelos teus chefes)?! Tá bem tá!!! E em Lisboa? E nos Açores? É só questões residuais…. ò Pardal, nem que fosse só uma turma, o governo tem o dever de solucionar o problema… ou pelo menos tentar!!! E o que é que fez para resolver isto?! Que se saiba nada!
Quantas formas queres de resolver o problema? Eu encontro-te uma data delas, custam dinheiro mas, como diz o OE que o governo acabou de apresentar a Escola pública não é o instrumento que deve servir para que todos tenham as mesmas oportunidades?! Enfim, vivemos num país onde ninguém dá grande importância à educação, depois não percebem porque é que estamos atrasados em relação à maioria dos países da UE… força Pardal, continua com o teu trabalhinho sujo, espero que te paguem bem, eu jamais me colocaria numa posição destas, nem que o fizesse escondendo a minha identidade, como fazes!
E os professores com horário completo conseguem pagar rendas de 700€ ou 800€?!
E o urso do Pardal continua a rabiar.
Também há horários pequenos que podiam ser assumidos por contratados que estão colocados perto, mas esses horários pequenos são inflexíveis.
Ou melhor, os professores da casa é que não querem flexibilizar as suas manchas horárias de sonho para ajeitar a coisa…
Ó Pardal
Deixa-te de conversa da treta e vai tu para lá. Não mandes os outros.
Aí que profissão tão estimulante, a nossa!
Entro às 8.30 e já vou no autocarro para andar uns míseros 20km, pois tenho um horário 7 horas e com o que ganho não dá para levar o carro
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Colega Vanda Serrão
Permita-me um comentário á situação. Um horário de 7 Horas Letivas Semanais corresponde a um part-time e, por isso, torna-se impossivel arrendar uma casa no atual contexto em que se encontra o imobiliário.
Terá que arranjar outro part-time para complementar o salário que aufere nesse das 7 horas letivas.
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“Com o mal dos outros posso eu bem”…
Muito bem pardaleco, um post sem campanha, eles também te pagam para isto? De qualquer forma o teu raciocínio é mais uma inutilidade, ainda mais dirigido a uma pessoa qualificada!