Explicação mais ou menos pormenorizada sobre a vida de um professor do 1° ciclo, para pais e outros profissionais a quem possa interessar:
Um professor do 1° ciclo é um docente generalista, ou seja, lecciona várias disciplinas. Essas disciplinas estão discriminadas na Lei e são o Português, a Matemática, o Estudo do Meio, as Expressões artísticas, a Expressão físico motora, o Apoio ao Estudo e a Oferta Complementar ( educação para a cidadania, por exemplo…). A Lei prevê ainda expressamente a duração semanal de cada uma destas disciplinas, a saber, 7 horas para as duas primeiras, 3 para cada uma das duas seguintes e mais uma hora e meia para a penúltima e uma para a última, como tempos mínimos que eu, professora do 1° ciclo, sou obrigada a leccionar.
Tudo isto consta discriminadamente do horário que os professores “primários” recebem no início do ano lectivo.
Entretanto, com o ano iniciado, vem a colega de Religião e Moral e diz-nos que vai levar os meninos cujos pais declararam querer a frequência daquela disciplina, no horário que decidiu e que por acaso coincide com a hora a que dou português. E no dia seguinte vem uma jovem esguia dizer que às terças, à hora em que dou Estudo do Meio, os meus alunos terão aula de ginástica com ela, portanto tenho que avisar que venham equipados e entrega-me uma grelha para avaliar, mais um horário e mais uns papéis que entretanto vejo vermelhos, porque quero saber quem decidiu tal coisa. Que é assim, que é um projecto da câmara em que a direcção inscreveu as escolas, porque os meninos precisam muito e a ginástica faz parte do horário, pelo que ela dá uma hora e eu darei a outra, ao que percebi sob orientação dela… E lá vai, deixando-me os papéis na mão.
Entretanto há-de vir a natação curricular, no horário que a câmara decidir, e já sei que duas vezes por semana ficarei sem o intervalo da manhã ou sem um pedaço do intervalo do almoço. Porque a direcção inscreveu as escolas no projecto. Porque os meninos precisam muito e nadar faz muito bem.
Virá mais tarde o ciclismo, no horário da aula de matemática. Foi a junta que decidiu. Porque é um projecto extraordinário e estas crianças precisam muito.
Se eu for professora do 3° ou 4° ano, tenho ainda o inglês curricular que é dado por uma colega de inglês, duas horas por semana. Enquanto ela dá a aula dela eu espero cá fora. Fico de guarda, pois a colega pode precisar de apoio, uma vez que os meninos são pequenos e no 1° ciclo não vigora a ordem de saída da sala quando se portam mal. De qualquer modo tenho mesmo que esperar para de seguida retomar a minha aula, portanto é mais sentinela menos sentinela.
Habitualmente, logo pela manhã, vem a assistente operacional, que é o nome moderno para contínua, com o relato ( às vezes escrito) das ocorrências com os meus alunos na aula de enriquecimento curricular do dia anterior. Transmite ainda que o professor da aec quer reunir comigo, porque os meus alunos não se conseguem aturar nas aulas dele.
Antes de ir embora, ainda avisa que tenho de advertir os meus alunos para o comportamento inadequado que têm tido no refeitório pois as senhoras que lá trabalham não os conseguem aguentar.
Há-de vir de seguida a colega da Educação Especial por causa daquele aluno que vai precisar de adequações curriculares no programa que terei de fazer com ela, mas é preciso encontrar um dia conveniente pois ela tem um horário de 1100 minutos e há tardes ou dias em que não está na escola.
Entretanto à noitinha, as notícias online advertem que o bloco de esquerda quer língua gestual nas escolas primárias.
É altamente provável que na próxima semana apareçam mais pessoas ou entidades com mais projectos de actividades para decorrerem durante o meu horário porque os meninos precisam muito. Hoje acho que não vai aparecer mais nada porque é tarde e todos os que se preocupam com os meninos já devem estar a dormir.
É melhor eu ir também. Preciso muito, embora ninguém me tenha perguntado nada.
Embora esta petição só diga respeito a dois grupos de docência, o tema é do interesse de todos… mais iniciativas como esta são necessárias.
Apreciação em Reunião Plenária da Petição n.º 66/XIII/1ª – “Pela Igualdade” – Pelo restabelecimento de um regime especial de aposentação para os docentes da Educação Pré-escolar e do 1.º Ciclo do Ensino Básico – para o dia 26 de outubro, a partir das 15 horas. Seria muito importante a presença de um número significativo de docentes nas galerias da Assembleia da República, pelo que faço um apelo a todos os que tiverem possibilidade de comparecer que o façam e que, se possível, mobilizem outros/as colegas. Esta é uma causa de todos, o importante é que todos os que puderem comparecer mostrem, com a sua presença, a importância do assunto e o nosso descontentamento com a situação atual.
Informam-se os candidatos em reserva de recrutamento para o cargo de leitor que têm 5 dias úteis, contados a partir 10 de outubro de 2016 até ao dia 14 de outubro de 2016, para apresentar, via endereço eletrónico Leitor2015@camoes.mne.pt a sua manifestação de preferências, por ordem decrescente, para o Posto vago na rede de cursos do Ensino Superior e Organismos Internacionais – 2016/2017 e 2017, aprovada por Despacho n.º 9397/2016, de 22 de julho de 2016. A comissão de serviço referente a este Posto terá início a 1 de janeiro de 2017.
Não foi com surpresa, nem dos proponentes, que a proposta de alteração da Lei de Bases do Sistema Educativo foi chumbada, hoje, na Assembleia da República.
Com os votos contra do PS, BE, PCP e PEV e com a abstenção do PSD a proposta ficou-se por isso mesmo, uma proposta.
O PSD, embora concorde com uma revisão à LBSE, prefere aguardar pelas conclusões de um grupo de trabalho do CNE que, estará a realizar um amplo debate com vários agentes do setor da educação. (não foi revelado quem é que está a debater, os professores não foram chamados a esse debate, mais uma vez). O PS, o BE, o PCP e o PEV, além de discordarem profundamente com alguns dos pontos propostos para alteração, tais como, o papel do Estado no acesso à educação, na escola pública e no ensino privado e a organização dos ciclos escolares, também preferem aguardar pelas conclusões do tal debate a cargo do CNE.
Ainda não é tempo (houve quem dissesse) de discutir este assunto, com resultados de estudos ou não ainda não oportuno falar de uma alteração de fundo à LBSE. Talvez não seja. Mas é necessário começar.
Resta-nos aguardar pelo CNE para sabermos se surgirão mais propostas…
NOTA: O nosso Tiago não esteve presente, mas também não tinha que estar. Houve referência a carros sem condutor, trafico de órgãos e outros… foi um fartote…
Em 2015/16, os salários dos professores aumentaram em 24 países ou regiões, enquanto permaneceram mais ou menos no mesmo nível em 16. Ao longo dos últimos sete anos, em termos reais, os salários mínimos obrigatórios aumentaram ou mantiveram-se estáveis na maioria dos países europeus, embora ainda abaixo dos níveis de 2009 em alguns deles.
A remuneração é um elemento-chave que transforma o ato de ensinar uma profissão atractiva. Este relatório fornece uma visão comparativa sobre os vencimentos legais mínimos e máximos para os professores e directores de escola em escolas públicas pré-primário, primário e secundário em 40 países ou regiões europeias. Também examina as mudanças em vencimentos base ao longo do último ano e a evolução do poder de compra desde 2009.
O relatório também olha para salários reais, progressão salarial e subsídios disponíveis em cada país, incluindo folhas de dados nacionais com informações detalhadas sobre todas estas questões.
Um texto mais correto sobre os vencimentos dos professores, em Portugal e na Europa…
Relatório sobre a situação salarial dos professores na Europa mostra que em 2015/2016 houve um aumento dos vencimentos na maior parte dos países, Portugal incluído.
Fruto do congelamento de carreiras, que se prolonga há 11 anos, os salários actuais dos professores portugueses do ensino não superior estão mais perto do vencimento mínimo do que do máximo praticado nesta profissão, o que faz com que Portugal esteja em minoria nos 29 países europeus que forneceram esta informação à rede Eurydice, revela um relatório sobre a situação salarial dos docentes na Europa divulgado nesta quarta-feira.
Em Portugal, a progressão na carreira é ditada pelos anos de serviço e, portanto, ligada à idade dos docentes. Apesar de a maioria dos docentes portugueses ter mais de 40 anos e de muitos deles terem já ultrapassado os 50, o que o retrato sintetizado pela rede Eurydice vem confirmar é que a maioria continua aquém do meio da carreira para efeitos de vencimento.
Os dados compilados por esta rede europeia de informação sobre a educação dão conta de que o salário médio actual dos professores portugueses do ensino básico e secundário oscila entre 28.697 e 31.805 euros, enquanto o vencimento mínimo é de 21.980 e o máximo de 42.337 euros. Para além de Portugal, os países onde se regista esta proximidade entre o vencimento actual e o salário mínimo para a docência são a França, Croácia, Chipre, Hungria, Malta e Suécia.
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Mudou muito. A escola mudou com a sociedade, adaptou-se e está diferente. Mudou para melhor, isso é uma certeza. Mas como tudo, está em mudança. Para onde irá? Como será daqui a 20 anos?
Talvez daqui a 20 anos tenhamos essa conversa…
“Olhando para trás, prefiro os tempos atuais. Claro que a missão do professor há 20 anos, poder-se-ia considerar mais facilitada. Os alunos estavam quietos nos seus lugares, o professor expunha a matéria e quando queriam colocar questões, punham o braço no ar e esperavam calmamente que chegasse a sua vez. Barulho? Nem pensar! Mas as aulas não eram vivas, como o são de há uns tempos para cá”,
(clicar na imagem) in Sapo Lifestyle by Susana Krauss
O Estado da Educação 2015, do CNE, radiografa a educação nacional, compilando dados de fontes diversas. Eis a síntese que me parece útil, em números, comprimida para o espaço de que disponho: nos próximos 5 anos, a diminuição das inscrições no 1º ano do ensino básico vai duplicar por referência à verificada nos últimos 10; a taxa de abandono precoce da educação (13,7%) está, felizmente, em queda; as taxas de conclusão do ensino básico e dos cursos do ensino secundário aumentaram; verificou-se nos últimos dez anos um forte crescimento dos níveis de escolaridade da população activa; no mesmo período, o ensino público não superior perdeu 73.572 alunos, enquanto o privado ganhou 18.912; nos últimos quatro anos, diminuiu significativamente o número de técnicos de educação especial, embora tenha aumentado o número de alunos dessa área; a relação psicólogos/alunos, no ensino público, é 1/1.270; na última década, o sistema de ensino perdeu 40.159 docentes e a despesa pública em percentagem do PIB reduziu 15% para o 1º ciclo do ensino básico e 8,3% para os outros dois ciclos e para o secundário.
Fora outro o autor desta curta síntese e os números retirados de tantos quadros e gráficos seriam diferentes. Sejam quais forem, mais importante que mostrar é interpretar, relacionar e explicar.
Quando falamos de recursos públicos, a prestação de contas é um conceito que colhe ampla aceitação no seio de qualquer sociedade democrática. Mas a tendência actual para tudo medir e tudo reduzir a números, seja qual for a natureza e a complexidade dos fenómenos em causa, vem-nos mergulhando numa cultura comunicacional de pendor estatístico e econométrico que, amiúde, não serve a verdade de que a democracia carece, porque cada arauto manipula os dados até adaptar a realidade aos seus interesses.
Sobre um fenómeno, estatisticamente tratado, não existe, normalmente, uma só leitura. Existem leituras (e sublinho o plural), com pontos fortes e fracos, segundo a perspectiva de análise, as fontes usadas e os processos de construção dos indicadores. Disto mesmo encontramos abundantes exemplos na Introdução ao Estado da Educação 2015. Sobre o bullying, diz-se que “é cada vez maior a percentagem de alunos que afirma nunca terem sido vítimas de bullying” e diz-se, também, que Portugal pertence aos “países da OCDE onde essa prática concita maior número de queixas”. Sobre o grau de satisfação dos alunos com a escola, afirma-se que os alunos portugueses são dos que se sentem mais felizes. Mas, noutro quadro, só 12% dizem gostar muito da escola. E o perfil de felicidade referido contradiz, claramente, a opinião dos directores sobre o mesmo tema.
Se mudarmos de campo e passarmos para a discussão política dos últimos dias, sobre a evolução da economia e das finanças públicas, vemos o Governo a entoar hosanas à execução orçamental apurada no fim de Agosto (o défice fixou-se em menos 81 milhões quando comparado com Agosto de 2015). Mas se olharmos para o processo que nos trouxe a este défice melhorado, que vemos? Que até ao fim de Agosto o Estado cobrou em receitas (impostos, basicamente) 49,2 mil milhões de euros (mais 622 milhões relativamente a Agosto de 2015) e gastou 53,8 mil milhões (mais 541 milhões relativamente a Agosto de 2015). Assim, o défice das contas públicas, que em Agosto de 2016 se fixou em 4,6 mil milhões, melhorou em termos homólogos porque a carga fiscal aumentou, independentemente de qualquer juízo de valor sobre a natureza dos impostos que subiram e sobre a mudança de critérios para distribuir a riqueza.
O problema da nossa política é a incapacidade persistente em tomar como dialogantes as perspectivas diferentes, de modo a gerar entendimentos mínimos sobre o que é essencial. E assim vivemos, seja na Educação, seja na Economia, em ciclos de mudanças políticas que primam pela lógica primária de substituir o que se encontra pelo seu oposto, com a promessa recorrente de amanhãs que cantarão e a estratégia gasta de transformar a realidade no interesse partidário.
Serve a presente publicitação de início de procedimento para informar que poderão constituir-se como interessados, bem como apresentar contributos ou sugestões, todos os particulares e as entidades que comprovem a respetiva legitimidade no âmbito do procedimento tendente à elaboração do despacho que altera o calendário de adoção dos manuais escolares aprovado pelo Despacho n.º 11421/2014, de 11 de setembro, alterado pelos Despachos n.ºs 15717/2014, de 30 de dezembro e 4734-A/2015, de 06 de maio.
Publicado a 3 de outubro de 2016. A constituição como interessado pode fazer-se nos 10 dias úteis subsequentes.
A constituição como interessado no presente procedimento depende de declaração escrita nesse sentido, dirigida ao Diretor-Geral da Educação e enviada para o endereço eletrónico regmedu212016@medu.gov.pt.
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O Provedor de Justiça deu razão aos argumentos jurídicos apresentados pelos docentes e escreveu à Secretária de Estado Adjunta e da Educação no sentido de os serviços do Ministério da Educação alterarem os procedimentos administrativos, pagando o subsídio de transporte e o abono de ajudas de custo.
Informa-se os interessados que se encontra aberto procedimento concursal simplificado para o 1.º Ciclo – Língua Francesa – Coordenação de Ensino Português na Suíça.
Este documento traça o perfil dos docentes dos 5 grupos de recrutamento do 3º ciclo e secundário com maior número de docentes e dos docentes de Línguas Estrangeiras.
Fica a nota que segundo os dados da DGEEC, entre os professores do 3.º ciclo e secundário, cerca de 40% têm 50 ou mais anos.
Informa-se os interessados que se encontra aberto procedimento concursal simplificado para o 2.º, 3.º CEB e SEC – Língua Alemã – Coordenação de Ensino Português na Suíça.
Se isto “passar a ser moda” o nosso Tiago vai ter muitas cartas para ler… Os professores, sim os professores, também podem tomar posições..
Cerca de 40 professores da Escola Artística de Soares dos Reis, no Porto, exigem a demissão da Comissão Administrativa Provisória (CAP), que dirige aquele estabelecimento de ensino desde Novembro de 2015. O apelo, que representará a maioria dos docentes, foi feito numa carta que escreveram esta semana ao ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
A carta chegou também ao Palácio de Belém e à comissão parlamentar de Educação e nela os professores dão conta “do modo caótico como está a decorrer o arranque do ano lectivo” e sublinham os “atropelos na gestão da escola” desde que a CAP a começou a dirigir.
Entendem que “para o funcionamento normal da escola e para restituir à Soares dos Reis a confiança dos encarregados de educação e comunidade em geral, torna-se imperiosa a imediata exoneração/demissão desta comissão administrativa”.
“A expectativa é que sim, que no início do ano civil de 2017, nós estejamos todos em condições de abrir concursos nas escolas para a contratação de mais psicólogos”, declarou à Lusa Pedro Cunha…
…
O subdiretor-geral de Educação recordou que até 2020 é “suposto Portugal atingir um rácio de um psicólogo para cada 1.140 alunos”, um valor que ainda não se verifica.
“Não estamos a conseguir ainda garantir uma relação de proporção adequada entre o número de psicólogos que estão ao serviço das escolas – embora todas as escolas tenham psicólogo –, ainda assim a relação de proporção ainda não é a mais adequada de acordo com padrões e ‘standards’ que estão definidos internacionalmente”, explicou.
… Roma e Pavia não se fizeram num dia… foram-se fazendo!!! Muito devagarinho, muito devagarinho…
Problemas continuam a grassar nas escolas
Hoje, como nos anos precedentes, sem nenhuma intervenção efetiva do ME continuamos a assistir à existência de um número elevado de alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) que continuam sem professores que lhes possam proporcionar um ensino diferenciado que lhes permita a tão badalada e propagandeada inclusão.
Hoje, como nos anos precedentes, continuamos a confrontar-nos com a existência de turmas, no primeiro ciclo, com diferentes níveis de escolaridade.
Hoje, como nos anos precedentes continuamos com turmas numerosas que põem em causa todas as pedagogias de sucesso tantas vezes enumeradas e exemplificadas como modelo a seguir.
Hoje, como nos anos precedentes, continuamos a ter um número elevado de docentes sem colocação, apesar das necessidades que o sistema educativo encerra.
Hoje, como nos anos precedentes, continuamos a ter as escolas sem assistentes operacionais que permitam que funcionem com o mínimo de prestação de serviços, nomeadamente bibliotecas e vigilância nos recreios.
Mas não adianta fazer soar nenhum alarme, seria um verdadeiro despautério. Afinal esta é uma situação normal, aliás recorrentemente normal e desse modo o ME aguarda com normalidade que a modorra transforme em absoluta normalidade o que está mal na realidade. Até quando?
O número de psicólogos por alunos nas escolas portuguesas é atualmente de 1/1700 alunos, quando o rácio recomendado é de 1/1000, o que significa que “faltam mais de 500 psicólogos devidamente distribuídos”, disse hoje o bastonário da Ordem.
Terão os “chumbos” o impacto que se quer deles? Ou estaremos, só, a desperdiçar umas “massas”?
Mais um estudo Aqeduto
Para além de dispendioso, chumbar não melhora as aprendizagens. É tempo de repensar a sua utilidade e procurar medidas alternativas que realmente promovam as aprendizagens, especialmente direcionadas a alunos com dificuldades.
O problema não é o que se gasta mas sim se se gasta da melhor forma. Vários estudos internacionais, realizados em diversos contextos sociais e económicos, têm demonstrado que chumbar um ano é a medida mais cara e a que menos traz benefícios aos alunos. Em muitos casos consegue-se provar que os alunos em vez de recuperarem aumentam a distância face aos pares, ficando pior preparados para enfrentar os desafios da vida adulta. Várias medidas têm sido adotadas, todas com melhores resultados e a custos mais baixos. Em Portugal, a despesa direta ligada a mais um ano de escola é de cerca de 7000 USD por aluno. A este custo devemos somar o custo indireto que provém de perdas a nível de salários, maior tempo de dependência da segurança social ou com problemas de saúde e outros (www.aqeduto.pt).