Clicar na imagem para acederem ao relatório.
Não posso deixar de ficar espantado com o 1.º quadro do relatório com o universo de alunos do 2.º ano que realizaram esta prova porque sempre pensei que o limite de idade no 1.º ciclo fossem os 14 anos.

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Nov 15 2025
Onde parece que vamos continuar a ter provas ensaio em Fevereiro e serão realizadas provas ModA no mesmo dia para todas as escolas.
O que eu aconselhava nesta carta de solicitação é que fosse o EduQA a enviar os relatórios das provas finais aos Encarregados de Educação (através de uma qualquer plataforma), pois muitos alunos quando terminam o 4.º, o 6.º ou 9.º ano mudam de escola e deixa de haver qualquer contacto com alunos/Encarregados de Educação na hora que as escolas recebem os relatórios para dar conhecimento aos Encarregados de Educação, como foi o caso desta semana que passou.
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Nov 15 2025
A escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico em Portugal vive num limbo entre a nostalgia e a negligência. O modelo monodocente, a carga horária desumana, a ausência de espaços adequados e a burocracia asfixiante são sintomas de um sistema que insiste em sobreviver sem se reinventar. Este texto propõe uma reflexão crítica e fundamentada sobre a urgência de uma reforma estrutural, humanista e corajosa.
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Nov 14 2025
… mas foi publicado uma nova Portaria de Vagas e uma Declaração de Retificação a um concurso em andamento e até ao dia de hoje a DGAE ainda nada colocou na sua página sobre estas alterações.

São estas as 3 últimas notícias no site da DGAE.
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Nov 14 2025
Publicitação das listas definitivas de Colocação, Não Colocação, Retirados e Listas de Colocação Administrativa – 18.ª Reserva de Recrutamento 2025/2026.
Aplicação da aceitação disponível das 0:00 horas de segunda-feira, dia 17 de novembro, até às 23:59 horas de terça-feira, dia 18 de novembro de 2025 (hora de Portugal continental).
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Nov 14 2025
Há pais, encarregados de educação que exigem explicações para tudo, questionam notas, relativizam regras, duvidam da palavra do professor ou do assistente.
Não são poucas as vezes que ouvimos dizer que os jovens de hoje “nasceram com o mundo nas mãos”. A expressão ganhou força com a chegada da era digital, em que a informação global passou a estar acessível através de dispositivos móveis. Mas esse é um mundo que já não se deixa prender; que lhes escapa entre os dedos ingénuos e distraídos, não por falta de vontade, mas porque o que tocam produz um brilho que encandeia e cega.
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Nov 14 2025
A lógica é impecável. Se a educação é um custo e não um investimento, se o saber pode ser instantaneamente descarregado como um ficheiro e se aprender é apenas acumular dados, então sim: fechemos as portas das escolas, desliguemos os projetores, despejemos os livros nos contentores e deixemos os algoritmos cuidar da formação das novas gerações. Afinal, quem precisa de um professor quando se tem um chatbot com respostas “neutras”, “objetivas” e “imparciais”?
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Nov 13 2025
Num tom reflexivo e irónico, Manuel António Pina, falou-nos da chegada da televisão à sua sala de jantar. Sobre a forma que viu as relações familiares mudarem, violando as relações a que a família estava habituada. acabando com a partilha do dia a dia à hora da refeição, momento em que a união devia estar presente.
De nada serviu o aviso. Hoje as mesas de família estão vazias, mesmo cheias de gente, as casas tornaram-se lugares de solidão, onde a distância de um metro pode parecer de milhares de quilómetros.
(à maneira de Manuel António Pina)
Já não é preciso sair de casa
para estar longe.
Basta olhar para baixo,
onde o mundo inteiro cabe
e ninguém cabe ao nosso lado.
As conversas têm luz azul
e o silêncio, rede.
Os filhos enviam corações
aos pais que estão na sala,
sem saberem o que fazer com os de verdade.
À mesa, comem juntos,
cada o seu mundo na mão.
Os olhos mastigam imagens,
as mãos deslizam sem tocar no que se senta ao seu lado.
Os amigos têm filtro de felicidade
mas nem se conhecem na realidade.
Os risos são emojis
que não fazem eco no ar da casa.
No fim do dia,
quando a noite se apaga nos ecrãs,
fica o reflexo:
cada um iluminado pela sua solidão,
com o mundo inteiro à distância
e o coração vazio, oco.
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Nov 12 2025
Encontram-se disponíveis os relatórios nacionais das Provas de Monitorização da Aprendizagem (ModA) e das Provas Finais do Ensino Básico, de 2025.
Aceda aqui:
Relatório Nacional das Provas de Monitorização da Aprendizagem (ModA) 2025
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Nov 12 2025
Deixa-me ver se eu percebi: cada aluno vai ter um tutor de IA para o ajudar … onde?
A correr em que dispositivo pessoal ?
A correr sobre que rede ?
Em que servidor vai estar alojado ?
Telemóveis … não podem usar. Pelos vistos nalgumas escolas os professores só podem usar longe dos alunos.
Um professor a usar um telemóvel é agora visto com o mesmo ar reprovador com que decerto se olharia para um professor a fumar um charro na entrada da escola.
Os telemóveis transformaram-se nos charros digitais. Os adultos não podem usar à frente da petizada porque pode levá-los para o mau caminho.
E a petizada, tal como no meu tempo, vai para trás do pavilhão fumar um …. perdão usar o telemóvel.
Computadores da escola … estão a cair de podres. Os novos. Os comprados para a pandemia que chegaram já quase a pandemia tinha acabado. Já levaram tanta coça que já nem sequer arrancam. Os que ainda sobrevivem é simplesmente boa-vontade dos colegas de TIC que de 3 ou 4 lá conseguem fazer 1 num milagre digno de Carlos Acutis
Rede cablada da escola … não existe. A conta que o professor usa para entrar no PC da escola é igual para todos os professores porque já não há um servidor de domínio há anos.
Wi-Fi… 1500 alunos pendurados num AP de há 10 anos. Com uma só password comum para todos que não muda há anos e que todos os miúdos conhecem…. nalgumas escolas é a mesma password de quando lá andavam os pais.
Quando querem fazer uma chamada de voz via WiFi da escola simplesmente não dá de tão lento. É mais fácil pegar em dois copos de papel e um fio (o que se pensarmos bem vai no espírito da remoção dos charros digitais). Se for para alguém para fora da escola mais vale mandar um pombo correio. É mais rápido.
Mas também agora não podem usar telemóveis. …. exceto na parte de trás do ginásio… porque também não há funcionários suficientes porque nem sequer os rácios mínimos de funcionários são respeitados e a parte de trás do ginásio é um blindspot no sistema de videovigilância da escola que também não funciona desde que houve aquela trovoada em 2008 (mas nunca se disse a verdade a ninguém porque os miúdos pequenos ainda acreditam que a videovigilância ainda funciona).
Mas também .. quem é que quer roubar uma escola em Portugal? Dinheiro não tem. Tabaco também não. Os computadores nem o sucateiro dá dinheiro por aquilo … e nem sequer há uns bolitos para matar a fome de ter fumado o charrito.
E é o tutor de IA que vai resolver isto tudo?
NOTA IMPORTANTE: Este é um texto satírico. Tem, de facto, de se investir em IA … mas com a infraestrutura tecnológica das escolas como está … vai ser difícil. Sem recursos humanos qualificados (técnicos) então vai ser impossível.
Jorge Sottomaior Braga
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Nov 11 2025
E julgo que ainda não tinha publicado o anteprojeto de Lei da Reforma da Legislação Laboral aqui no blog.
E é este anteprojeto de Lei que será negociado com os sindicatos e patrões que leva a uma greve geral para o dia 11 de dezembro.
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Nov 11 2025
Questionado diretamente sobre se no próximo ano a proibição poderá estar em vigor em todas as escolas, o ministro adiantou que vão “estudar os resultados”.
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Nov 11 2025
Publicitação das listas definitivas de Colocação, Não Colocação, Retirados e Listas de Colocação Administrativa – 17.ª Reserva de Recrutamento 2025/2026.
Aplicação da aceitação disponível das 0:00 horas de quarta-feira, dia 12 de novembro, até às 23:59 horas de quinta-feira, dia 13 de novembro de 2025 (hora de Portugal continental).
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Nov 11 2025
Foi publicada a retificação a Declaração de Retificação n.º 1032-A/2025/2 ao aviso do Concurso Externo Extraordinário com um novo prazo de concurso que termina agora às 23:59 do dia 21 de novembro.
Outro dos motivos desta retificação foi a ausência de publicação do calendário do concurso que passa agora a constar.
Bom sinal para o futuro. Sinal que todos os avisos passam a ter um calendário das várias fases do concurso.

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Nov 11 2025
A Tutela da Escola Pública costuma ser useira e vezeira na arte de protelar muitos dos pagamentos devidos aos respectivos trabalhadores…
Em gíria popular, a Tutela da Escola Pública poderia até ser designada como um eventual “caloteiro”, no sentido em que a liquidação de dívidas lhe tem que ser lembrada muitas vezes, inúmeras vezes, até que tudo o que é devido seja efectivamente saldado…
Em gíria popular, também parece que, às vezes, os trabalhadores da Escola Pública acabam por funcionar como putativos “fiadores” da Tutela, na medida em que o seu trabalhocontinua a ser exercido, mesmo sem ser devidamente remunerado, nomeadamente quando existem determinadas progressões nas respectivas Carreiras que demoram muito tempo até serem concretizadas em termos de vencimento…
Resumindo, a Tutela costuma ser um mau pagador, uma espécie de devedor crónico, tantas são as vezes em que se espera e desespera para se poder usufruir daquilo que é de cada um, por direito próprio…
Neste momento, haverá um número significativo de elementos do Pessoal Não Docente, nomeadamente Psicólogos, tutelados pelo MECI e integrados na Carreira de Técnico Superior, que esperam há mais de meio ano pela actualização do respectivo vencimento, por via do SIADAP…
A autorização de cabimento de verba do MECI/IGeFE tarda em chegar aos Serviços Administrativos dos Agrupamentos de Escolas, e à luz das informações disponíveis, não é possível compreender nem aceitar este clamoroso atraso…
O reconhecimento e a valorização do trabalho dos Psicólogos, tão apregoados pela própria Tutela em diversas ocasiões, cai por terra, torna-se num discurso oco de real significado, quando se constata que, na prática, nem sequer se cuida de pagar atempadamente aos profissionais que estão no activo aquilo que é seu por direito próprio…
De que adiantam discursos oficiais, como o que se encontra no Portal do Governo desde 14 de Agosto de 2025, a perorar pelo enaltecimento do trabalho dos Psicólogos:
– “A necessidade de promover a saúde mental, de prevenir o insucesso escolar, de apoiar alunos com necessidades especiais e de melhorar o bem-estar de toda a comunidade educativa, contribuindo para ambientes mais inclusivos, seguros e propícios à aprendizagem e ao desenvolvimento integral dos alunos, impunha dotar todas as escolas de, pelo menos, um psicólogo no seu mapa de pessoal”;
– “Os Psicólogos têm sido essenciais na criação de ambientes acolhedores e inclusivos, que apoiem os alunos no desenvolvimento de competências pedagógicas sólidas, mas também de competências sociais e emocionais, ajudando a construir relações saudáveis nas comunidades educativas”;
– Ou, ainda, “Após a realização do concurso de vinculação, o rácio médio será de 1 psicólogo nos quadros por cada 711 alunos, quando atualmente é de 1/1 472 alunos”…
O mais irónico disto tudo é que o mesmo Governo que se constitui como o exemplo paradigmático daquilo que é um mau pagador, tanto dos Professores (por exemplo, no que concerne às horas extraordinárias e ao apoio à deslocação) como dos Psicólogos, é o mesmo que instituiu a vertente de “literacia financeira” na Disciplina de Cidadania e Desenvolvimento…
Irónico também é o facto de, no momento presente, existirem Psicólogos com rácios que englobam mais de 2.000 alunos…
Será caso para considerar: “Que bem prega Frei Tomás!”…
Já aqui escrevi uma vez que os Psicólogos também são gente, também choram, também riem, também se indignam, não são sempre serenos e tranquilos, também se irritam, também se enfurecem e até vociferam impropérios, não têm que ter a paciência de um Santo, nem aspirar à perfeição de um Anjo…
Neste momento, parece-me que existirão muitos Psicólogos com motivos para estarem francamente indignados com aqueles que tutelam o exercício das suas funções no contexto da Escola Pública…
Sou Psicóloga. Não sou mendiga. Não ando a pedir esmola.
Não quero ser obrigada a mendigar por um cabimento de verba, que permita a progressão na Carreira de Técnico Superior e o respectivo vencimento que, diga-se, me são devidos pela Lei em vigor…
Só quero que a Tutela cumpra um dos seus deveres fundamentais:
– Pagar vencimentos de acordo com a Lei vigente, no respeito e no cumprimento dessa Lei.
Por vários motivos, e não apenas pelo presente, estoufrancamente cansada, e enjoada, de discursos oficiais que frequentemente redundam na ilusão e em promessas não cumpridas…
Paula Dias
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Nov 10 2025
Como se vê na imagem seguinte.
Só falta a confirmação oficial dos novos prazos.

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Nov 10 2025
No final de cada ano contabilizo o valor da aposentação de todos os docentes de forma a encontrar o valor médio da aposentação publicada em Diário da República desse ano.
Como o ano de 2025 já fechou também posso fechar esse valor e comparar com os dados que tenho desde 2020.
Se em 2020 o valor médio da aposentação foi de 2347,88€ (sem considerar os descontos para o IRS e a ADSE) em 2025 o valor médio é de 2786,88€.
É um acréscimo de mais 440€ para quem se aposentou em 2025, comparando com quem se aposentou em 2020 e de apenas mais 66€ com quem se aposentou em 2024.

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Nov 10 2025
Mesmo tendo sido publicadas as novas vagas do Concurso Externo Extraordinário ainda não há qualquer indicação da DGAE para o prolongamento do prazo do concurso, nem a plataforma está adaptada aos novos grupos de recrutamento onde abriram vagas.
Às 17:00 de hoje ainda era assim que estava a plataforma do concurso no que diz respeito às graduações dos docentes.

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Nov 10 2025
Os estudos mais diversos repetem a conclusão: os professores desesperam pelo dia da reforma e os mais jovens equacionam mudar de profissão. Identifica-se repetidamente “uma organização de trabalho que os adoece”. Mas apesar desta evidência ter quase duas décadas, não há um relatório dos serviços centrais do Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) que o detecte e nem sequer os governantes o identificam tal o grau de insensibilidade e de ineficiência.
De facto, “reformam-se este ano mais 3600 professores, o segundo valor mais alto da última década,” diz o Público, e percebe-se que, em regra, a minoria privilegiada que prolonga o exercício não fez parte da maioria que foi, há muito, identificada pelos estudos do cansaço e da exaustão (números acima dos 70%). Desde 2021, e pelo menos até 2030, que o número de professores que se reforma se situa entre os 3500 e os 4000 por ano.
Acima de tudo, a burocracia não pára de crescer e é um dos flagelos identificados. Uma das componentes críticas descreve-se assim: todas as escolas e agrupamentos pagam licenças a empresas privadas para a gestão de diversas áreas, onde se incluem os dados dos alunos, da gestão pedagógica e da avaliação interna das organizações. Seria moderno e sensato que o MECI, que licencia o software e sempre que cria nova legislação que exige esses dados, indicasse às empresas a “nova” informação a obter, e a relacionar e automatizar, nas plataformas digitais. Como não o faz, as escolas e agrupamentos entram, com mais ou menos “criatividade”, numa infernal circulação de ficheiros excel e word por email. Origina o doentio lançamento de dados inúteis e a realização de reuniões de agenda repetida, cujos registos são ainda inúmeras vezes impressos e arquivados em quilómetros (literalmente) de prateleiras.
Agravou-se porque os serviços centrais do MECI impuseram, há mais de uma década, mega-agrupamentos de escolas, num modelo testado e veementemente desaconselhado já no século passado. Apesar de mal-desenhado para uma escola, os serviços centrais generalizaram-no (agrupando a eito dez, vinte ou trinta escolas das mais variadas tipologias) ampliando o fenómeno da má burocracia que sustenta a ilusão do controlo. Mas, repita-se, quem ler os relatórios dos avaliadores externos, convence-se que tudo funciona na perfeição e a tragédia parece não ter fim.
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Nov 10 2025
Há momentos na vida de uma profissão em que é preciso olhar ao espelho. Não para ver as rugas do tempo, nem o cansaço acumulado de anos a dar mais do que se tem. Mas para ver o que, como classe, nos tornámos. E a imagem que hoje devolvemos ao país é dura, desconfortável e, sobretudo, injusta para aquilo que poderíamos ser.
Enquanto continuarmos a fingir que não vemos, nada mudará.
Enquanto continuarmos a aceitar em silêncio, nada mudará.
Enquanto continuarmos a esperar que outros façam por nós, nada mudará.
A triste verdade é esta: o governo faz o que quer porque sabe exatamente quem tem à frente. Uma classe grande, mas desunida. Qualificada, mas silenciosa. Indignada, mas acomodada. Capaz de exigir justiça, mas com medo de pagar o preço da coragem.
Durante demasiado tempo ficámos sentados no sofá, a comentar, a desabafar, a lamentar. Até temos a ousadia de dizer que já não vale a pena. Mas vale, sempre vale! O que não vale é a pena de nos continuarmos a resignar. Porque enquanto nos resignamos, o governo avança. E avança porque conhece a nossa fragilidade coletiva. Sabe que somos muitos, mas também sabe que estamos divididos. Sabe que temos força, mas também sabe que raramente a usamos.
E não pensamos apenas no governo. Há um outro dedo, tão silencioso quanto eficaz, que pesa sobre nós: o de algumas direções escolares. Um dedo que aponta, que controla, que vigia. Um dedo que amedronta e condiciona. Há colegas que já nem ousam dizer o que pensam. Há professores que evitam contrariar uma decisão injusta. Há quem se cale mesmo quando sabe que deveria falar. E porquê? Porque teme a avaliação, o rótulo, a marca. Teme a represália que nunca é assumida, mas que todos conhecem.
E eu pergunto: onde está o espírito crítico que ensinamos aos nossos alunos?
Onde está o exemplo de cidadania que queremos que eles sigam?
Onde está o professor livre, autónomo e pensador que a escola pública diz defender?
Quando uma classe inteira escolhe o silêncio para evitar aborrecimentos, não estamos apenas a perder direitos. Estamos a perder a alma da profissão.
Somos educadores. Não somos figurantes de um sistema.
Somos profissionais. Não somos súbditos de ninguém.
Somos voz. Não somos eco.
E por isso, não podemos continuar eternamente à espera que alguém resolva. Não podemos aceitar as migalhas como se fossem um banquete. Não podemos continuar a achar que estar do lado certo dá trabalho, complica ou fica mal na fotografia. Complica sim. Dá trabalho sim. Mas a dignidade nunca se conquistou sem esforço.
Que futuro estamos a construir assim?
Que mensagem estamos a passar?
Como podemos ensinar coragem se nós próprios temos medo?
Como podemos ensinar justiça se aceitamos a injustiça quando nos chega às mãos?
A questão deixou há muito de ser o que o governo nos faz.
A questão agora é: até quando vamos permitir?
A hora é de despertar.
Despertar mesmo. Sem desculpas, sem receios, sem sombras de silêncio.
É hora de levantar a cabeça, unir forças e mostrar que a profissão docente não é um corpo amorfo, passivo e obediente. É uma classe de cidadãos pensantes, livres e com uma responsabilidade social enorme.
A verdade é simples: a dignidade não se pede.
A dignidade conquista-se.
E conquista-se com união, na rua, na ação, na insistência, na convicção inabalável de que estamos do lado certo.
A história não muda com espectadores, mas com protagonistas.
E está na hora de sermos protagonistas da nossa própria história.
José Pereira da Silva
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Nov 10 2025
Exmo Sr Ministro da Educação Ciência e Inovação;
Exmos deputados do PSD, CDS-PP, PS, CHEGA, IL, PCP, BE, PAN, JPP;
Direções sindicais (STOP, FENPROF, FNE, SPN, SPGL, SIPE, SPLIU, SINAPE, SINDEP, SNPL, FENEI, SIPPEB, ASPL, Pró – Ordem)
Nós, professores abaixo-assinados, vimos manifestar a nossa preocupação e discordância, relativamente à ordem das matérias definida no recente Protocolo de Negociação para a revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD). Embora reconheçamos a relevância dos temas apresentados, não podemos aceitar, com serenidade ou resignação, a forma como foram hierarquizados, pois essa ordem não é neutra, não é tecnicamente coerente e não assegura a devida centralidade à Carreira Docente — pilar de toda a nossa profissão.
É profundamente incompreensível que, num diploma que se chama precisamente Estatuto da Carreira Docente, a matéria “Carreira” surja apenas em sexto lugar, numa sequência de sete temas. A carreira, com tudo o que implica em termos de progressão, reposicionamento, estrutura remuneratória, dignidade profissional e atratividade da docência é relegada para o final da negociação, depois de assuntos que dela dependem direta e estruturalmente, como o recrutamento, a formação, a organização do tempo de trabalho ou a avaliação de desempenho. Esta inversão, não só contraria a lógica interna do próprio ECD, que coloca a carreira em foco, como produz um adiamento artificial da discussão mais sensível e mais esperada pelos docentes. Parece evidente a intenção de empurrar para mais tarde o que é mais complexo, mais exigente e com maior impacto financeiro. Ora, adiar não é resolver. Este tipo de gestão negocial fragiliza a confiança, o rigor e a transparência que deveriam nortear um processo desta importância.
A verdade é que não é possível definir um modelo de recrutamento, sem saber que carreira espera os docentes que entram no sistema. Também não é possível redesenhar a avaliação sem compreender o seu efeito na progressão. Muito menos faz sentido discutir formação quando o papel da formação no desenvolvimento da carreira não está previamente estabelecido. A carreira é a espinha dorsal do sistema; tudo o resto são questões que a ela se ligam. Colocá-la no fim é, no mínimo, uma incoerência estrutural; no máximo, uma estratégia consciente de diluição da sua força central.
Por isso, apelamos ao Sr. Ministro da Educação Ciência e Inovação que reveja a ordem das prioridades apresentadas, aos srs Deputados das diferentes bancadas parlamentares e às Organizações Sindicais que exijam, de forma clara e inequívoca, uma negociação que se inicie pela Carreira Docente, como a própria lógica jurídica e funcional do ECD determina. A revisão do Estatuto não pode começar pelos seus apêndices, mas pelo seu núcleo identitário e estruturante. Tudo o resto deve ser discutido à luz da carreira, e não o contrário. É isso que garante consistência, respeito pela profissão e fidelidade àquilo que o próprio nome do diploma impõe.
Os docentes esperam, legitimamente, que a carreira não seja tratada no final, quando o tempo escasseia, quando o debate público perde fôlego e quando as negociações tendem a ser comprimidas. Exigem que seja discutida no início, com seriedade, profundidade e prioridade real. A defesa da Carreira é o coração da defesa da profissão. E não aceitaremos que continue a ser empurrada para as calendas gregas.
Com consideração, mas com firmeza,
PEV – Professores pela Equidade e Valorização
. José Joaquim Silva
. João Almeida
. Ester Salgueiro
. Antonio José Dias
. Luísa Amaral
. Teresa Carvalho
MPM- Movimento de Professores em Monodocência
. Paula Costa Gomes
. Luísa Brandão
. Teresa Serrão
AJDF- Associação Jurídica pelos Direitos Fundamentais
. Paulo Ribeiro
. Sofia Neves
. André Fernandes
. Carla Gomes
. Branca Célia Dias
. Ana Coutinho
. Luísa Brandão
. Sandra Lobo
. Sandra Charrua
SOS Escola Pública
. Cidália Luís
. Goretti Da Costa
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Nov 09 2025
As ações da MLR, da Alçada, do Crato, do Tiago, do Costa…
Foram elas que levaram à atual e futura falta de professores, e isso será a maior condicionante por muitos e muitos anos.
Podemos começar pela aposentação. A idade não vai diminuir nem coisa que se pareça.
Basta analisar o que tem vindo a público e unir os pontos, já muito nos foi dito e não passará muito além disso.
Mesmo assim, estou curioso, sempre quero ver o que vai começar a sair das reuniões negociais. Que valorização é essa que vai resultar em professores aos pontapés em Lisboa, Setúbal, Algarve e pelo pais fora.
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Nov 08 2025
A Portaria n.º 379-A/2025/1, de 7 de novembro atualiza as vagas do concurso Externo Extraordinário 2025.
Mantém-se as 1800 vagas abertas neste concurso mas é feita uma redistribuição por grupo de recrutamento e QZP.
O quadro seguinte apresenta as vagas atuais e o último quadro as vagas inicialmente abertas.
São muitas as diferenças o que demonstra que o trabalho da DGAE para a abertura inicial de vagas não terá sido feito com a melhor qualidade.

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