Metaforicamente, a mendicidade está instalada na Educação, em particular na Escola Pública, frequentemente dependente de “esmolas” para conseguir sobreviver…
Pedem-se “esmolas” ao Ministério da Educação, pedem-se “esmolas” às autarquias, pedem-se “esmolas” a algumas empresas, pedem-se “esmolas” aos Encarregados de Educação e até, por vezes, se pedem “esmolas” aos próprios profissionais de Educação, para se conseguirem melhorar algumas condições de certos Agrupamentos de Escolas…
Na Escola Pública praticamente tudo se mendiga, tudo tem que ser pedido de forma insistente, uma, duas, três, muitas, vezes, até à exaustão, ainda que, frequentemente, sem qualquer resultado positivo:
– Mendiga-se por recursos humanos: Psicólogos, Professores de Educação Especial, Assistentes Sociais ou Assistentes Operacionais costumam estar entre os mais requisitados… E, claro, também se mendiga, mais do que nunca, por Professores de vários Grupos Disciplinares…
Teoricamente, todos necessários e imprescindíveis à concretização de certos desígnios expressos por quadros legais emanados da própria Tutela, mas, na prática, em número muito insuficiente ou até inexistentes…
A título de exemplo, veja-se os recursos humanos necessários e imprescindíveis à aplicação de certas medidas preconizadas pelo Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de Julho, mas, na realidade, escassos face às necessidades identificadas…
Portanto, temos muitos arrazoados escritos, brilhantes leis, decretos e regulamentos, publicados por quem ciclicamente está no Governo, e até temos aquela coisa muito curiosa a que chamam “rácios”, mas, na sua aplicação real, o mais certo é que se revele como impossível de concretizar…
Os discursos oficiais, frequentemente edificadores e repletos de encantadoras prédicas, redundam quase sempre na ilusão e em promessas não cumpridas…
– Mendiga-se por edifícios escolares devidamente apetrechados e com condições dignas de trabalho, mas o que existe, maioritariamente, são construções decrépitas, visivelmente degradadas, sem as exigíveis condições físicas e materiais de funcionamento…
Do quimérico apetrechamento tecnológico será melhor nem sequer falar, que esse continua, afinal, na “era da pedra lascada”…
Claro que o conforto proporcionado pelos gabinetes dos decisores políticos não ajuda à resolução deste tipo de problemas…
– Mendiga-se por cabimentos de verbas que permitam a progressão nas Carreiras, não só do Pessoal Docente, mas também do Não Docente, e tanto se pode esperar meses, como anos, para se poder usufruir daquilo que é de cada um, por direito próprio…
Mendiga-se, assim, pela concretização da progressão na respectiva Carreira, mas o reconhecimento e a valorização do trabalho, também alcançáveis por essa via, tardam sempre em chegar… Espera-se, espera-se, espera-se e desespera-se… Com sorte para a Tutela, ainda se morre antes de ver a consumação de certas progressões…
– Mendiga-se pela drástica diminuição da burocracia, mas na Escola Pública não se vive sem ela… A burocracia, aquela arte de “converter o fácil em difícil, através do inútil” (roubado da Internet, de autor desconhecido), chega mesmo a assemelhar-se a uma qualquer dependência, dominada pelo consumo compulsivo de certas substâncias… E há sempre mais alguma “monitorização das monitorizações” e recorrentes procedimentos redundantes, todos pretensamente imprescindíveis, não vá alguma estrutura do Ministério da Educação reclamar por certas “evidências”…
– Mendiga-se por Carreiras profissionais justas, lineares, transparentes, sem subterfúgios e sem remendos e por Avaliações de Desempenho onde não prevaleça a premissa: “Divide et impera”, mas, em muitos casos, o que existe é o contrário disso…
– Mendiga-se pela Democracia, mas, em muitas circunstâncias, parece que a Escola Pública ficou presa no dia 24 de Abril de 1974…
Na Escola Pública, mendiga-se, enfim, por muita coisa, há muitos anos, há demasiados anos…
Independentemente dos Governos, quando se mendiga junto do Ministério da Educação, muitas vezes a resposta subliminar parece ser esta:
– “Temos pena, mas não há. Desenrasquem-se com o que têm”…
Dignidade, respeito, valorização, não se alcançam a mendigar, muito menos com o típico “desenrascanço à portuguesa”, também pomposamente conhecido na Escola Pública por “elevado espírito de missão”…
“Elevado espírito de missão”, não raras vezes subordinado ao conformismo e ao silêncio, que levará, certamente, ao cumprimento de um número infindo de tarefas, ainda que, muitas vezes, as mesmas se apresentem como desnorteadas e absurdas…
Mas mendigar também significa que se aceita e tolera continuar a “tapar os buracos” que foram sendo abertos por sucessivos Ministérios da Educação…
Quem não estará cansado de mendigar?
Até quando se tolerará uma mendicidade clamorosa e persistente que, na verdade, acaba por envergonhar todos os envolvidos, desde a Tutela até aos profissionais de Educação?
A Educação não pode continuar a ser o “parente pobre e desventurado” das áreas governativas…
Aquele “parente pobre e desventurado”, com uma certa tendência para o miserabilismo, “coitadinho”, “desgraçadinho”, tudo de mau lhe acontece, inevitavelmente acometido por contínuas fatalidades…
Num regime democrático, os Governantes só fazem o que os seus concidadãos lhes permitem fazer, mas às vezes parece que nos esquecemos disso…
Sob o anterior ponto de vista, e sem rodeios, não se poderá ignorar que a indulgência da maioria dos próprios profissionais de Educação, evidenciada ao longo de muitos anos, também contribuiu para a mendicidade vigente…
Paula Dias
 
                
                                                                 
                
64 comentários
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Enquanto não se perceber que o capitalismo voraz se alimenta da ignorância da população, não se irá a lugar nenhum. A ignorância alimenta a submissão, a miséria também. Por isso as elites subjugam os políticos, sejam eles qual forem, através de subornos. Agora os políticos transformaram-se em atores de comédia para agradar ao público, enxarcado em novelas, e deixaram de ser pessoas convictas de que a sua missão é servir o povo e não servir-se dele. Infelizmente não vejo solução, porque as novas gerações estão totalmente manietadas pelas redes sociais e cada vez mais, facilmente manietadas e conduzidas ao matadouro.
Pois é, com o socialismo é que é bom. Nas saudosas Albânia, RDA, URSS, Roménia, etc, não existiam estes problemas e toda a gente era feliz.
Não te cansas de reoetir o mesmo a propósito de nada? Tens o cérebro num loop obsessivo-compulsivo?
Volta lá para o Chaimite que a conversa não é contigo, ó chefe.
O Socialismo não foi bom tal como o neocapitalismo também não o é.
Você vem sempre com o mesmo discurso. Não percebe que não é por uns serem maus que temos de aturar os outros igualmente maus?!
Então qual é a alternativa a esse “neocapitalismo”? nunca houve tanta gente, mesmo em termos percentuais, a viver tão bem como actualmente. Qual é a alternativa ao modelo capitalista?
Na peida, senhor almeida.
Até quando se mendigará?
Por mim, nunca mais.
Não faço tensões de pedir nunca mais nada à direção. Não farei rigorosamente mais nada que não seja fundamentalmente a minha obrigação como professor. Tudo o resto é treta para as cavalgaduras que dão graxa aos cagados diretores fazerem.
Eles que façam. Têm as grandes notas, passeiam-se como pavões pelas escolas, armam-se ao pingarelho … então trabalhem eles e deixem-me gozar a minha vida, e a minha família, em paz.
Enquanto não fizermos disto nada muda.
Acabou-se a brincadeira, para mim! Chega de aturar grunhos e grunhas.
Querem burocracia? Façam-na eles? Querem manutenções? Contratem alguém!
Querem formações? Que paguem a quem quiser ganhar porcaria. Eu prefiro estar com a minha família ou a ganhar dinheiro por fora, do que andar a mendigar!
Que se lixem. Prefiro viver bem e reformar-me com um menos, do que viver uma vidade escravo e reformar-me sem saúde e sem família!
As outras áreas da sociedade tb têm problemas, áreas como a saúde.
O problema está na criação da riqueza, que está assente muito no turismo e pouco na indústria ou inovação,
Vive-se tb muito de subsídios, a bazuca referida por Marcelo.
O problema não está no capitalismo, como refere a comentadora anterior.
O capitalismo cria riqueza, a história prova que o socialismo nos países onde foi implantado levou os mesmos á miséria.
O problema está em criar regras que permitam ás pessoas investir e ter confiança para criar empresas e apostar na inovação.
Nos setores da sociedade sob alçada direta do estado, cabe a este fazer uma distribuição da riqueza equilibrada, cortar numas despesas e apostar noutras.
Por exemplo na saúde; acabar de vez com os médicos tarefeiros e acabar com a possibilidade de um médico ganhar em horas extras, 10 sábados, 400 mil euros.
esta gaja outra vez?
mais um texto de cordel
V. Exa. é um asno.
às-no boudoir, pergunta à tua progenitora
V. Exa. é um completo asno, o excelso exemplo do que é ser um asno.
ver resposta acima…fazes lembrar a anedota do urso para o caçador…tu não vens aqui à caça, pois não…
Sim, infelizmente, é mesmo! Não sai daqui!
O meu comentário surge na sequência da primeira intervenção de Bogas; ou seja, sim, infelizmente, mais um textinho de cordel e, pelos vistos, não sai daqui.
Que belíssimo par!
Na terminologia boçal do seu comparsa, com certeza muito apreciada por si: Que “gaja” tão cretina, que precisa de um asno para se afirmar!
És cavalo ou cavalgadura?
Aposentado há 15 anos, continuo a apreciar os textos da Paula Dias e, já agora, do Paulo Guinote.
Pelos comentários, realmente este país não vai longe: “Sr Bogas”, mais lhe valia estar calado/quieto…. Sr. “Ora Bolas, realmente o capitalismo cria riqueza, para alguns…., sempre os mesmos.
Para “comentadeiros” deste tipo, duvido que sejam professores, o melhor é irem ver se as orcas estão molhadas….
Estevão, és primo do Cotovia?
Queres ver que só é professor se pensarem e falarem como tu?
Molhada está a tua testa.
V. Exa. é um asno com duas cloacas: uma no início do aparelho digestivo, a outra no fim. Ambas excretam o mesmo.
Sim, o aparelho digestivo descrito tem princípio e fim…já o seu é circular, e nota-se nos posts que coloca…isto parece pescar num barril, mande outra, sff
Ó boguinhas, mais respeito a quem é devido. São demasiadas redes sociais…
Um boi como tu falar em respeito após ler a maioria dos teus cumentários é parecido com exigir seriedade ao dono da spinumviva
“Boi”, “cumentários”, a historieta da Spinumviva… Tens todos os ingredientes dos analfabetos zangados da seita do Andrezinho. Professor não és de certeza.
~cala-te boi
Clement Ina.
Boi?
Anda com problemas lá em casa?
Sozinho e sem TV?
Calos nas mãos?
E que tal beber um chazinho e ir dormir?!
Cala te boi x2
Olha o Bogas, voltou a ladrar…..
Lol. E a mugir!
Olha os bicuriosos
Muito se engana quem crê! Quem é que é simultaneamente Bogas e Clementina? És um espanto, ó pazinho!
Ó boinada,tu a reclamar de vários nicks? É preciso lata…
Tens um fetiche estranho com os bois… Enfim, só para que fique claro, não digo que nunca tenha usado outro nick, mas foi há muito tempo e uma gota de água no oceano. Estás confundido.
dude, o teu nick é ‘mainada’ e eu é que tenho fetiche com ajuntamentos bovinos? toma os remédios pá
Definitivamente não és professor. Ou isso ou és demasiadamente fraco para aguentar a pressão e estás com os miolos do avesso.
Mais um cromo que acha que detém o critério de aferição do que é ser professor. Qual pressão pá, pressão tens tu na caixa craniana dado o peso da testa.Vai pastar home
Por que no te callas? É mais forte do que tu?
cala-te tu traste…inundas o blogue com a tua estupidez e comentários inúteis
Olá, Bogas.
vai dizer olá a quem te fez as orelhas
É mesmo mais forte que tu… Que obsessão!
Mete uma rolha nisso
A sério… O que é que isso significa? O que te move?
o carro, mas também ando de metro…tu andas de 4
Pareces um disco riscado. Sinceramente, tenho a vida real em que pensar. Adeus.
Isso, vai lamber sabão.
Mas esta não chega sequer aos calcanhares do Guinote! Aspirará, certamente, Está a km luz. Não têm nada a ver na forma nem no conteúdo. O Guinote é excelente, sério e tem lastro. Sábio, cientista e investigador objectivo. Esta é muito senso comum e Maria copia as outras. Precisávamos de muitos Guinotes nas escolas mas infelizmente dominam os arlindos e os cardosos, os pilintinhos, as galinhas os rapa-tachos e as politiqueiros da treta local.
esta apela mais ao sentimentalismo, faz papel de tolinha útil e por certo conhece os tipos do PPD que sustentam o blogue.Faz parte dos 70 e tal por cento de gente feminina que compõe o corpo docente, e que quer igualdade, mas não nos números.
Não é professora. É psicóloga e está tudo dito! E já agora a forma e o conteúdo do Bogas não trazem nada de novo e até pioram tudo. Esta, ao menos, vai sendo a voz do inconsciente coletivo dos professores! Ok, peixito de rio?!
Ou és a visada ou tens armadura de cavalaria branca. Voz inconsciente?De um colectivo?Foi eleita? O inconsciente exprime-se por voz?Ó Paula, poupa-te ao ridículo.
Por falar em “gente feminina” (palavras suas), a “gaja” (na sua terminologia), vossa digníssima mãe, saberá que pariu um traste asisino, um bronco, um boçal, um imbecil? Não deve saber, mas talvez seja melhor mantê-la na ignorância. Há asnos que metem dó, V. Exa. é um deles. Tenho pena de si.
Obrigado pelo esclarecimento, é claro que é cavalgadura.
E o Bogas, se for professor, quem é? O frustrado que está rodeado de mulheres mas não segura nem uma? Esse nível de linguagem e raciocínio dá que pensar. Das duas uma: ou não é professor e nunca foi a uma escola, ou é dos exemplos mais rascas que em nada dignificam a nossa profissão.
‘HenriqueH’ a sacar da carta whiteknight.Não sei se sabe,segurar mulheres contra vontade é crime.Se têm vontade de ser seguradas,não há necessidade de segurar. A disjunção final é um mero de homine, sou professor e fui a uma escola, sendo que a segunda é uma apreciação subjectiva. Pelo rigor lógico apresentado, és tu, Paula Dias?
A mim acontece-me uma coisa curiosa: leio o título, soa-me imediatamente a Paula Dias, desço e confirmo a minha intuição.
Depois, não leio o texto porque os textos da Paula começam a ser repetitivos na forma e no conteúdo.
Afinal o Bogas não tem só duas cloacas, tem pelo menos quatro: Bogas, Juca, Clement Ina, Cenoura. O Bogas é grande. Grande, grande, grande, grande, asno.
Ó azeiteiro, não se pode agora dar uma opinião?
De facto, cenouras e asnos tem tudo a ver.
como asno que és, resta saber por que extremidade das tuas duas cloacas, absorves as cenouras
Ora cá está a prova de que Bogas, Juca, Clement Ina, Cenoura são todos o mesmo asno. Isto não tem nada que saber. V. Exa. é um caso grave e incurável de asnice.
eia tanta gente…não te rales, o prémio de asno-mor ainda é teu
“Vozes de burro não chegam ao céu”.
‘por isso passas a vida a gritar’