16 de Junho de 2023 archive

Parece? Ó Manuel…

 

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Reforma da educação: uma urgência. Ou se reforma ou implode na falta de recursos

 

António Sampaio da Nóvoa deu uma entrevista em que sintetizou o problema de António Costa.

Teve todas as condições para ser o lider historicamente marcante de Portugal dos primeiros 25 anos do século XXI, como Soares e Cavaco foram do último quarto do século XX.

Escolheu não ser mais que um medíocre governante sobrevivente, para se focar em líder partidário.

As palavras podem não ter sido mesmo estas, mas esta era a ideia geral e o professor que me perdoe se distorci.

Em dia de rankings, em que se discute educação da forma mais enviezada e, na maior parte dos discursos de forma ignorante, comparando o irreal, a fantasia e o sonho ilusório, apelo a um discurso realista.

Se António Costa quisesse deixar marca na educação e, por essa via, no futuro, tinha bom caminho.

1. Começava por uma limpeza de pessoal político. Dava uma espanadela geral no pessoal político, de gabinete e de direções gerais, delegações, gabinetes e comissões diversas que encharcam, impondo, a prática da trincheira educativa de teorias irrealistas e impraticáveis no contexto concreto e de recursos que temos.

Passo importante: remodelar o Ministro e punir a falácia que criou ao ter uma corte de escolas, que são montras das “suas boas ideias”, em que faz entradas festivas cono os reis medievais.
E deixá-lo levar com ele os autores das fantasias que, há 7 anos, inquinam a visão e quotidiano das escolas.

2. Assumia o foco em resultados: Portugal quer e precisa SUCESSO EDUCATIVO, não mero SUCESSO ESCOLAR ESTATÍSTICO.
Passar toda a gente sem saber nada, com as desculpas da inclusão na escola é excluir do mundo. E é um crime contra Portugal e o futuro da Democracia.

3. Ouvia quem sabe, quem faz. Nenhum piloto que não voe é chamado a palpitar sobre segurança da aviação. Nenhum cirurgião que não opere decide sobre blocos cirúrgicos.

Diz-me a experiência que 5 anos sem dar aulas e pouco se pode aproveitar do conhecimento prático anterior para palpitar. A prática de escola e aula é essencial para dizer algo consistente sobre como a escola e a aula devem ser.

Não admira que tanta gente (vide MAIA e outras distopias burocratizantes, com muitas grelhas e panelas) defenda doutrinas datadas dos anos 90. Como não viram a escola mudar usam o que lhe ficou na memória. São positivistas utópicos à Comte por falta de contacto com o real dos alunos.

(Quantos ministros? secretários de estado? Diretores gerais? Até diretores de escola, há menos de 5 anos, trabalharam concretamente em escolas para falar do real com tanta intenção normativa sobre como deve ser? E há recursos materiais e organizacionais para ser como querem que seja?)

Assim, quando alguém disser “as escolas isto, as escolas aquilo”, “a sala de aula deve ser assim ou assado”, perguntem há quanto tempo não estao a trabalhar mesmo numa.

Os teóricos cósmicos, sem prática e sobranceiros perante os práticos, são um dos tumores do sistema. O nosso ministro atual é um caso desses, e o anterior, etc….

4. Assumia a vontade reformista.
Em 1989 iniciou-se, num Governo de Cavaco, a chamada Reforma Roberto Carneiro. Foi pena não termos tido em 2017 a Reforma educativa Sampaio da Nóvoa.
Existe um preconceito contra reformas globais em educação. Muda aqui, muda acolá, sem visão global e integrada, e os lobbies andam todos felizes e não se enfrenta a falta de recursos.

“O projeto é bom, agora há que replicar”. Quando se chega a ver que não há recursos estruturais a culpa passa para os professores e os políticos safam-se.

Mas ainda vamos a tempo de ter o Plano de Reforma Educativa Abril 50, a comecar em 2023 e para 5 anos.

5. Como inspiração podia ir buscar os documentos preparatórios (vide foto) com que se debateu a Reforma Roberto Carneiro.
A lista dos problemas não é diferente e poupo a enumeração, que todos os que estamos nas escolas sabemos quais são.

35 anos depois as soluções são diferentes, mas ainda se aproveita muito do que foi escrito nesses volumes que foram debatidos e estudados.

Talvez se tenham de acrescentar aspetos como a questão dos migrantes, digitalização e indisciplina ou outros da nossa época, mas há muitos dos temas listados em 1989 que continuam pertinentes.

6. Antes do mais, Costa tem de sair do pantano educativo. Deixar de ver os professores como inimigos e pensar que os recursos gastos em educação são realmente para o futuro.

Por isso, vamos comemorar o 25 de abril a reformar realmente a educação?

 

Luís Sottomaior Braga

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TRABALHADORES DE TODO O MUNDO: ABSTENDE-VOS DE DESENHAR CARTAZES

 

Ora até que enfim. Gente que nunca tinha escrito uma linha sobre as reivindicações laborais dos professores decidiu finalmente dedicar-se ao tema. Atentas todas as circunstâncias, avaliada a questão da recuperação do tempo de serviço, ponderado o problema de quem é do Porto e ensina no Algarve, e considerado o tema das quotas para determinadas notas na avaliação de desempenho, concluiu-se: um dos professores desenhou um cartaz que é muito feio. Claro, o Estado congelou indevidamente a carreira dos professores, mas aquele desenho… Sim, é absurdo, como o próprio primeiro-ministro já admitiu, que um professor seja colocado a centenas de quilómetros de casa, mas aquele desenho… Pois, não faz sentido que um professor que merece determinada nota não possa tê-la porque a quota já está preenchida, mas vamos recentrar o debate no essencial: aquele desenho…

O sistema de ensino está mais exigente do que antigamente. No meu tempo era possível passar com negativa a desenho. Mas agora a classe inteira reprova porque um professor chumba a EVT. Suponho que seja uma vingança justa. Ainda me lembro de a turma toda ficar de castigo porque o Mendonça pôs um gafanhoto na secretária do professor de Geografia. Acaba por ser merecido que agora os professores todos sofram porque um fez um desenho de mau gosto.

A luta laboral também está cada vez mais difícil. Continua a ser preciso unir uma classe, o que já dá trabalho suficiente. Depois há que persuadir o resto da sociedade da justiça da nossa luta, principalmente quando formas de protesto como a greve causam transtorno a quem não pertence à classe. Mas sobretudo é fundamental ter a sorte de que nenhum colega se lembre de desenhar um cartaz de mau gosto. A propósito das más condições de trabalho dos outros ninguém tem grande coisa a dizer, mas sobre hermenêutica de cartazes há-de haver várias colunas de opinião.

A estratégia ideal, como é óbvio, é muito diferente desta. Na verdade, é o seu rigoroso oposto. Os professores não devem exibir cartazes com maldades simbólicas infligidas ao Governo, devem exibir cartazes com maldades reais infligidas pelo Governo. Serão também cartazes de extremo mau gosto, pelo que talvez tenham potencial para continuar a ocupar o centro do debate.

 

Ricardo Araújo Pereira, Expresso, 16/06/23

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Ranking Escolas 2022: veja em que lugar ficou a sua escola

Ranking Escolas 2022: veja em que lugar ficou a sua escola

O Expresso divulga o ranking das escolas secundárias e básicas, ordenadas pelas médias nos exames nacionais. Pode pesquisar por distrito e concelho, escolher só escolas públicas ou privadas e olhar para o indicador que permite identificar quais as que ajudam os alunos mais vulneráveis a ir mais além. Se carregar no nome de cada escola encontrará mais informação. Também há dados sobre o ensino profissional

ResultadosNível de Ensino, Distrito e Concelho

Legenda: Pública   Privada  

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