No próximo ano letivo vamos assistir a mais uma aberração no 1º ciclo. As turmas mistas na disciplina de Inglês. Em turmas com dois anos de escolaridade os docentes do Grupo 120 vão ter que recorrer à diferenciação pedagógica, tal como já fazem os docentes do Grupo 110. Nem para uns nem para outros, esta opção, é a que favorece o trabalho a realizar com os alunos. Já para não falar nos “benefícios” que os alunos poderão ter com esta situação.
Para uma politica de sucesso, isto não é, nem nunca será a melhor opção…
Fica aqui uma troca de e-mails entre uma docente e a DGAE para melhor se compreender a situação…
Ex.mos Senhores
Venho por este meio questionar a legalidade e viabilidade da situação que de seguida passo a descrever:
Consta-se (já alguns diretores de Agrupamentos de Escola o adiantaram) que, no próximo ano letivo, as escolas pretendem juntar os alunos de 3.° e 4.° ano, provenientes de diferentes turmas mistas, para que o Inglês curricular seja lecionado pelo mesmo professor, à mesma hora, num total de 120 minutos semanais, nos dois anos/níveis.
Juntando-se os níveis (3º e 4º ano) cada professor teria que repartir a aula de 60 minutos, em 30 minutos para cada nível o que não vai ao encontro do que está preconizado na Matriz Curricular do 1º CEB que contempla, um mínimo de 2 horas ( 120 minutos) para cada nível.
Ora, tendo em conta que, como já foi referido acima, na Matriz Curricular do 1.° ciclo, a carga horária semanal atribuída à disciplina de Inglês é de 120 minutos para cada ano de escolaridade e tendo em conta a extensibilidade das Metas Curriculares, não esquecendo que se trata da lecionação de uma língua estrangeira, questiono a legalidade desta situação, caso se venha de facto a verificar.
Os alunos ficarão gravemente prejudicados, uma vez que na verdade apenas usufruirão, de metade da carga letiva a que têm direito.
Como poderão os alunos adquirir as competências necessárias para transitarem para o 5º ano?
A iniciação de uma língua estrangeira é um assunto demasiado sério e misturar níveis no ensino curricular de uma língua estrangeira, nesta faixa etária, é prejudicial para estes alunos, que necessitam, claramente, do mínimo de 120 minutos em cada nível, para adquirirem as competências mínimas desejáveis, nomeadamente as competências do domínio da interação oral, da produção oral e da compreensão oral, que com dois níveis diferentes na mesma sala de aula e à mesma hora, serão muito difíceis, senão quase impossíveis, de trabalhar.
Os professores de Inglês estão plenamente conscientes de que a existência de turmas mistas é uma realidade no 1.° CEB, nomeadamente na lecionação das outras disciplinas curriculares, no entanto, essas disciplinas são lecionadas pelos professores titulares, em regime de monodocência, o que permite gerir a aula e a diferenciação pedagógica de uma forma que não é possível fazer em aulas de Inglês com a duração de apenas uma hora cada.
Agradeço que tudo o exposto alerte Vossas Excelências para o grave prejuízo que esta situação (de junção de níveis na disciplina de Inglês) irá trazer para a aprendizagem e sucesso dos alunos que são a nossa preocupação.
Solicito um esclarecimento desta situação e que sejam tomadas medidas para que tal situação não se venha a verificar, sob pena de comprometer o processo de ensino e aprendizagem da disciplina de Inglês Curricular.
Atentamente
Pede deferimento,
A professora, XXXXXXXXXXXX
Exma. Sr.ª
Uma vez autorizada a constituição da turma formada por alunos de 3.º e 4.º anos de escolaridade, e tendo em consideração que a disciplina de Inglês faz parte integrante do currículo do 1.º ciclo, esta deve ser lecionada com recurso à diferenciação pedagógica, à semelhança das outras componentes do currículo lecionadas pelo professor titular de turma. No entanto, o diretor pode optar por dividir os alunos caso tenha recursos para o fazer, isto é, sem recorrer a contratação.
Note-se que esta questão se está a referir a uma turma “mista” com alunos matrículados em mais do que um ano de escolaridade e não à associação de alunos provinientes de mais do que uma turma.
Temos uma classe envelhecida. Cada vez mais “velhos”, fartos, desmotivados financeiramente e com muito, mas mesmo muito mais “carga laboral”.
No dia 20 deste mês, mais uma vez, foi travado o rejuvenescimento da classe. E a “fotografia” da classe está cada vez pior. Já só 1,4% dos docentes têm menos de 30 anos e a maior fatia é a dos que têm mais de 50 anos, 39,5%…
Estamos cada vez mais “velhos”…
Hoje no Público vieram à luz novos dados…
De acordo com o relatório da DGEEC, o nível etário com mais peso entre a classe já é o dos professores com mais de 50 anos, representando 39,5% do total dos que ensinam nas escolas nacionais. Juntando o escalão imediatamente anterior (40 aos 49 anos), verifica-se que 77,3% dos docentes estão nas duas faixas etárias mais velhas.
Os professores são uma comunidade objectivamente esmagada por políticas e acordos, uns expressos, outros implícitos, entre PS e PSD. Vítimas de mitos sobre a qualidade da Educação, alvos de mentiras cuidadosamente fabricadas pelo politicamente correcto, a maioria trabalha no duro e não tem voz. Os problemas que encaram há mais de uma década não se resolverão com os mesmos que sempre os apontaram como a causa de todos os males. Assim fez o PS de Sócrates, assim continuou o PSD de Passos, assim, disfarçadamente, retoma o PS de Costa.
Nascem constantemente estudos, baterias selectivas de dados estatísticos e observatórios para os interpretar segundo os interesses dos donos. No início deste mês, disseram-nos que em 2014/2015 reprovaram menos 37.000 alunos que no ano passado. E que em 2013/2014 já tinham reprovado menos que em 2012/2013. Mas, e isto é a estatística, as melhorias, aparentemente favoráveis a Nuno Crato, têm por referência os números de 2012/2013 (o segundo ano do seu ministério), que foram os piores da década anterior. Assim, os valores de hoje (9,7% de retenções), que Crato implicitamente aplaudiu como fruto das suas políticas (longa entrevista ao DN de 17/7/16), são piores que os 7,5% que recebeu, no fim de 2010/2011, quando entrou. Como diria o inefável comentador Marcelo, uma coisa é a melhoria da subida das retenções, outra, bem diferente, é a melhoria da descida das retenções.
Conhecidos os resultados dos exames, que temos? No 9.º ano, tomando o ano passado por referência, a taxa de reprovações subiu em Matemática e baixou em Português e as notas desceram em ambas as disciplinas (falando de médias, descida de 48% para 47% em Matemática e de 58% para 57% em Português). A junção dos resultados dos exames (que contam 30% para a classificação final) aos resultados das classificações de cada uma das escolas deu 8% de resultados negativos a Português (10% no ano passado) e 34% a Matemática (32% no ano passado). No ensino secundário, as médias das notas dos exames desceram ligeiramente em Português e Matemática e subiram em Geologia, Física e Química e Biologia. Quanto a reprovações, em Matemática subiram quatro pontos percentuais (15%) e em Português um (7%). Sobre isto, que disse o ministro? Que existem “correlações positivas bastante acentuadas entre as classificações internas atribuídas pelas escolas e as classificações obtidas pelos alunos nas provas finais de Português e de Matemática, respetivamente, muito semelhantes ao ano transato”. Faltou-lhe, e é grave que tenha faltado, ressalvar que são coisas diferentes: a classificação interna considera domínios que não são vistos nem achados nos resultados das classificações externas.
Este contexto tem sido pano de fundo para um recente teatro de sombras, onde os figurantes usam, sem pudor, máscaras de hipocrisia. A primeira cobriu o rosto de Nuno Crato, na entrevista supracitada, quando rejeitou a manipulação da realidade “eliminando avaliações, ou baixando o nível dos exames e das provas”. Ele que, via ensino vocacional precoce, retirou 28.000 alunos problemáticos do ensino regular, logo dos exames e das estatísticas em análise!
A segunda máscara assentou que nem uma luva em Maria de Lurdes Rodrigues, que teve o topete de criticar (PÚBLICO de 15/7/16) o comportamento do seu sucessor, como se ela não tivesse feito idêntica limpeza das pautas com os CEF (Cursos de Educação e Formação).
O terceiro lugar no pódio da hipocrisia pertence a Hélder de Sousa, o patusco ex-diácono dos exames. Foi grotesco vê-lo defender as provas de aferição, com igual convicção e a mesma coluna mole. Só a hipocrisia levada ao extremo pode chamar individuais a relatórios obtidos em massa, mediante um programa informático que distribui pelos alunos frases previamente construídas em “eduquês” reabilitado. Como se a avaliação das aprendizagens, essa sim, individualizada, não fosse feita pelos professores, dia a dia e não numa só prova. Como se os professores não fossem suficientemente competentes para identificar e comunicar, ao longo do ano, as dificuldades dos alunos. Como se não tivéssemos já uma inflação de relatórios produzidos na escola. Como se esta manobra de propaganda barata, feita a propósito de provas desacreditadas e sem continuidade, pudesse ter alguma utilidade.
E assim chegamos ao progresso hipócrita do actual Governo, construído sobre um programa de combate ao insucesso de duas nebulosas vias únicas: ou passam todos ou a culpa é dos professores – enquanto as escolas não têm dinheiro para pagar a água e a electricidade que consomem; enquanto o PS, hipocritamente, votou ao lado do PSD e CDS/PP contra os dois projectos de resolução, recomendando a aposentação sem penalização dos docentes com 40 anos de descontos; enquanto se determina a inclusão em cada turma de vários alunos com necessidades educativas especiais; enquanto se impõem 30 alunos por turma em escolas que irão receber alunos de colégios onde os contratos de associação foram cancelados; enquanto, numa palavra, se promove, hipocritamente, o que se censurou aos outros.
Aviso de abertura de procedimento concursal simplificado destinado ao recrutamento local de docentes do ensino português no estrangeiro, níveis 2.º/3.º CEB e Secundário, língua francesa, para provimento do horário RPA02 H (História), contratação local – 2016.
A FEC, Fundação Fé e Cooperação, convida à apresentação de candidaturas para o provimento de uma vaga para Técnico Formador de Gestão e Administração Escolar, com formação superior em Ciências de Educação ou com experiência comprovada em funções similares (mínimo 2 anos), na Guiné-Bissau, por um período de 12 meses renováveis (ver aqui Termo de Referência).
As respostas e Curriculum Vitae (CV) deverão ser enviadas para recrutamento@fecongd.org até ao dia 3 de agosto de 2016 indicando a posição para que se candidata no assunto do e-mail. O CV, preferencialmente em português e em formato europeu, deverá ser acompanhado de uma carta de motivação e da indicação de duas pessoas de referência e o seu contacto.
Em caso de dúvida contactar Etelvina Cardeira para o telefone (00 351) 21 886 17 10.
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2016/07/apresentacao-de-candidaturas-para-o-provimento-de-uma-vaga-para-tecnico-formador-de-gestao-e-administracao-escolar-na-guine-bissau/
Lista dos docentes que obtiveram a certificação para o grupo 120.
A lista está por ordem alfabética e contempla os docentes que obtiveram a certificação em 2014-2016.
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2016/07/grupo-de-recrutamento-120-lista-de-docentes-com-qualificacao-profissional-para-a-docencia/
Informam-se os candidatos em reserva de recrutamento para o cargo de leitor que têm 5 dias úteis, contados a partir de 25 de julho de 2016 até ao dia 29 de julho de 2016 – para apresentar, via endereço eletrónico Leitor2015@camoes.mne.pt a sua manifestação de preferências, por ordem decrescente, para os seguintes Postos vagos na rede de cursos do Ensino Superior e Organismos Internacionais – 2016/2017 e 2017 (Despacho n.º 9397/2016, de 22 de julho de 2016).
Informam-se os interessados que, no âmbito do número 2 do capítulo XII do Aviso n.º 13639- A/2015, o prazo de manifestação de preferências é de 5 dias úteis, decorrendo entre as 00h00m de 25 de julho e as 24h00m de 29 de julho. Os candidatos devem manifestar as suas preferências por ordem decrescente. A manifestação de preferências é feita através da plataforma eletrónica.
É começar a armazenar, pois no próximo ano letivo podem muito bem ser necessárias muitas velas. Os baldes de água, acho que todos sabemos para que servirão…
O corte no Orçamento de estado que o setor da Educação levou este ano está a começar a dar frutos.
A aprovação tardia do Orçamento do Estado teve como consequência o funcionamento das escolas em regime de duodécimos durante metade do ano. Isto é, com verbas fixas mensais atribuídas com base no Orçamento de 2015. Consequência: agora terão de cortar em cinco meses o que deviam ter poupado num ano. Muitas dizem que os recursos para 2016 já estão prestes a esgotar-se.
in JN by Alexandra Inácio e Tiago Rodrigues Alves com Sandra Freitas, Sandra Ferreira e Zulay Costa
…fica a mensagem que os grupos parlamentares estão disponíveis para discutir um regime especial de aposentação para os professores.
Todos concordaram que é necessário um regime especial de aposentação para os docentes. Todos concordaram que esta profissão é merecedora de tal regime.
Entre elogios aos professores e acusações partidárias ficam as intenções.
Vamos ver se não ficamos só por aí e se alguém se dispõe a, de facto, tomar atitudes.
Propostas chumbadas, como já era de esperar… PS, PSD e CDS votaram contra.
Com a inexistência de “Notas” não sei como vão elaborar os Rankings…
Creio que esta vertente de “avaliação” trará bons frutos daqui a poucos anos, se for bem aproveitada por nós.
Os relatórios individuais serão automaticamente elaborados entre 8000 possibilidades. Com esses relatórios teremos uma “fotografia” de onde deveremos investir.
Saúdo a coragem de ir contra os Rankings…
As provas de aferição, que já não contavam para a avaliação dos alunos, deixarão também de ter notas. A decisão, já com efeitos nos testes do 2.º, 5.º e 8.º anos de escolaridade deste ano, foi anunciada ontem pelo secretário de Estado da Educação, João Costa. O novo modelo substitui as classificações de A a E (sendo o A a nota mais alta) por relatórios onde são dissecadas as prestações dos alunos nos diferentes “domínios de aprendizagem” de cada área disciplinar.
Muito se tem falado sobre a aposentação docente. Lembro que, em junho de 2015, um sindicato foi ouvido por todos os grupos parlamentares sobre o assunto e que todos se mostraram “sensíveis” ao tema. Depois disso não faltaram petições… e poucos foram os que não se mostraram “sensíveis”…
Resta saber se algum grupo parlamentar, por acaso, se lembrou de redigir uma proposta legislativa sobre o tema.
(clicar na imagem para aceder a todos os documentos referentes a este debate)
Nos últimos tempos o 1º ciclo tem andado “nas bocas do mundo”. Nem sempre pelas melhores razões… É bom “ver” que alguns sindicatos lhe começam a dar atenção…
A aplicação para a identificação da componente letiva abriu hoje e termina dia 22 de julho, o concurso para a mobilidade interna deverá começar dia 23 ou depois…
Os docentes devem começar a ser notificados, hoje, da falta de componente letiva.
Publicado o novo Decreto Legislativo Regional que regula os concursos para seleção e recrutamento do pessoal docente da educação, dos ensinos básico e secundário e do pessoal docente especializado em educação e ensino especial da Região Autónoma da Madeira.
Mais um trabalho elaborado por Alexandre Henriques na procura de respostas e mais perguntas…
Os dados recolhidos por inquérito online em maio último mostram que 24% dos encarregados de educação ajudam “sempre” os estudantes nas tarefas escolares, 31% ajudam “muitas vezes” e 40% ajudam “algumas vezes”. Note-se que o perfil destes encarregados de educação são pessoas com habilitações literárias superiores (79%).
O pico da ajuda aos estudantes situa-se no 1º Ciclo (100%), mantém-se entre os 96,9% e os 98,6% entre o pré-escolar e o 3º Ciclo e só baixa no Secundário (88%).
Teoricamente livres, usamos a nossa liberdade para permitirmos que nos condicionem. Tudo é mercadoria, educação inclusa. Preferimos estar sujeitos a mecanismos de controlo social a criar mecanismos de oposição ao sistema e de desenvolvimento de outro tipo de desejos: o desejo de visitar a vida, de cooperar com os outros.
Os sistemas de educação deixam as nossas crianças sem tempo para serem crianças. Porque lhes definimos rotinas e obrigações segundo um modelo de adestramento que ignora funções vitais de crescimento. O ritmo de vida das crianças é brutalmente acelerado segundo o figurino errado de vida que a sociedade utilitarista projecta para elas. Queremos que elas cresçam depressa. A pressa marca tudo e produz ansiedade em todos. Não lhes damos tempo para errar e aprender com os erros, quando o erro e a reflexão sobre ele é essencial para o desenvolvimento dos jovens. É a ditadura duma sociedade eminentemente competitiva e utilitária, mas pobre porque esqueceu a necessidade de formar os seus, também, pelas artes, pela estética e pela música.
Muitos dizem que temos a geração mais preparada de sempre. Mas será que temos? Ou será que temos, tão-só, uma geração com uma relação elevada entre o número dos seus elementos e os graus académicos que obtiveram? E preparada para quê? Para responder ao “mercado” ou para responder às pessoas? É que há uma diferença grande entre qualificar e certificar, preparar e diplomar.