Em véspera do INCoDe.2030 a ANPRI faz um comunicado dando conta da lentidão da Internet nas escolas portuguesas.
Este é de facto um enorme problema de uma escola que se diz do Século XXI, mas que mantém um parque informático quase do século XX.
Não é apenas a Banda Larga das escolas que impedem o acesso à Internet, mas em muitos casos o material informático obsoleto que constantemente encrava e impede o uso normal no acesso à internet.
A maioria dos alunos tem melhores recursos para acederem à Internet usando meio próprios do que o WI-FI da escola e quantas vezes é pedido aos alunos que tragam os seus telemóveis para poderem usar ferramentas como o Kahoot.
Muitas vezes é o próprio WI-FI da escola que impede o acesso à internet e no meu caso tenho de o desligar sempre que chego à escola para poder ter acesso pelos meus dados móveis, por questões de conflito com a rede.
E se precisar de realizar uma atividade na escola com recurso à Internet muitas vezes preciso de encontrar outras soluções privadas para desenvolver essas atividades. Quantas vezes um ou outro professor trás o seu router privado para que os alunos consigam fazer atividades que implicam o uso da internet.
É urgente rever-se o parque informático das escolas, para que de facto as mudanças se façam sob pena de mantermos os professores presos ao século XX.
E apesar de tudo isto, terei amanhã no INCoDe.2030 o clube de robótica juntamente com alguns alunos da “minha” escola a participar na 2ª Conferência do Fórum Permanente para as Competências Digitais, por convite e porque foi considerado um dos 3 melhores clubes de robótica do país.
Mas muito há ainda a fazer para “promover competências digitais para uma cidadania ativa, na inclusão, na educação, na qualificação e empregabilidade, na especialização e na investigação”
Professores de informática exigem resposta para internet “lenta ou parada” nas escolas

O Governo tem propostas para a Escola do Futuro (com alguns milhões de euros associados), mas a ANPRI quer respostas para os problemas concretos das salas de aula, onde falta acesso à internet e equipamentos. Isto quando já se fala em robótica…
A Associação de Professores de Informática (ANPRI) dirige-se ao ministro da Educação, numa carta aberta em que mostra o seu “sentir” acerca do programa da 2ª Conferência do Fórum Permanente para as Competências Digitais – INCoDe.2030, que decorre esta quarta-feira, acrescentando à definição de “escola alfaiate” usada por Tiago Brandão Rodrigues, a necessidade de haver “muitos remendos para cobrir”. E aponta alguns.
O primeiro que “a internet nas escolas está a funcionar a dois tempos ‘lenta’ ou ‘parada'”, acusa-se logo de início na carta aberta. A ANPRI quer por isso saber se no pacote de 23 milhões de euros que o Governo terá destinado à educação está incluída a renovação das estruturas das redes e internet.
A maior parte dos equipamentos das escolas tem mais de 10 anos, um facto admitido pelos responsáveis políticos e patente em relatórios oficiais como o Estado da educação 2017. “Assim, pretendemos saber se vai ser disponibilizado algum equipamento às escolas para que sejam criadas condições para que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), quer enquanto disciplina, quer como meio para a integração transversal nas várias áreas do saber, possam ser usadas condignamente por alunos e professores”.
Os professores de informática fazem igualmente um reparo quanto à existência da AE “Utilizar ambientes de programação para interagir com robots e outros artefactos tangíveis”, no 6º ano, perguntando se vai haver financiamento para adquirir os tais artefactos tangíveis necessários para a lecionar.
E será desta que vai ser criada uma disciplina de tecnologias, para todos os alunos, no ensino secundário? “Esta, sim permitia aos alunos aprofundar as competências digitais, mas, também, sensibilizar e preparar melhor os alunos que seguem percursos escolares nas áreas das engenharias”.
A disponibilização de verba para o programa “Computação na Escola” para o 1º ciclo não contemplando o 2º e o 3º ciclo e o ensino secundário e o facto dos clubes de programação e robótica não estarem abrangidos no projeto de Clubes Ciência Viva também geram críticas.
A ANPRI quer ainda saber se a disciplina de TIC vai ter o tempo adequado “para que os alunos, futuros profissionais, desenvolvam as competências digitais, no tempo certo, de modo que não seja necessário gastar quatro milhões de euros em programas de requalificação, consecutivamente”. Isto, porque “já não é o primeiro e dificilmente será o último”, critica.
“Então, parece que puxamos para cima, puxamos para baixo, segundo as histórias de encantar, podemos dizer que o ‘Rei vai nu’, perdão a escola. Os retalhos são curtos e nem sempre aplicados no sítio certo”, remata a associação.


