16 de Novembro de 2025 archive

Perdeu-se um Ministro, ganhou-se um ficcionista?

O Ministro Fernando Alexandre começou bem o seu mandato, mas rapidamente se deixou aprisionar num labirinto de contradições e de incoerências…

O Ministro Fernando Alexandre parece ter-se perdido e deixado enlear numa teia de efabulações, sem correspondência com a realidade vivenciada diariamente em muitas escolas…

O Ministro Fernando Alexandre parece ter cedido à fantasia e à imaginação, através das quais se criam argumentos ficcionados, não baseados em factos reais…

À semelhança do seu antecessor, o actual Ministro da Educação aparenta ter dificuldades para conseguir percepcionar e aceitar a realidade existente nas escolas, talvez enredado numa espiral de dogmatismo e de afastamento das vivências tangíveis…

Afinal, o que mudou no quotidiano das escolas desde que o actual Ministro iniciou funções, há cerca de um ano e meio?

Falta de Professores? Mantém-se…

Falta de Técnicos Especializados? Mantém-se…

Burocracia? Mantém-se…

Plataformas institucionais de utilidade muito duvidosa, que não comunicam entre si, incapazes de cruzar dados de Alunos e de Professores? Mantêm-se…

Deficiente apetrechamento tecnológico? Mantém-se…

Más condições físicas e materiais? Mantêm-se…

Estatuto da Carreira Docente? Mantém-se…

Estatuto do Aluno? Mantém-se…

Modelo de Avaliação do Desempenho Docente? Mantém-se…

Modelo de Gestão e Administração Escolar? Mantém-se…

Modelo de “Inclusão”? Mantém-se…

Muitos Alunos com acentuadas lacunas em tarefas como ler, interpretar e escrever? Mantêm-se…

Na realidade, mantêm-se todos os constrangimentos existentes há já demasiados anos, em particular certos enquadramentos legais claramente ineficazes ou até iníquos e pouco transparentes…

O que mudou?

Permitiu-se a recuperação faseada do tempo de serviço dos Professores…

Descontinuou-se o Projecto MAIA…

Proibiu-se o uso de smartphones em espaços escolares, para os Alunos até ao 6º Ano de Escolaridade…

Extinguiram-se muitas estruturas do Ministério da Educação, mas na verdade foram criadas outras tantas, com novas nomenclaturas, nalguns casos, substituíram-se protagonistas, noutros mantiveram-se os anteriores…

Transferiram-se algumas competências da área da Educação para as CCDR…

O que se pretende implementar?

Com grande alarido mediático, no futuro próximo, pretender-se-á:

“De acordo com Fernando Alexandre, o grupo de trabalho que está a desenvolver a estratégia para a digitalização deverá divulgar as conclusões em maio, altura em que o Governo apresentará o programa anunciado pelo ministro Adjunto e da Reforma do Estado, Gonçalo Matias, e que passa por “dar a cada aluno um tutor de inteligência artificial, que ouve, orienta e inspira a aprendizagem”. (Jornal de Notícias, em 13 de Novembro de 2025)…

Em resumo, mantém-se, na Escola Pública, uma epidemia de enfermidades e de constrangimentos, mas apresenta-se com grande aparato, como se de uma panaceia se tratasse:

“…dar a cada aluno um tutor de inteligência artificial, que ouve, orienta e inspira a aprendizagem.”

Fantástico “mundo encantado”, o de alguns Governantes!

Fica-se, no mínimo, incrédulo e perplexo perante esta clara inversão de prioridades, que acaba por subliminarmente passar esta mensagem:

O que realmente importa é parecer aquilo que não se é… O que importa é salvar as aparências e continuar a fazer de conta que na Escola Pública tudo funciona bem…

Funciona tudo tão bem que a prioridade passará a ser algo que, por comparação com outras necessidades prementes que afectam negativamente o seu dia-a-dia, não apresenta qualquer relevância…

Avançar para uma digitalização como a que agora é pretendida sem que a mais elementar esteja plenamente concretizada em todas as escolas públicas, não tem qualquer lógica, nem coerência… Será como construir uma casa ignorando a necessidade da sua fundação…

Há “mundos encantados” que só existem na cabeça de alguns Governantes…

Perdeu-se um Ministro, ganhou-se um ficcionista?

A Escola Pública não precisa de mais ficção, já lhe basta a que a vitimou nos últimos anos…

A Escola Pública precisa de quem a enfrente de forma séria, olhos nos olhos, sem subterfúgios e sem fantasias delirantes…

Os problemas que a afectam nunca se resolverão com medidas meramente ficcionais…

E os Profissionais de Educação estão cansados de serem obrigados a desempenhar papéis, a serem actores, em argumentos ficcionados, não baseados em factos reais…

Paula Dias

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Mesmo Que Existam Os Computadores

… as plataformas do MECI não conseguem comunicar umas com as outras de forma correta para exportar os dados dos alunos com vista à realização dos contratos de comodato. Muitas vezes porque falta o número do cartão de cidadão (agora imagine-se quantos alunos estão nas escolas sem cartão de cidadão).

 

 

Há escolas que têm turmas inteiras sem computadores

 

Há turmas inteiras, sobretudo de anos iniciais de ciclo, em que nenhum aluno tem kit digital atribuído pela escola, garante a presidente da Confederação Nacional de Pais (Confap), Mariana Carvalho. Os presidentes das duas associações de diretores confirmam que o número de computadores disponíveis é cada vez menor.

O Governo garante que vai, tal como no último ano letivo, contactar os agrupamentos para “identificar devidamente as suas necessidades na preparação para a realização das provas em suporte digital”.

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Pelo JN

Número de professores reformados diminui pela primeira vez em sete anos

 

De acordo com as listas mensais da Caixa Geral de Aposentações, este ano, aposentam-se, até ao final de dezembro, 3625 educadores e professores. Apesar de ser o segundo maior número da última década, são também menos 275 reformas do que no ano passado e a primeira quebra nas saídas em sete anos, desde 2018.

Uma das apostas do “Plano + Aulas, + Sucesso”, que pretende reduzir o número de alunos sem professor, é a atribuição de um suplemento mensal de 750 euros aos docentes que aceitem adiar a aposentação.

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