Professores? “Era importante, neste momento, criar pontes e não paredes”

 

Professores? “Era importante, neste momento, criar pontes e não paredes”

ecorreu esta quinta-feira uma ronda de negociação suplementar entre o Ministério da Educação (ME) e os sindicatos de professores.

Os professores já demonstraram por ‘a mais b’, de forma incontestável, as suas razões e os seus problemas.

Penso que devia ter havido alguma abertura para se negociar e fazer um compasso de espera, seria uma atitude inteligente quer dos professores quer do Governo.

Os professores têm de ter nervos de aço, perícia, sabedoria e mestria. O ótimo é inimigo do bom. Não se pode conseguir tudo, mas pode-se conseguir muito.

Que me recorde, nunca houve tanto apoio e compreensão da opinião pública para com os professores, isso é uma mais-valia que não se pode perder.

Estar a marcar novas greves, antes de negociações não me parece uma boa decisão, nesta fase. O S.TO.P., já o fez. Um dos maiores problemas dos professores é serem uma classe numerosa, mas também, terem muitos sindicatos que nem sempre estão de acordo. Isso prejudica o curso das negociações.

Nos concursos podia ter havido entendimento, avanços na vinculação e evitar ultrapassagens de professores.

Recrutamento de professores pelos diretores? O Ministério devia ter deixado cair esse dossier.

Um dos maiores problemas de uma escola são alguns diretores que fazem uma interpretação abusiva da legislação, chegando ao ponto de não permitir que um professor possa acompanhar um familiar ao médico ou ir a um funeral de uma pessoa familiar próxima, alegando o cumprimento de serviços mínimos. A isto se chama prepotência e abuso do cargo que ocupam.

Os diretores são eleitos para defender os direitos dos professores, não são eleitos para cair nas boas graças do Ministério, quererem ascender a cargos e saírem da escola.

Deve haver calendarização do que também preocupa os professores – contagem do tempo de serviço, equiparação do topo da carreira a técnico superior e aposentação específica.

Para estes dossiers deve estar presente nas negociações, alguém do Ministério das Finanças para avalizar os custos dessa operação.

Era importante, neste momento, criar pontes e não paredes. Infelizmente, no final da reunião, sindicatos e Governo não chegaram a acordo. As coisas não correram bem. Vai haver nova reunião e inevitavelmente mais greves.

O ministro da Educação continua inaudível, indiferente, secreto e rígido. O Governo anda a brincar com o fogo, joga no cansaço dos professores e na sua desunião, mas pode sair-lhe o tiro pela culatra.

O Governo não liga aos protestos dos professores, só ligará se recear a sua queda. Daí, esta luta dos professores ser pela democracia, pelos direitos, pelos portugueses e suas famílias.

Ser professor é das profissões mais dignas e importantes do mundo, sem eles não há políticos, nem ministros, nem governo.”

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5 comentários

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    • Lua e Sol on 10 de Março de 2023 at 18:05
    • Responder

    Concordo no geral, mas a questão das greves discordo.
    Se não fossem convocadas greves pelo STOP seria mais do mesmo.
    Greves fofinhas para quê?!
    Para ficar tudo na mesma, ou pior?
    Este ME, agora, parece um chantagista…

    • Do colega JP ATENÇÃO! on 10 de Março de 2023 at 19:56
    • Responder

    Já repararam na armadilha do artigo 30º que impede os QAs de concorrerem na mobilidade interna para fora do QZP em que ficam colocados? Grande artimanha.

    Exemplo:
    Chega o Concurso Interno de 2024 e é QZP na zona 63 mas a família está no QZP1, é obrigado a concorrer no seu QZP (63) a todos os QAs e pode concorrer a outros de outras zonas.
    AS vagas de QA perto de casa são ocupadas por outros colegas e aproxima para o QZP(53), excelente, certo? Agora só falta concorrer à MI para aproximar… ERRADO.

    O Artigo 30º não permite os QA concorrerem na MI para fora do seu QZP.

    Na prática os QA passam a ser QZP e os QZP, que deviam servir para suprir necessidades do QZP de colocação podem concorrer na MI para qualquer zona do País.

    Ou seja, o colega que ficou na zona 53, se houver falta de horas de um professor no QZP 53, apesar de ser QA, pode ter que suprir a necessidade em várias escolas do QZP53 no seu grupo, enquanto o QZP que ficou no QZP 53 pode ter concorrido para o QZP1… qual é a lógica?

    O Ministro conseguiu matar a mobilidade interna ficando com 90% dos professores em QA, na prática só 10% (os que ficam transitoriamente em QZP) podem aproximar da residência. Grande armadilha.

    • Gin on 10 de Março de 2023 at 20:03
    • Responder

    Deixaram cair tudo menos a ultrapassagem dos QZP aos QA que vai acontecer na mobilidade. Todos falam na graduação para aqui e para acolá, e na mobilidade isso vai valer de um grosso já que um QA com maior graduação vai ser ultrapassado por QZP com menor graduação porque usufrui de prioridade. Lindo!

    • Lua e Sol on 10 de Março de 2023 at 22:39
    • Responder

    Sindicatos…Tribunais….


  1. Continua a não haver acordo entre o ME e os sindicatos… Mantém-se a criação dos Conselhos de QZP, com a obrigatoriedade de aceitação, quer por parte dos docentes de QZP, quer por parte dos docentes contratados, dos horários compostos por diferentes escolas.
    : Isto é muito grave!

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