Quem não berra não mama – Rui Gualdino Cardoso

Os professores conseguiram justiça. Outros vêm no mesmo caminho: forças de segurança, oficiais de justiça, enfermeiros, médicos, forças armadas…

Quem não berra não mama

Durante 8 anos os professores “berraram” e os “berros” não chegaram aos céus.

De tanto berrarem, não se cansaram e viram as suas preces atendidas. Outros berram, agora, pela mesma razão inspirados pela luta dos professores e com razões idênticas.

Oito anos de uma política injustiça laboral, a juntar a quatro anos de Troika, causada pelo mesmo tipo de politicas têm, um términos iniciado este ano.

Os professores conseguiram justiça. Depois de uma campanha eleitoral em que todos se lembraram de piscar o olho aos professores, o actual Ministro da Educação conseguiu surpreender os sindicatos. Ninguém estava à espera de uma proposta de acordo que acudisse a quase todas as reivindicações de recuperação de tempo de serviço congelado como a que foi negociada e assinada por sete sindicatos.

Os sindicatos que não assinaram o acordo, ou nunca assinaram nenhum, ou os que assinaram, foram em “modo” de plataforma em que todos os sindicatos de professores se uniram por uma causa. E vêem, agora, pedir e reivindicar o que nunca esteve em cima da mesa durante todos estes anos. Não é que seja de inteira justiça, mas quando não se quer concordar, até com a cor das folhas de outono discordam.

A verdade é que os professores estão satisfeitos com o acordo negociado pelos sindicatos da FNE e assinado por mais alguns sindicatos.

A recuperação do tempo de serviço congelado vai permitir, que a maioria dos professores, tenha a possibilidade de conseguir chegar ao topo de carreira. Até agora, toda uma geração estava impedida de conseguir chegar ao topo e consequentemente de se aposentar com uma reforma digna. O socialismo aplicado aos professores durante todo este ano não era originário do centro partidário.

Outros vêem no mesmo caminho. Forças de segurança, oficiais de justiça, enfermeiros, médicos (são poucos como me disse um uma vez) e as Forças Armadas estão a preparar caminho.

A Função Pública é a bússola do sector particular, se uns não vêem as suas condições de vida melhorada os outros lhe seguirão os passos.

Um país de baixos salários, nunca evolui na sua plena potencialidade, tanto a nível económico como a nível social fazendo com que a Democracia nunca seja alcançada na sua plenitude.

 

Rui Gualdino Cardoso, Professor, Colaborador do Blog DeAR Lindo

 

 

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2024/06/quem-nao-berra-nao-mama-rui-gualdino-cardoso/

8 comentários

Passar directamente para o formulário dos comentários,

    • Mainada on 6 de Junho de 2024 at 10:07
    • Responder

    Os pedidos dos sindicatos que não assinaram parecem-me perfeitamente razoáveis. Não estou a dizer da Fenprof e a conversa toda do costume, porque quando se quer discordar, até da cor das folhas de outono se discorda – são cinco associações sindicais, incluindo inclusive o STOP. Os professores é que se mostram sempre demasiadamente fracos e humildes e é por isso que estão onde estão.

    1. Discordo completamente.
      Pelo que percebi, (e posso estar errado na minha interpretação), o ponto principal do que é reivindicado é haver uma qualquer forma de compensação para quem está prestes a se aposentar estando nos últimos escalões da carreira.
      Esta compensação deriva do fato destes professores terem estado congelados durante mais de 9 anos e por esse motivo descontarem menos (em principio) para a CGA o que se vem reflectir na sua carreira contributiva.
      Logo terão um valor de aposentação mais baixo do que teriam se não tivessem estado mais de 9 anos congelados.
      Ora o que acontece é que todos os professores, passaram pelos pelos 9 anos de congelamento.
      Não foram só os professores que estão agora nos últimos escalões foram todos.
      Logo todos os professores serão prejudicados na sua carreira contributiva e terão todos uma aposentação mais baixa.
      E aqui reside a minha discórdia.
      A haver uma qualquer compensação terá de ser para todos os professores e não só para alguns.
      Os sindicatos devem reivindicar devem defender os direitos de todos e não só de alguns professores.
      É legitimo que quem estiver prestes a ir para a aposentação queira ter uma aposentação melhor, mas todos os outros docentes quando se aposentarem também querem de form igualmente legitima ter uma aposentação melhor.

        • Rosita on 6 de Junho de 2024 at 17:33
        • Responder

        Ora aí está. Alguém que partilha da.mesma opinião que eu. Ando a dizer isso há algum tempo, mas parece que ninguém quer saber.

    • Anabela Santos on 6 de Junho de 2024 at 10:53
    • Responder

    (…) Achei o teor do texto demasiado politizado/ partidário e não preocupado com o que importa.
    Cada um deve pensar pela sua própria cabeça e formar uma opinião e não ser condicionado por outros motivos.

    • Ana Tavares on 6 de Junho de 2024 at 12:43
    • Responder

    Eu não defendo uma compensação. Quero que me reposicionem e me permitam fazer os respetivos descontos para a CGA. Penso que não é pedir muito.

    1. Pois, você e todos os outros professores.
      O que pede não é pedir muito de facto.
      Mas se lhe for dada essa oportunidade. o que eu acho muito bem e muito justo, têm que dar a todos.

    • Há classes e classes on 6 de Junho de 2024 at 13:33
    • Responder

    Os docentes só estão a exigir a RTS e não aumentos salariais como as outras classes profissionais( para etas a RTS) já foi adquirido.

  1. Afinal, o que é que foi dado aos professores? Aumentaram os vencimentos por escalão? Ajudas de custo para quem está colocado longe?
    Não deram nada, devolveram o que foi retirado.
    Nota-se em outras classes que as reivindicações vão além da carreira e prendem-se com complementos remuneratórios extra. Afinal, o que é que se conseguiu?

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.

WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
Seguir

Recebe os novos artigos no teu email

Junta-te a outros seguidores: