Mais de 250 mil alunos vão realizar as provas, o que significa instalar uma aplicação em 250 mil equipamentos. Associação Nacional de Professores de Informática diz que será difícil.
Os professores de informática alertaram nesta sexta-feira para as dificuldades de conseguir instalar em tempo útil no computador de todos os alunos a aplicação necessária para a realização das provas de aferição digitais, que começam na terça-feira.
Somente quando as pessoas começarem a pensar por si mesmas, a formar opiniões independentes, é que a mentira perde o seu poder. E isso, obviamente, não interessa aos políticos de carreira.
Muito se tem falado da degradação das instituições por parte dos políticos. A instituição que mais tem sido massacrada, com o propósito de a reduzir a um local de doutrinação, é a escola.
O problema dos professores na rua tem muito mais a ver com a degradação da escola e a desvalorização da educação, como propósito político para perpetuar os incompetentes no poder, do que com questões laborais, mesmo que legítimas.
Nesse sentido, é importante revisitar e explicar a relação entre a mentira e a política.
Factualmente, a mentira é uma das principais ferramentas dos políticos, pois permite que eles controlem a opinião pública e manipulem os eleitores. No entanto, a mentira pode levar à erosão da confiança nas instituições e na democracia, como um todo. É através dela e por meio dela que perdemos a confiança no mundo e, com isso, nos tornamos incapazes de agir juntos.
Quando os políticos mentem, eles minam a confiança dos cidadãos nas instituições políticas, o que leva à descrença nas próprias bases da democracia, afastando as pessoas sérias e, por conseguinte, perpetuando aqueles que normalizam a mentira.
A normalização da mentira por parte dos políticos é, para mim, uma forma de violência social, pois ela pode destruir o mundo interior do cidadão, a sua capacidade de confiar no mundo exterior, e, com isso, a sua capacidade de agir. Criar seres apáticos, inativos e cumpridores é o desígnio.
Quando os políticos mentem de forma sistemática, eles estão a causar danos psicológicos e sociais graves a todos os cidadãos, o que pode levar à desintegração da sociedade e a fazer crescer os populismos. A culpa não é dos órgãos de comunicação social, como disse António Costa, a culpa é dos políticos.
A única forma de combater a mentira na política é através da educação e da formação, criando cidadãos cultos e críticos, que saibam e consigam discernir entre aquilo que é uma normalização da mentira e aquilo que é o verdadeiro propósito dela. Talvez se perceba a razão pela qual a escola estatal esteja a ser desconsiderada de há 20 anos para cá.
Somente quando as pessoas começarem a pensar por si mesmas, a formar opiniões independentes, é que a mentira perde o seu poder. E isso, obviamente, não interessa aos políticos de carreira. A ideia de que os cidadãos servem para os servir, votando neles e perpetuando-os nos cargos, e não o contrário, é promiscua.
Nesse sentido, a educação é fundamental para formar cidadãos capazes de distinguir entre a verdade e a mentira na política e de agir de forma responsável em defesa da democracia.
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Presença pretende agradecer a Igor Julião que saiu em defesa da luta da classe docente
Centenas de professores vão marcar presença este sábado no Estádio do Vizela, no jogo com o Famalicão, como forma de agradecimento a Igor Julião, futebolista que, em janeiro passado, saiu publicamente em defesa de uma classe que nos últimos meses tem protestado “contra a degradação das condições de trabalho dos seus profissionais”.
Na altura, na receção ao Rio Ave Igor Julião foi o Homem do jogo e aproveitou a passagem pela flash interview da Sport TV para deixar o seu apoio aos professores afirmando: “Aproveito esse espaço para dizer o seguinte: o Vizela nessa semana visitou onze escolas e quero mandar uma mensagem para os professores. Todos os dias de manhã vemos os professores a lutar pelos direitos deles e, como jogador de futebol, uso esse espaço para dizer que estamos com eles nesse momento, esperamos que eles consigam os direitos deles”. A partir desse momento tornou-se o jogador preferido dos professores que este sábado vão agradecer ao jogador.
A iniciativa parte do grupo Missão Escola Pública, que está a mobilizar os professores da zona norte para a iniciativa denominada “Apoio dos professores ao jogador Igor Julião”, com o objetivo de juntar um milhar de docentes.
Refira-se que o FC Vizela disponibiliza bilhetes a preço simbólico, de valor inferior ao habitualmente praticado para o público em geral.
Na página do evento percebe-se que haverá muita gente presente, de Famalicão, Braga, Felgueiras e de muitas outras localidades da região, mas também de outras zonas do país.
Faço esta sondagem para perceber a percentagem de docentes que reunindo as condições para este concurso optaram por não concorrer à Vinculação Dinâmica.
Pedia que apenas respondessem os docentes que reúnem as seguintes condições:
Podem ser opositores ao concurso externo de vinculação dinâmica os candidatos que reúnam os requisitos gerais e especiais constantes do artigo 22.º do ECD e que cumpram cumulativamente os requisitos previstos no n.º 1 do artigo 43.º do Decreto-Lei n.º 32-A/2023, de 08 de maio, nomeadamente:
a) Estarem colocados no dia 31 de dezembro de 2022 num AE/ENA da rede pública do Ministério da Educação, com qualificação profissional, em regime de contrato a termo resolutivo.
b) Possuam, pelo menos, 1095 dias de tempo de serviço para efeitos de concurso prestado nos termos do n.º 2 do artigo 43.º do Decreto-Lei n.º 32-A/2023, de 08 de maio, em:
i. Estabelecimentos integrados na rede pública do Ministério da Educação;
ii. Estabelecimentos integrados na rede pública das Regiões Autónomas;
iii. Estabelecimentos do ensino superior público;
iv. Estabelecimentos ou instituições de ensino dependentes ou sob a tutela de outros ministérios que tenham protocolo com o Ministério da Educação;
v. Estabelecimentos do ensino português no estrangeiro, incluindo ainda o exercício de funções docentes como agentes da cooperação portuguesa nos termos do correspondente estatuto jurídico;
vi. Estabelecimentos de ensino particular ou cooperativo com contrato de associação.
c) Tenham celebrado contratos de trabalho em funções públicas a termo resolutivo com o Ministério da Educação nos dois anos escolares anteriores, com qualificação profissional, dos quais resulte uma das seguintes situações:
i) Tenham prestado, pelo menos, 180 dias de tempo de serviço em cada um desses anos;
ii) Tenham prestado, pelo menos, 365 dias de tempo de serviço no cômputo desses dois anos e em cada um deles ter prestado, pelo menos, 120 dias de tempo de serviço.
Aos que reúnem condições para a Norma Travão e não reúnem para a Vinculação Dinâmica pedia que não respondessem à sondagem porque vai desvirtuar os resultados.
Interessante seria perceber de onde são maioritariamente as respostas, mas acredito que serão na sua maioria os candidatos do Norte que vão responder NÃO. Mas posso enganar-me.
Vinculação Dinâmica: Dar com uma mão e tirar com a outra…
Com a publicação do Decreto-Lei n.º 32-A/2023 de 8 de Maio, os Professores que, no presente, sejam opositores ao Concurso de Vinculação Dinâmica, ver-se-ão obrigados a concorrer a nível nacional no ano escolar 2024/2025…
Isso significará que, em 2023/3024, muitos desses Professores poderão ficar colocados perto da sua área de residência, mas no ano seguinte não terão qualquer garantia de que o mesmo suceda, uma vez que serão obrigados a concorrer a todo o país, se pretenderem manter o vínculo que lhes foi concedido…
Em 2024/2025, quantos dos Professores que agora sejam candidatos à Vinculação Dinâmica ficarão sujeitos à respectiva colocação em Agrupamentos situados a dezenas ou a centenas de quilómetros da sua área de residência?
Com a manigância de obrigar os Professores a submeterem-se a um concurso a nível nacional em 2024/2025, em troca de um suposto vínculo concedido em 2023/2024, o Concurso de Vinculação Dinâmica parece encontrar-se suficientemente armadilhado para que, daqui a um ano, o preço a pagar pelo anterior se possa tornar absolutamente insuportável para muitos Docentes…
Quantos anos terão que ficar reféns dessa situação, criada pelo Ministério da Educação, eventualmente longe de casa e da família?
Definitivamente, o Estado, na figura do Ministério da Educação, não é uma pessoa de bem, muito pelo contrário…
Se fosse uma pessoa de bem, com uma acção pautada pela idoneidade e pela boa-fé, como lhe competia, não daria com uma mão, para logo a seguir tirar com a outra…
Com a publicação do Aviso n.º 9206-E/2023 de 10 de Maio, ficou-se a saber que os Concursos de Professores se regerão por 18 normativos legais, entre os quais, o Estatuto da Carreira Docente, 8 Decretos-Lei, 1 Lei, 2 Despachos e 6 Portarias…
Tantas prescrições legais servirão, afinal, para quê?
Para mascarar, com a capa de uma suposta legalidade, a indisfarçável má-fé patente na actuação deste Ministério?
Dificilmente os 18 normativos legais terão como efeito o combate à precariedade e à insatisfação, existentes no contexto docente…
E, certamente, também não evitarão o exercício da tirania por parte da Tutela, apesar de “à sombra das Leis e com as cores da justiça” (Montesquieu)…
Não haverá, aliás, forma mais perversa e cobarde de exercer a tirania do que aquela que se acoberta na Lei e que se esconde atrás dos mais variados expedientes legais…
E é assim que o Ministério da Educação parece procurar a implementação das “soluções” mais tortuosas, desleais, injustas e perversas, sempre com cobertura legal…
Pelo Concurso de Vinculação Dinâmica, o Ministério da Educação, com a anuência do Presidente da República, encontrou a “fórmula mágica” para mitigar a falta de Professores em zonas do país onde o custo de vida é incomportável para quem se encontre “desterrado”:
– Em 2023/2024, tenta seduzir os Professores com vinculações através de vagas, de certa forma, fictícias, válidas apenas por um ano e a extinguir no ano seguinte, obrigando, em 2024/2025, os recém vinculados a ocuparem vagas em regiões do país para onde poucos pretenderiam concorrer…
Pelo Concurso de Vinculação Dinâmica, o Ministério da Educação, com laivos de crueldade, coloca, propositadamente, os Professores num dilema, de difícil resolução:
– Ceder à tentação do “prazer imediato” e concorrer a uma vaga efémera, através da qual se fica vinculado ou avaliar muito bem as eventuais consequências futuras de tal vínculo, recusando concorrer agora, para não se ser obrigado a viver um previsível pesadelo daqui a um ano?
No fundo, o Ministério da Educação pretende resolver um problema, criado por si, à custa das vidas de muitos Professores…
Disponibilizar incentivos e compensações materiais aos Professores deslocados, nem pensar, pois que o erário público precisa dessas verbas para pagar exorbitantes indemnizações e salários milionários aos Gestores Públicos e a incontáveis Assessorias Técnicas e Jurídicas, que gravitam em torno de todos os Ministérios…
Porque as lealdades partidárias, muitas vezes traduzidas pela bem conhecida expressão “boys for the jobs”, não poderão ficar sem reconhecimento e sem compensação…
O ganho material decorrente de deixar de ser Professor Contratado compensará todas as expectáveis perdas inerentes aos gastos monetários (alojamento, transportes, alimentação, comunicações…), aliadas ao desgaste físico e psicológico, de ficar colocado a dezenas ou centenas de quilómetros da área original de residência, daqui a um ano?
Em resumo, a Vinculação Dinâmica parece constituir-se como uma armadilha, a fazer lembrar a utilidade de um isco de pesca: apanhar os peixes mais distraídos e incautos…
Peixe atento não morde o isco…
Há que fazer “contas à vida” e avaliar, o mais objectivamente possível, todos os potenciais ganhos, mas também as expectáveis e incontornáveis perdas e despesas, para se evitarem arrependimentos e frustrações posteriores…
E no fim de muitas rondas negociais, sempre a “chover no molhado”, entre os Sindicatos e a Tutela, foi aqui que se chegou:
– O Ministério da Educação continua a servir-se dos Professores, sempre da forma que melhor lhe convém, e os maiores Sindicatos vão assistindo à tirania, vendo vitórias, onde, na verdade, só existem derrotas…
A incapacidade de percepcionar a realidade, tal qual ela é, e a inércia, ambas imputáveis aos principais Sindicatos, continuam a ser confrangedoras e inenarráveis…
Afinal, nada mudou na acção, inadmissivelmente tolerante, dos Sindicatos face ao Ministério e o resultado disso está à vista de todos:
– Ninguém pára as manobras enganosas e despicientes destinadas aos Professores, concebidas pelo Ministério da Educação…
Tal como habitualmente o Blog DeAr Lindo disponibiliza um calendário com as principais datas do concurso para este ano letivo.
As datas até à validação do aperfeiçoamento da fase de candidatura do concurso externo encontram-se praticamente fechadas, pois o concurso teve o seu início no dia 12 de Maio.
A amarelo encontram-se as previsões deste Blog para as datas de publicação das listas.