15 de Agosto de 2023 archive

A crise da falta de professores não pode ser resolvida à custa da qualidade

“A crise da falta de professores não pode ser resolvida à custa da qualidade”

 

Assunção Flores, diretora do Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC) e professora do Instituto de Educação da Universidade do Minho.

 

 

O braço de ferro entre Ministério da Educação e os professores arrasta-se há muito. O que pode desbloquear o momento atual?

Eu penso que é necessário um esforço coletivo. A educação é fundamental para o desenvolvimento do país e a manutenção de uma situação de instabilidade e de incerteza tem sobretudo consequências para as crianças e para os jovens que têm direito a uma educação de qualidade. A verdade é que o setor da educação tem vivido tempos conturbados e exigentes e eu não resisto a citar Andy Hargreaves que, há 20 anos, falou de uma crise de proporções preocupantes, na medida em que a profissão que é, muitas vezes, descrita com uma importância vital para a economia do conhecimento é a mesma que muitos grupos têm desvalorizado, que cada vez maior número de pessoas quer deixar, em que cada vez menos pessoas querem entrar. Esta asserção permanece atual e não estou apenas a referir-me aos aspetos conjunturais que têm acentuado este cenário, mas também aos elementos estruturais aos quais é necessário atender.

 

As reivindicações dos professores são legítimas?

É fundamental que os professores estejam motivados e, para isso, concorrem naturalmente as questões laborais, nomeadamente as questões da carreira e do estatuto socioeconómico. O bem-estar dos alunos depende do bem-estar dos professores e, por isso, é crucial atender às condições de exercício da profissão e reconhecer a complexidade e exigência do ensino. Como refere Labaree, o ensino (e, por extensão, aprender a ensinar) constitui uma forma extraordinariamente difícil de prática profissional que parece fácil. É, portanto, necessário reconhecer e valorizar o trabalho dos professores. Na minha opinião, a profissão docente encontra-se numa situação crítica, eu diria mesmo numa encruzilhada, que requer respostas concertadas e urgentes, o que claramente tem de passar pelo desenvolvimento de medidas políticas que concorram para aumentar a sua atratividade e pelo investimento numa formação de qualidade assente na investigação e no conhecimento produzido internacionalmente e em particular no nosso país. Fala-se muito do envelhecimento do corpo docente, mas é necessário destacar que temos no nosso sistema professores altamente qualificados e experientes sendo fundamental reconhecer o seu papel na sociedade. Todavia, penso que é também importante refletir, para além das questões laborais, sobre as questões profissionais, por exemplo sobre a natureza do profissionalismo docente, sobre as práticas pedagógicas, sobre o trabalho colaborativo, sobre o papel dos professores enquanto agentes do currículo, enfim, sobre a especificidade da profissão docente.

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Tantas Vezes o Governo Fala na Paridade na Administração Pública…

… quando os professores exigem a devolução do seu tempo de serviço.

E afinal.

 

Assistentes técnicos, militares e médicos lideram aumentos na função pública em 2023

 

Salários da função pública têm o maior aumento desde 2015. Remuneração-base média mensal subiu 5,1% e ganho médio teve um crescimento de 5,7%.

Os ganhos salariais dos trabalhadores da Administração Pública atingiram o nível mais alto desde 2015. Em Abril de 2023, a remuneração-base média mensal fixou-se em 1637,7 euros brutos, mais 5,1% do que no período homólogo, enquanto o ganho médio mensal (onde se incluem subsídios, suplementos e pagamento de horas extraordinárias) subiu 5,7% para os 1919,1 euros. Em algumas carreiras a evolução foi ainda mais expressiva, nomeadamente para os assistentes técnicos, militares e médicos, que viram os salários subir mais do que a média.

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Da Falta de Planeamento E Clareza

Sobre este assunto já por aqui coloquei algumas respostas do IGEFE onde dizia claramente que os manuais escolares do 1.º ciclo não precisavam de ser devolvidos.

No final do ano letivo surgiu informação contrária por parte do Ministério da Educação informando que os manuais teriam de ser devolvidos em condições de reutilização.

Ao longo do ano os alunos escreveram nos manuais, usaram os autocolantes e fizeram do manual o seu uso normal.

Claro que agora os manuais do 3.º ano não têm condições para serem reutilizados e bastava entregar todos os manuais do 3.º ano como novos para o problema ser resolvido.

Este problema não se coloca com os manuais do 4.º ano, porque este ano houve revisão dos manuais deste ano e serão entregues todos novos.

 

Manuais gratuitos estão a ser negados a alunos que vão para o 4.º ano

 

Confap diz que há “muitas famílias prejudicadas” devido a contradições da tutela sobre devolução dos manuais. Há escolas a exigir pagamento de manuais do 3.º ano escritos para dar acesso a vouchers


À Confederação Nacional das Associações de Pais estão a chegar queixas e pedidos de ajuda de famílias a quem está a ser negado acesso aos vouchers para o levantamento de manuais gratuitos do 4.º ano de escolaridade, confirmou ao PÚBLICO a presidente da Confap, Mariana Carvalho.

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Os médicos e os professores são os craques disto tudo. – Pedro Chagas Freitas

Já pensava assim antes. Desde que sou pai tenho a certeza. Os médicos e os professores são os craques disto tudo. As estrelas da companhia. É neles que está o nosso ourinho, o nosso sucesso. Eles é que deviam ter os salários milionários, as condições de luxo. Não têm. Têm dificuldades, burocracias intermináveis, a incapacidade de grande parte da população em reconhecer-lhes a importância, o talento, o génio. Os médicos (e os enfermeiros, já agora) e os professores são mal tratados porque às vezes erram, às vezes estão mais irascíveis, às vezes estão menos tolerantes. Às vezes são até mal tratados porque querem melhores condições, vejam lá. As condições mínimas para a importância, para o papel basilar, daquilo que fazem, daquilo que representam. Uma sociedade que não os respeita, que não os mima, que não os deixa felizes por serem quem são, por fazerem o que são, por conseguirem o que conseguem, é uma sociedade doente, que precisa, ela sim, de alguém que a eduque, que a cure. A sociedade evolui sempre que os professores e os médicos estão felizes, motivados, cheios de vontade de ser ainda mais estrelas, ainda mais fundamentais, ainda mais estruturais. Dêem-lhes condições, dêem-lhes carinho, percebam-nos, encham-nos de afecto. Eles merecem. Os professores e os médicos são os craques disto tudo.

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A RARIDADE DAS COISAS BANAIS,
uma história incrível, que nos ensina a nunca nos sentirmos sozinhos.

 

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