No seu funeral que se realizou hoje.
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Dez 08 2023
Dia 8 – Grosseiro – “As propostas de recuperação integral do tempo de serviço dos professores são inconstitucionais.” Porfírio Silva, maio 2019.
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Dez 08 2023
Numa altura em que ainda se fala da perda de aprendizagens devido à pandemia, narrativa essa que, sinceramente, começa a ser ridícula, gostaria de chamar à atenção para uma questão que, essa sim, prejudica as aprendizagens há anos: a indisciplina.
A preocupação com a indisciplina em meio escolar, e dentro da sala de aula, tem sido crescente entre os professores, mas não tem tido a proporcional preocupação por parte dos decisores políticos.
No passado, a autoridade dos professores era incontestável e com esse facto conseguia-se criar um ambiente de respeito e seriedade na maior parte das escolas. Hoje, vemos a autoridade do professor posta em causa por todos, dentro ou fora da escola.
Uma das principais causas é a educação excessivamente permissiva por parte dos pais. Quando eu frequentei o ensino básico e secundário ouvia todas as manhãs a minha mãe dizer-nos, a mim e aos meus irmãos, que não queria queixa dos professores relativamente ao nosso comportamento. Esta consciência parental existente na época, frequentei o básico e o secundário entre 1986 e 1998, tinha como principal consequência o facto de nas escolas haver muito menos casos de indisciplina dentro e fora da sala de aula. Obviamente, sempre houve alguma indisciplina, mas a maioria dos estudantes eram conhecedores dos seus limites. Havia uma consciência social da autoridade dos professores e encarava-se a escola com maior seriedade. A escola era para aprender, se quiséssemos ser alguém no futuro. Era a única saída para muitos alunos que queriam ascender socialmente. E os pais tinham essa noção.
Claro que também é verdade que, nessa mesma época, a autoridade com que muitos professores geriam as suas aulas e se relacionavam com os alunos, usando o medo como arma “pedagógica”, não deixa saudades. E por essa razão, ninguém lá quer voltar!
Mas questiono-me com frequência se teremos sabido fazer a transição entre esses abusos e o laxismo e a indisciplina que nos dias de hoje assolam a Escola Pública, prejudicando as aprendizagens bem mais do que a pandemia?
Não digo que o caminho não devesse ser feito, tenho pena é que hoje a perceção é a de que se passou do oito para o oitenta.
Não me recordo de naquela época ver e ouvir casos de agressões de alunos a professores, casos de pais ou encarregados de educação a agredirem professores.
Os professores tinham uma imagem valorizada e prestigiada socialmente, eram vistos como autoridade nas escolas, eram respeitados pela grande maioria e quem não respeitava sentia-se mal porque as suas atitudes eram, a maior parte das vezes, condenadas pelos próprios colegas. Hoje, esse desrespeito começa pela própria tutela e propaga-se pela sociedade acabando nos pais, que muitas vezes começam o dia com mensagens completamente erradas quanto à forma e ao conteúdo.
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