… por Boaventura Sousa Santos.
Um texto que retrata o sentido da greve nos tempos actuais que se inverteu comparativamente ao início do século XXI. Hoje a greve é a luta contra a perda injusta de direitos.
Uma greve fraca no dia 24 pode manter o rumo na perda desses direitos, mas uma greve enorme também não eliminará a perda de alguns direitos, assim o dia 24 será decisivo apenas para quantificar o que poderemos perder.
A dúvida para a adesão à greve de dia 24 deve passar por ai, saber se estamos dispostos a perder muito ou a perder menos. Apesar de tudo, prefiro perder o vencimento do dia 24 na esperança de um 2012 menos mau.
3 comentários
eu ainda não decidi.
estou a tentar pensar out of the box: numa perspetiva global, do país, da mensagem a enviar não só aos governantes ( os atuais e os idos) mas também a essa Europa germanizada ( até quando?).
dizem por aí ( as colegas, claro) que “não adianta”, ” fica tudo na mesma”, é “dar-lhes dinheiro”, etc.
é isso tudo, pois é. apesar de o argumento de eles ficarem com o dinheiro ser falacioso- o estado somos todos nós, por isso o dinheiro fica connosco à mesma. não fica é na nossa conta bancária, isso não.
mas, por ouvir as colegas com este tipo de argumentação- nem sei pq fazem questão de a anunciar- começo a sentir uma revolta nas entranhas e ponho-me a pensar:
“então estas gajas que até ganham muito mais do que eu ( e outras que ganham o mesmo ou menos) não abdicam de uma série de coisas- falemos com todas a letras- que são o dinheiro, a imagem na Escola e perante os pais e ainda, no caso dos contratados, se a greve não porá em causa uma eventual renovação… e eu vou dar o corpo ao manifesto por elas?”
se os professores não pararem massivamente, que raio de coisa estão a dizer a Nuno Crato e a Pedro Passos Coelho? que está tudo bem? que não têm motivos de preocupação? que tacitamente concordam com tudo o que está a acontecer? que não têm qualquer dúvida que os cortes no setor são necessários, adequados, justos e bem vindos? que não receaim pelos seus postos de trabalho ou pelo aumento da carga laboral?
por isso tenho um lado que me diz que sim. outro diz-me que não: precisamente parte do nosso lado.
Alguém conhece algum corpo diretivo a fazer greve e apoiar a causa?!
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Apoiar até apoiam, fazer greve é que não sei.