… aplicar penas disciplinares aos docentes do grupo 550 – Informática.
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Out 29 2019
Veja-se que entre a data do despacho da sr.ª Secretária de Estado e a data de informação aos docentes passou mais de um mês… vá-se lá entender porquê?
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Out 29 2019
Além das duas multas aplicadas, o tribunal obrigou ainda o familiar da aluna de uma escola primária de Valongo a pagar uma indemnização de 1400 euros ao docente.
As primeiras ofensas ocorreram a 28 de setembro de 2018, conta o jornal Público. Naquele dia, o pai chegou à escola onde encontrou a filha magoada. Pediu então para falar com o docente da menina, mas foi avisado que não o poderia saber, pois este estava em aula. O pai dirigiu-se então à sala de professores, onde à porta desfiou um chorrilho de ofensas e a seguir para a sala onde o docente estava já a dar a aula.
Foi então que o “arguido irrompeu pela sala de aulas e, na presença da sua filha e dos preditos alunos, empurrou o assistente contra o estrado da sala de aulas, este embatendo no mesmo com os tornozelos”, pode ler-se no despacho citado pelo jornal Público.
Doze dias mais tarde, o pai pisou propositadamente o professor com as rodas do carro, à porta da escola, onde na altura conversava com a coordenadora, e voltou a insultá-lo. As agressões verbais foram testemunhadas pela GNR que entretanto tinha sido chamada e tentava “acalmar o arguido”.
O pai acusava o professor de “má prática pedagógica” e discriminação para com a filha, tendo apresentado duas queixas contra o docente. Uma à Inspeção-Geral de Educação e Ciência, outra à Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares e remeteu dois pedidos de esclarecimento e instauração de medidas disciplinares à direção do agrupamento. Relativamente a estas exposições, o tribunal de Valongo declara que “não lhe cabe apreciar o mérito do professor, nem avaliar a responsabilidade da escola nos ferimentos da menina”.
“Não podemos conceber que o arguido, nas suas vestes de progenitor, se permita atentar contra a integridade física do assistente, enquanto professor da sua filha, em jeito de retaliação por um seu exercício da docência desconforme às suas pretensões e afirmação dessa sua insatisfação, menos concebivelmente ainda o fazendo em frente de outros, alunos e pares, desautorizando-o sem lhe assistir legitimidade para tanto e vulnerabilizando-o no seio da comunidade escolar”, concluiu a magistrada.
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Out 29 2019
No dia 3 de outubro, a 3 dias das eleições, eu alertava:
“Mas desenganem-se se pensam que ficaram por aqui, pois há mais crueldade em apresto. Quem tem escutado as declarações dos loquazes líderes partidários e atentado às agendas ocultas dos partidos, encontra, na sua essência, propostas muito preocupantes:
-diminuição do número de professores, causando mais despedimentos;
-passagem, também, dos professores para a tutela das autarquias, tornando-nos meros funcionários camarários sujeitos a vínculos precários e não renováveis, sujeitos a todo o sistema de corrompimento, amiguismos, bufos e partidarite que invadirá as escolas e retirará independência, estabilidade e poder reivindicativo aos profissionais do ensino;
-desfiguração do Estatuto da Carreira Docente com a criação de apenas 3 ou 4 escalões promovendo, assim, baixos salários e a criação de mais obstáculos à progressão, evitando que os professores possam, sequer, almejar chegar ao topo da carreira;
-eliminação do estatuto de carreira especial, indexando-a à carreira geral da função pública;
-criação de mecanismos de avaliação sumária com constante prestação de provas, com o intuito, não de avaliar e criar rotinas de partilha e melhoria de conhecimentos e procedimentos pedagógicos, mas de penalizar os professores para que se sintam subjugados, intimidados e diminuídos, alimentando o propósito de dificultar ao máximo a progressão na carreira.”
É admirável como as palavras caíram em saco roto.
Reconheço, era texto demasiado longo para ser lido.
Os professores queixam-se da preguiça mental da população que, ficando pelos títulos sensacionalistas, os critica sem tentar saber em pormenor a verdade sobre os factos, mas depois a maioria comporta-se da mesma maneira.
Se eu tivesse conseguido explicar isto numa frase, certamente todos teriam lido. Assim, só uma ínfima parte dos professores se deu ao trabalho de ler.
Agora é o espanto com as medidas anunciadas pelo novo governo, que nada mais são do que aquilo que anunciei.
Nada sobre a aposentação, sobre concursos justos ou sobre a desburocratização e o fim dos chumbos que irá causar mais despedimentos e o fim das carreiras especiais evitando a subida de escalão dos professores, rematam o descalabro.
Dentro do miserável panorama de propostas para a Educação apresentadas pela nossa classe política, só tínhamos de estar com receio do futuro.
Os professores tiveram uma oportunidade de não dar o machado ao seu carrasco, mas optaram por o fazer. Resta a corrida para os sindicatos (que irão agradecer o aumento de associados) e o regresso às greves e manifestações durante mais um ciclo de 4 anos, porque fomos enganados (só foi enganado quem quis).
Condutores de matérias perigosas, estivadores, funcionários da limpeza de ruas, do metro e carris, entre outros, podem ter menos formação do que os professores, mas são muito mais informados sobre as suas carreiras e muito mais unidos do que nós.
Lamento dizê-lo, mas julgo que não somos assim tão vítimas como tentamos fazer crer. Se calhar até temos aquilo que merecemos, pois andamos alheados de tudo e só despertamos quando já é tarde demais.
E mais não digo, senão quase ninguém voltará a ler.
Carlos Santos
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