Santana Castilho será sempre lembrado como um dos maiores defensores dos Professores Portugueses.
Dá lições a todos os jovens ministros da educação que tem governado a educação nos últimos anos.
Mar 05 2023
Santana Castilho será sempre lembrado como um dos maiores defensores dos Professores Portugueses.
Dá lições a todos os jovens ministros da educação que tem governado a educação nos últimos anos.
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Mar 05 2023
ARREPIANTE!!!
É de arrepiar e marcante fazer parte das Manifestações de professores e educadores, que ontem se realizaram no Porto e em Lisboa, dia 04 de março de 2023, sábado, e que ficam para a História como duas grandes Manifestações, ambas com números, alegadamente, na ordem dos quarenta mil (40000) manifestantes/participantes. Sendo que houve colegas que levaram os filhos, alguns menores, que também apitavam nos apitos e gritavam palavras de ordem, e inclusive uma menina/criança, de 6/7 anos, filha de populares, solidários com a causa dos professores, que segurava um cartaz a dizer: “RESPEITO”; sensibilizado e emocionado, pedi autorização para fotografar, para registo e memória futura. Sem palavras (…); simplesmente Lindo! Obrigado!
Oitenta mil (80000) pessoas a fazer a catarse em família é muita gente. É muita União. É muita Determinação. É muita Certeza. Uma Ideia e um Querer inquebrantáveis. A classe docente, a profissão docente, a família docente, uma vez mais demos uma grande lição de cidadania, de civismo, de lutar até à exaustão pela Democracia, pelo Estado de Direito Democrático, pela Liberdade, pelo Respeito dos Compromissos assumidos, pela obrigatoriedade da Honra em cumprir, pela invocação do Justo, da Justiça, da Verdade e da Legalidade. Pelo Cumprimento dos Direitos Laborais. O Professorado NÃO desarma nem desiste.
E isto, depois de dois dias de greve de professores e educadores, dias 02 e 03 de março de 2023, greve fortemente condicionada pela obrigatoriedade do cumprimento de serviços mínimos/serviços máximos, de um colégio arbitral, acção deliberativa, alegadamente ilegal, a contestar em tribunal com providência cautelar, estando convictos da certeza de que o tribunal irá dar razão aos professores. Mas, entretanto, o mal já está feito. O direito à greve começa a ficar ferido de morte, por anulação de eficiência/ineficiência e desmobilização/corte do efeito pretendido. Absolutamente vergonhoso! Para mais, neste Portugal dos nossos dias, socialista surrealizante, de uma Justiça tartaruga, de litigância, mitigação e adiamento demorado, com acenos preocupantes de “um Estado fora da lei”. O desbaratar de uma maioria PS, política, parlamentar, de um partido socialista à deriva, com a prepotência, arrogância e autoritarismo próprios de uma liderança fraca, com desmandos dos “chefes” Costa na Educação e em rápida erosão. Só resta resistir e esperar. Alea jacta est (os dados estão lançados).
Carlos Calixto
À acefalia amorfa e quase colectiva da maioria socialista, os professores respondem com a massa crítica formada e informada, própria de quem tem por missão formar pessoas humanas para a vida em sociedade, com capacidade crítica e interventiva, no exercício pleno da cidadania responsável. Formar cabeças pensantes. Sagacidade, análise, observação crítica, participação na vida pública, capacidade de fazer o contraditório, exigência política e cidadania.
Na conjuntura actual, o Estado português comporta-se de forma estranha, bizarra, mesmo fetichista, para com os professores portugueses do continente. Mais grave ainda, quando se sabe agora que, os colegas dos Açores alegadamente vão recuperar (e bem; parabéns à secretária regional da Educação dos Açores e ao Governo regional), o tempo perdido que medeia na transição entre as estruturas de carreira, fazendo o pleno de justiça e verdade legal e laboral. Donde, situação que só agrava ainda mais a realidade dantesca e de pesadelo dos professores e educadores do continente (também portugueses). Comportando-se o Estado português, com tal e tamanho ROUBO de tempo de serviço e direitos laborais, como “um Estado terrorista”, que tudo exige e nada cumpre. ZERO! Nada de NADA! “Terrorismo de Estado” e preconceito contra os professores.
Mais ainda, é gravíssima a discriminação dos colegas do continente em relação aos colegas das ilhas dos Açores e da Madeira. E mais, é facto que viola gravemente o princípio do direito de/da igualdade entre colegas que têm o mesmo ofício e exercem a mesma função. Pior ainda, já não colhe de maneira nenhuma/alguma, o argumento estafado da falta de dinheiro e das contas certas. Como disse?! (…); “masturbar a inteligência NÃO”!!! Chega e basta de mentiras, manipulação da opinião pública e dos órgãos de comunicação social e adiamentos sine die.
O Sr. Primeiro-ministro António Costa, o seu Governo socialista de maioria absoluta, o seu ministro da Educação João Costa, o grupo parlamentar do PS, têm neste momento e em crescendo, a opinião pública contra e a favor da razão dos professores; têm as sondagens contra, estão em queda livre, e os portugueses do lado dos professores; o Sr. Presidente da República Marcelo, com uma sinaléctica avermelhada ao executivo, com recados vários; a Educação/Ensino/Instrução com destruição em permanência da Escola Pública; uma “guerra total” ME (Ministério da Educação)/Professorado, que revela uma manifesta falta de jeito para a coisa e uma atitude provocatória com cada medida/ proposta mais “tolinha/insane/provocadora” que a anterior; uma farsa negocial composta por truques, semântica e eufemismos, armadilhada e com alçapões, como se os “imberbes dos Profs./Zecos”, não soubessem ler, escrever, contar, interpretar e analisar. Mal pagos, sim. Ignorantes é que não. Foram ultrapassados todos os limites e desrespeitadas todas as linhas vermelhas. Verdadeiramente, não houve interesse político em negociar. Há superavit orçamental e lucros fabulosos. E ainda bem. Deem-nos o que é nosso por direito.
À tutela, nós professores, nós sabemos Sr. Ministro que a grande, principal e única preocupação do ME neste momento é mitigar a falta de docentes. Porém acontece que, somos pessoas, temos família, temos sentimentos e merecemos toda a consideração, deferência, esforço negocial e RESPEITO! OBRIGADO!
Tentar enganar, ludibriar, aldrabar e mentir, É feio. É simples e eficiente negociar, dialogar com cordialidade, com verdade, cara a cara e olhos nos olhos, e com real vontade política para a resolução dos problemas laborais da classe docente. António Costa tem de mandatar João Costa para negociar um Acordo, mesmo que faseado (mas sem mandar para as calendas gregas). Haja Política, animalidade política, faro para fazer acontecer a coisa. Todos ganhamos. Juntos, reparemos/revertamos injustiças/maldades com 18 anos.
Aproxima-se a hora da verdade, do tudo ou nada. Está próximo o dia 09 de março de 2023. Dia de reunião suplementar, em mesa única. A última oportunidade para o Governo mostrar que está empenhado em ser parte da solução e não parte do problema. A questão é toda ela política, de opção e escolha política. Acabar com o problema e diferendo ME/Professores é eminentemente político.
Nada mais, querer ou não querer salvar a estabilidade de um dos pilares do presente e futuro do país. Ter uma política educativa assertiva, acabar com a falta de professores e salvar a Escola Pública.
Infelizmente, os sinais da tutela são contrários. Não parece haver vontade política, e nem pensar em propostas de última hora ultrajantes e de jogo sujo e baixo, de tentar dividir para reinar. O socialismo dos camaradas Sócrates, Maria de Lurdes Rodrigues, Costa e Costa e políticos rosinha, tem um trauma qualquer com os professores e educadores portugueses, irracional e de todo inaceitável. Embrutecedor dos sentidos, neurónios e sinapses, da mais elementar inteligência mínima, e de não salvaguarda dos superiores interesses da res publica. Até parece haver um “ódiozinho visceral e de estimação” aos professores. De todo inexplicável, inenarrável e intolerável. Estamos aqui.
Não se pode funcionalizar a intelectualidade do professor nem transformar em tarefeiros técnicos, a cientificidade, a pedagogia e a didáctica que são a essência da idiossincrasia docente. Não querer compreender, aceitar ou mesmo negar tal facto, é tirar/acabar com a atractividade e valorização da profissão docente. É matar a Escola Pública. Tal como o SNS (Serviço Nacional de Saúde), também a Escola Pública está em colapso. Com culpas muito acrescidas para esta liderança socialista nada, mas mesmo nada visionária, acautelada, prudente e a servir (não servir) os superiores interesses de Portugal. Com raízes de amargura contra educadores e professores. Vá-se lá saber porquê?!
Repetimos que o problema não é dinheiro. O problema é político!
Repetimos que o Professorado português continental se sente discriminado, ultrajado, abandonado, magoado e ostracizado por um Governo que teima em “pecar” contra os docentes e a docência.
Repetimos que a Burocracia reinante e a ditadura do digital estão a matar a essência/função da Escola Pública de massas, inclusiva e de qualidade.
Faça-se luz. Que o caminho extenuante da exaustão/discussão, dê lugar à negociação, à propositura séria e à concertação. O país, os alunos, pais e encarregados de educação, a comunidade educativa e a Escola Pública muito agradecem e aplaudem. É chegado o momento do aperto de mão.
RESPEITE-SE A VONTADE DOS PORTUGUESES!!!
Em homenagem a todos os educadores e professores, finalizamos com um poema dedicado a todos aqueles que dedicam as suas vidas a formar, educar e ensinar pessoas humanas cultas, livres, críticas, pessoas com cabeças bem feitas, com carácter, respeitadoras, no pleno exercício de uma cidadania responsável pelo outro.
Ser Professor é …
Ser professor é professar a fé e a certeza de que tudo terá valido a pena se o aluno sentir- se feliz pelo que aprendeu com você e pelo que ele lhe ensinou…
Ser professor é consumir horas e horas pensando em cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendo todos os dias, a cada dia é única e original…
Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e, diante da reacção da turma, transformar o cansaço numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender …
Ser professor é importar-se com o outro numa dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que necessita de atenção, amor e cuidado…
Ser professor é ter a capacidade de “sair de cena, sem sair do espectáculo”…
Ser professor é apontar caminhos, mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés…
(Jairo Lima)
Ser professor é ser maior e ver para lá do véu!
Sinto-me honrado por fazer parte de um grupo de pessoas que é Gente grande, maior, resiliente, de grande dignidade profissional e mais valia humana e humanista acrescentada.
Um Grande, Grande Abraço a todos os colegas.
CCX.
Nota: professor que escreve de acordo com a antiga ortografia.
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Mar 05 2023
Os membros da Associação de Pais e Encarregados do Agrupamento de Escolas D. João II (APEAFJ), eleitos em outubro doano passado para o Conselho Geral do Agrupamento, apresentaram no passado dia 13 a sua demissão devido “aos últimosacontecimentos no Conselho Geral” e por considerarem que este “não tem funcionado com a independência, transparência e rigor que […]
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Mar 05 2023
Só “conheço” André Pestana das Manifestações e de o ler ou ouvir, quando algumas declarações suas são divulgadas pela Comunicação Social…
Ainda, assim, este texto talvez possa ser um elogio explícito e descomplexado a André Pestana e ao que ele representa no momento actual para os profissionais de Educação, de um modo geral, mas também será, seguramente, uma exortação à sua sensatez e coerência…
Com toda a franqueza, começa a ser fastidioso o discurso, propositadamente alarmista, acerca do presumível “perigo” que significará o “endeusamento” da imagem de André Pestana e o “culto de personalidade” que, supostamente, estará a desenvolver-se, em seu redor…
O conceito de “culto de personalidade” pressupõe a existência de uma estratégia, intencional e concertada, de propaganda partidária, que vise a apologia e a exaltação das virtudes de um determinado líder, atributos esses, que tanto poderão ser reais como fictícios…
Esse elogio excessivo também costuma prever o recurso aos mais diversos meios de divulgação e a campanhas articuladas, com o objectivo de difundir e “vender” uma determinada imagem, porventura, até, infundada, fraudulenta e enganadora…
A Comunicação Social é, por vezes, utilizada com essa finalidade…
O exemplo mais paradigmático desse tipo de “campanhas positivas”, a favor de alguém e das suas conveniências, talvez possa ser ilustrado pela forma, escandalosamente acrítica, benevolente e condescendente, como José Sócrates foi tratado nos primeiros anos da sua governação…
Ora no caso de André Pestana, não parece que exista alguma campanha de propaganda partidária, montada com o objectivo de fazer o seu elogio e enaltecimento… E também não parece que a Comunicação Social esteja a prestar-lhe tal serviço, antes pelo contrário…
Notoriamente, em alguns momentos, as declarações de André Pestana foram preteridas, em função das de outros indefectíveis, tidos como ilustres e “anciãos” sindicalistas…
André Pestana será, por vezes, encarado com a desconfiança de quem é visto como um “outsider” no sector do sindicalismo da Educação, por alguma Comunicação Social, que nem sempre lhe concede o devido protagonismo…
O facto de André Pestana colher muitas simpatias junto dos profissionais de Educação e de conseguir capitalizar uma significativa adesão às iniciativas por si propostas, não significa que tal se deva a uma concertada estratégia de propaganda, como alguns parecem querer afirmar…
Os restantes Sindicatos da Educação tiveram uma entrada titubeante na presente luta, sempre a “correr atrás dos prejuízos” causados por André Pestana/STOP…
Como exemplo disso, na primeira reacção à Greve por tempo indeterminado convocada pelo STOP, a maior Federação de Sindicatos da Educação, a FENPROF, considerou que aquele não era o momento adequado para se convocar uma Greve, com a justificação de que ainda estavam a decorrer negociações com o Ministério da Educação…
Contudo, e passados poucos dias, os mesmos Sindicatos que tinham considerado a Greve convocada pelo STOP como intempestiva e injustificada, acabaram por também convocar Greves parciais por Distrito e até anteciparam para Fevereiro uma Manifestação, inicialmente prevista somente para o mês de Março…
Mário Nogueira, que agora já “fala alto”, estava remetido ao quase silêncio, há praticamente sete anos…
Não vejo André Pestana como um “Messias” ou como um “Herói” e não lhe atribuo as supostas virtudes de um “Santo”, mas reconheço-lhe o mérito inegável de ter conseguido dar voz, audível e visível, às inquietações e ao mal-estar dos profissionais de Educação…
E também lhe reconheço a virtude de ter conseguido quebrar a hegemonia de um Sindicalismo assaz mofoso, previsível e artificial, coreograficamente bem encenado…
Queira-se ou não, André Pestana tem uma figura simpática e despretensiosa e a simplicidade com que se apresenta tem cativado muitos Docentes e Não Docentes…
No fundo, muitos profissionais de Educação olharam para André Pestana e reconheceram nele “um como eles”…
André Pestana tem afirmado uma nova forma de sindicalismo: tem conseguido que todos os que defendem a Escola Pública se sintam acolhidos na presente luta, independentemente das respectivas convicções partidárias e de serem ou não sindicalizados…
Mas tal não significa que não existam convicções partidárias… Certamente que as haverá, tanto da parte de André Pestana, como de muitos outros profissionais de Educação, mas isso não se tem sentido ou traduzido em termos de intolerância ou de impedimento da união numa luta comum…
Acaso existem registos de alguma forma de intolerância ou de condicionante, em função de eventuais convicções partidárias discordantes?
Defender que André Pestana e o STOP se constituem como um grupo de potenciais lunáticos, pretensamente manipuladores, ou como uma espécie de “seita” dominada por interesses “ocultos” e altamente perniciosos e perversos é, em primeiro lugar, desconsiderar e desrespeitar os muitos profissionais de Educação que têm demonstrado a sua disponibilidade para aderir às iniciativas desse Sindicato…
Se os profissionais de Educação vierem a sentir que estão a ser instrumentalizados e que o seu descontentamento possa estar a ser aproveitado com fins meramente partidários saberão, com certeza, dar uma resposta adequada a essa eventual baixeza…
Aconteça o que acontecer, André Pestana já conseguiu o feito histórico de levar muitos profissionais de Educação a contrariar esta “fatalidade”, tão portuguesa:
“Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados” (Miguel Torga)…
Estamos genuinamente revoltados, mas já demonstrámos que não estamos dispostos a continuar a ser pacíficos ou a ceder e isso, em grande parte, deve-se ao líder do STOP…
E André Pestana saberá negociar ou terá uma estratégia de negociação eficaz? Pois, talvez não saiba e talvez não tenha…
Talvez lhe falte essa experiência, ainda que, no caso presente, nem os “melhores negociadores do mundo” conseguiriam, por certo, fazer face à má-fé, à arrogância e à deslealdade institucional, evidenciadas por esta Tutela, ao longo das muitas rondas negociais…
Mas, e ainda assim, André Pestana tem uma energia contagiante e um carisma natural, que uns têm e outros não…
E bastou-lhe isso para conseguir mobilizar a maior parte dos profissionais de Educação contra o desrespeito e a humilhação de que vinham a ser alvo, propiciando a sua união e levando, até, uma parte significativa do próprio país a solidarizar-se com essa realidade revoltante…
Quanto a isso, os restantes Sindicatos pouco ou nada poderão fazer… É difícil mostrar aquilo que não se tem…
André Pestana é alguém que, no momento certo, teve a coragem necessária para agir e avançar contra o marasmo em que se encontrava a maior parte dos profissionais de Educação…
No dia 17 de Dezembro de 2022 ocorreu a primeira Manifestação Nacional em Lisboa promovida pelo STOP…
Nesse dia, foi notória e perceptível a surpresa do próprio André Pestana perante uma adesão tão significativa dos profissionais de Educação…
Agradeço a sua coragem e a sua capacidade de mobilização, e tudo o que, entretanto, ajudou a conquistar, mas também lhe deixo esta franca e despretensiosa sugestão, “olhos nos olhos”, porque a frontalidade também é isso:
– Não desbarate, por favor, toda a força da união já conquistada e não caia na tentação de apegar a presente luta a agendas partidárias, explícitas ou dissimuladas…
– Não defraude as expectativas e a confiança, depositadas em si, por milhares de profissionais de Educação… E, sim, o número aqui importa…
– O pior que poderá acontecer será, de alguma forma, acabar por conceder argumentos àqueles que, neste momento, parecem esforçar-se por lançar boatos e ataques torpes, próximos da “intriga palaciana”, talvez fundados em plausíveis ressabiamentos pessoais e na procura de protagonismo…
– Os profissionais de Educação estão saturados de traições e de serem “rasteirados”, por superiores hierárquicos, por alguns pares, por Sindicatos e pelo Ministério da Educação, e dificilmente suportariam ou perdoariam mais uma atroz deslealdade…
– Remetendo para Abraham Lincoln, esta deve continuar a ser uma luta de Pessoas, pelas Pessoas e para as Pessoas, como o próprio André Pestana parece ter defendido desde o início…
– Não deixe que isso se estrague ou se adultere…
– E não se esqueça do ensinamento dado pela Raposa ao Principezinho: “Passas a ser responsável por aquilo que cativaste”… (Saint-Exupéry).
(Paula Dias)
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Mar 05 2023
Em meados de fevereiro, há menos de um mês, em entrevista à TVI, o primeiro ministro António Costa, afirmou que “se dessemos todo o tempo perdido isso significaria 1.300 milhões de euros de despesa permanente todos os anos”. Segundo vários estudos de entidades independentes o primeiro ministro, mais uma vez, inflacionou as contas e, convenientemente, abordou o assunto da forma a criar o maior impacto possível na opinião pública, colocando em cima de mesa os valores para uma reposição integral (não faseada) e para todos os trabalhadores da administração pública. Mas o que quero é chamar a atenção para o enfatizar da expressão «despesa permanente, todos os anos» que, depois desta entrevista, tem sido repetida por todos os elementos do governo que se referem a este assunto, muitas vezes substituindo-a por «despesa permanente, para sempre».
António Costa não usa esta expressão de forma inocente, com ela quer deixar claro que não se podem comparar este valores com os montantes astronómicos que se têm injetado na banca, na TAP e noutras empresas, que foram gastos imediatos, numa determinada data, deixando implícita a ideia que não têm qualquer custo futuro nas contas públicas. Neste contexto faço uma proposta ao governo:
Façam as contas a quanto cada professor ganhará a mais até ao fim da carreira, com a reposição integral do tempo de serviço, e paguem tudo antecipadamente, em 2024, de uma só vez, mantendo os vencimentos atuais. Dessa forma dão os professores o mesmo tratamento que deram à banca, e deixarão de ter uma «despesa permanente, para sempre». E tenho a certeza de que a grande maioria dos portugueses preferirá dinheiro aplicado na educação das crianças deste país do que em empresas privadas ou semi-privadas.
Qualquer pessoa, mesmo que não tenha conhecimentos de finanças públicas, percebe que alguma coisa estará errada nos raciocínios atrás expostos, como é que uma despesa X é um problema se for permanente, todos os anos, mas outra 10, 20 ou mais vezes X não constitui qualquer problema se, em vez de diluída no tempo, for aplicada de uma só vez? A resposta é fácil, tanto a minha proposta como aquilo que os membros do governo querem passar para a opinião pública é descabido, está errado, é uma ilusão!
Quando um país gasta mais do que recebe (impostos e outras receitas) tem de aumentar a dívida pública. Foi o que aconteceu com todas as injeções de capital feitas e com todas as que venha a fazer. Como devem calcular não nos emprestam dinheiro à borla, temos de pagar juros dess dívida, que são custos «permanentes, para sempre». Tentando não ser muito exaustivo com estes assuntos, os juros que vamos pagando por esta dívida vão variando ao longo dos anos, e rondam atualmente os 2%. Considerando esta taxa de juro, só pelo que o estado já injetou na Banca (cerca de 23 mil milhões de euros) este ano temos uma despesa de 460 milhões de euros, que é permanente para sempre, vai variando apenas um pouco em função da evolução das taxa de juro. E nem estou a considerar aqui os efeitos nefastos do aumento significativo da dívida que estas injeções originaram e que, em última análise, tiveram também um contributo importante para a descida do rating da dívida pública, que implicou um aumento dos custos com toda a dívida pública, não apenas com especificamente com essa. Atualmente a dívida pública do país é ronda os 270 mil milhões de euros, em 2000 rondava os 70 mil milhões. Não será pelos valores que estão envolvidos que não se fazem as coisas que têm de se fazer, se não se fizerem será por opções ideológicas, que não haja dúvidas disso!
Para que não haja dúvidas eu sou bastante sensível às questões da dívida pública, também acho que o país não deve gastar mais do que aquilo que ganha, que origina aumentos na dívida, que já está em níveis muito elevados. Só o deve fazer em situações excecionais, como foi por exemplo o caso da pandemia. Neste caso parece-me que também vivemos, na educação, uma situação de emergência, nem é de agora, o governo de António Costa já o devia ter percebido há uns anos. Neste contexto, aumentando a dívida, usando excedentes que do orçamento de 2022 ou mudando as suas opções, tem de acordar e começar o quanto antes a gastar mais dinheiro na educação. As escolas têm já uma falta significativa de professores, que se vai agravar significativamente nos próximos anos, ou começa rapidamente a criar condições para que isto se vá alterando nos próximos anos ou espero que os portugueses o obriguem a fazê-lo, nem que seja porque lhe dão um valente cartão vermelho já nas próximas Europeias. O que está em causa é muito mais que as carreiras dos professores, é o futuro do país!
Sinceramente ficarei muito surpreendido se António Costa ceder muito. Todos nos lembramos da célebre inauguração das obras do IP3 em 2018, sem que ninguém lhe perguntasse nada, com um grande sorriso no rosto, deixou claro que fazia opções e que tinha decidido poupar nuns lados para poder gastar noutros (na altura estava em campanha eleitoral e ainda era popular bater nos professores). É certo que nem as obras fez, mas deixou bem claro que se está completamente a marimbar para a escola pública, ou para a educação dos portugueses. A falta de professores já se nota há alguns anos e, mesmo assim, não fez absolutamente nada para alterar o rumo das coisas, as medidas mais relevantes que colocaram agora na mesa de negociações, ligadas à redução da precariedade, foram uma imposição da UE, sem essa pressão, nem isso teriam feito. Penso que não haverá volta a dar, esta luta terá de se prolongar (eventualmente durar anos) e levar à mudança de governo e primeiro ministro.
Espero que os portugueses percebem que sem uma educação com qualidade mínima o futuro do país será bastante prejudicado… sendo certo que já terá danos significativos pelo estado a que deixaram chegar a situação!
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Mar 05 2023
Professores do Agrupamento de Escolas Silves Sul vão acampar, a partir deste domingo, 5 de Março, em frente à Escola EB 2,3 de Armação de Pêra, numa vigília em defesa da escola pública.
A vigília arrancará às 18h00 deste domingo e durará até quarta-feira, dia 8.
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Mar 05 2023
Que fiquei a perceber que muita gente nem conhece a história.
Mas eu e o Barata lá nos divertimos com a buzina que estava ligada a uma bateria portátil ligada por cabos de carregamento de baterias de carro.
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