Professores, por vós, não sejais “anjinhos”!

 

O Ministro da Educação, quiçá, deveras preocupado com os Professores, indivíduos, plausivelmente, tidos por si como influenciáveis, vulneráveis, indefesos e tolos, afirmou recentemente que:

Os professores estão a ser vítimas de uma campanha de manipulação por parte dos sindicatos que nós obviamente rejeitamos!” (João Costa no Twitter, em 12 de Dezembro de 2022)…

Professores, confiais nas palavras do Ministro que tutela a vossa actividade profissional?

Professores, acreditais na pretensa preocupação do Ministro que tutela a vossa actividade profissional?

Professores, considerais esta afirmação do Ministro que tutela a vossa actividade profissional como genuína e sincera ou, até mesmo, como comovente e enternecedora?

Professores, conseguistes evitar um esgar sarcástico ou um sorrisinho maroto, após a leitura da referida afirmação do Ministro que tutela a vossa actividade profissional?

Os Professores que, em remota hipótese, possam ter respondido “Sim” a todas as questões anteriores, correrão o risco sério de serem considerados como uns “anjinhos” e não se espera deles que façam qualquer tipo de Greve, nem que contestem o que quer que seja que o Ministro decrete…

Os Professores que tenham respondido “Não” a todas as questões anteriores, não poderão ser considerados como “vítimas” por ninguém, estarão bem “acordados” e parecem dispostos a lutar por aquilo em que acreditam, nomeadamente através da adesão à Greve por tempo indeterminado…

Os Professores que tenham respondido “Não” a todas as questões anteriores, acreditarão na luta pelos seus direitos e pretensões e não vão em balelas, destinadas a disfarçar o medo da contestação e o seu êxito…

Os Professores que tenham respondido “Não” a todas as questões anteriores, não “atiram a toalha ao chão”, não desistem da luta e não se resignam…

Professores, por vós, não sejais “anjinhos”!

 

(Paula Dias)

 

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12 comentários

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    • Paulo on 14 de Dezembro de 2022 at 9:48
    • Responder

    Não !

    • Sem equívocos on 14 de Dezembro de 2022 at 10:14
    • Responder

    Não!
    Infelizmente, há muitos colegas do “sim” que não sacrificam sequer 1 hora sequer do seu salário. Não têm consciência nem vergonha.

    • Eu on 14 de Dezembro de 2022 at 10:47
    • Responder

    É muito importante, muito , muito importante, desmontar em conferência de imprensa os argumentos do senhor Ministro. Explicar ao público em geral que não é apenas o recrutamento o motivo de descontentamento dos professores… Há muitos mais, significativos e profundos:
    – Instabilidade no emprego.
    – Remunerações paradas .
    – Sistema de avaliação injusto.
    Dizer também ao senhor ministro que o problema vai para além da municipalização, muito grave, mas que tem directamente a ver com a sua política educativa: aumento exponencial da burocracia; desvalorização do conhecimento em detrimento de algo vago , como são competências; uma dita educação inclusiva, que não faz mais do que amputar conhecimentos curriculares e atulha as escolas de burocracia infindável e inútil; desprezo completo, através da legislação, pela autonomia dos professores na escolha dos métodos mais adequados de ensino e respeito pela sua competência na avaliação dos alunos; reuniões intermináveis de doutrinação, não de formação, em projectos Maia , Ubuntus e quejandos, que uma larga maioria rejeita, etc, etc, etc… Resumindo é necessário dizer publicamente que os professores estão contra, e fartos, de um conjunto de políticas que estão a destruir a Escola Pública e os seus profissionais e não apenas a questão das colocações … Isso é a mensagem que o Ministro quer passar é necessário que os Sindicatos, o Sindicato, alguém… diga claramente que o descontentamento dos professores é múltiplo, porque o que o senhor Ministro é que isto se resuma a pouco e no fim até pode ser uma guerra entre sindicatos! É essa a mensagem que tentam passar para os encarregados de educação e para os pais e que terá de ser combatida com o risco, caso não se faça , de ficar tudo na mesma… Porque o que o senhor Ministro quer salvar não é um aspecto da sua política educativa, mas todo o nefasto pacote , inclusive a gestão das escolas e usa o artifício que se sabe… , como se os professores apoiassem toda a desgraça legislativa que os atirou para este descontentamento, para esta apagada e vil tristeza… É preciso que alguém com um púlpito o diga de maneira audível e que passe na comunicação social… o que não tem acontecido…

    • JF on 14 de Dezembro de 2022 at 10:50
    • Responder

    Sim!
    Eu acredito em tudinho. O inocente mor disse muitas vezes que “maioria absoluta não significa poder absoluto”.
    E eu acredito muitinho nisso tudo.

    • Calves on 14 de Dezembro de 2022 at 10:59
    • Responder

    Bom, vejamos! Há de tudo na classe profissional! E sim, também muitos “Professores, indivíduos, plausivelmente, … influenciáveis, vulneráveis, indefesos e tolos”! Teria um leque alargado de exemplos a dar sobre “a preguiça mental” de muitos colegas! A última e flagrante foi a do período de votação na meia dúzia de listas para a ADSE_Campanha Eleitoral CGS 2022! Ouvir colegas na sala de professores a afirmarem que não tinham lido nenhuma informação sobre as prioridades de cada Lista porque “o seu Sindicato já lhes tinha dito em que Lista votar!!” Acrescentando-lhe a enorme abstenção!! Gente que devia ter usado cinco minutos em frente ao computador para usar um direito de escolha! Se não votaram nesta eleição ou se deixaram ser “paus mandados” do “Seu” Sindicato é fácil perceber que nas eleições para escolha do Governo de Portugal também não se dão “à canseira” de irem junto de uma mesa de voto! Estes, quanto a mim, são os professores que precisam de se reinventar quanto ao pensamento crítico e criativo que pretensamente avaliam nos seus alunos!

    • Jorge Fonseca on 14 de Dezembro de 2022 at 12:35
    • Responder

    Espero que tenham a noção de como estão a perder a opinião pública.

    Pelo oportunismo das vossas greves coladas aos fins de semana e feriados.
    Por meterem as crianças na frente de combate, indiferente ao que se perde no ensino, e do importante papel da escola como espaço seguro.
    Por serem instrumentalizados por meia dúzia de cabeças sindicalistas, que já não estão na docência há décadas, e perderam completamente a noção da missão de uma escola e da sua importância na vida das crianças.
    Por destruirem ainda mais a escola pública na sua concorrência com o ensino privado.

    Pensem nisso, encontrem novas formas de luta. Saiam as 15h das aulas e se reunam a volta do ministério, convoquem os pais para estar ao vosso lado. A vossa causa é a nossa causa, mas não quando se comportam como profissionais mimados da FP.

      • Eu on 14 de Dezembro de 2022 at 15:19
      • Responder

      Onde está o nosso mimo? Ir , como eu vou, parar a 400 km de casa, com filhos às costas e salário de pouco mais de 1000 euros? As greves não são para serem populares, ou para agradarem a ninguém em particular… Não é por acaso que os professores as fazem! Por divertimento???? Quando fazem vários dias de greve muitos terão de ter algum dinheiro de parte, porque , no meu caso é mesmo à míngua! Será que todo o salário de um dia de greve não me é descontado? Será por esse mimo que o senhor, e mais alguns que pensam no direito à greve desse modo, que os professores querem sair, quase todos, da Escola Pública e só não saem mais porque precisam da profissão para comer, já investiram alguns anos na carreira, mesmo sendo exíguo o pagamento?(no meu caso provavelmente é o que irá acontecer… (caso continue o meu particular como está… é para nunca mais voltar, estou a ficar mesmo farta! ) Deve ser por esse mimo, o caso não é só português, que há pouquíssima gente a entrar para os cursos de formação de professores… Quanto às escolas privadas… já foi chão que deu mais uvas… porque também começam a ter faltas de professores, e sei do que falo porque um irmão meu , faz parte da direcção de um colégio! Se tenho algum prazer em causar incómodos os pais que, de facto, por vezes, passam por problemas sérios por causa das greves? Nenhum, e gostaria que fosse doutro modo… Bem sei que em Portugal, ao contrário de outros países mais avançados em termos democráticos a greve é um abuso e, em muitas instituições privadas, a questão nem sequer se coloca, porque são sonegados vários direitos à parte mais fraca da relação laboral! Era bom é que defendessem a democracia e o direito à greve, mas, muitos, criticando regimes onde não há esses direitos, como a Coreia do Norte, neste participar gostariam de ser muito coreanos! A indignação, como o senhor sugere, só dá sossego a quem manda: o que nos diz, pura e simplesmente, é +ara estarmos quietos, mesmo que nos atropelem. Nada disso tem a ver com direitos das crianças, trata-se apenas de uma sugestão para domesticar uma classe!

      • Paula Dias on 14 de Dezembro de 2022 at 15:46
      • Responder

      Que “opinião pública”?

      Aquela que assiste a todos os desvarios governativos, nas mais diversas áreas, aceitando escândalos a seguir a escândalos, muitos envolvendo membros do Governo e os seus apaniguados,como se isso fosse normal e aceitável numa suposta Democracia?

      Aquela que desconhece o que se passa dentro de uma escola e que se remete ao silêncio perante todas as ignomínias praticadas contra os Profissionais de Educação?

      E esta luta também é pelas crianças, pelos jovens e pelas suas famílias, e não contra eles…

      As crianças (e os jovens), em relação aos quais parece estar muito preocupado, têm vindo a ser, obstinadamente, enganados por um ME que teima em esconder-lhes a realidade e que não os prepara para a enfrentar… O “sucesso” obtido de forma artificial e ilusória não prepara ninguém para a vida e, no limite, também não trará felicidade, mas apenas frustração…

      Mas isso não parece preocupá-lo, a sua “intifada” parece ser outra: em nome das crianças, defender, subliminarmente, um Ministério, que não tem tido qualquer pudor em desrespeitar e em humilhar…

      No fundo, o que aqui defende é isto: os Professores deveriam continuar calados, resignados e submissos, face a todos os disparates perpetrados pelo ME…

      “Comer e calar” costuma ser um lema típico de mentes retrógradas e anti-demcráticas, não sei se será o seu caso…

      A bem da Democracia e do exercicio dos seus direitos enquanto cidadãos, os Professores “acordaram” finalmente e isso não pode deixar de ser saudado…

      E, já agora, os “sindicalistas” a que se refere, não parecem ser aqueles que neste momento encabeçam a presente luta… Talvez devesse informar-se melhor, antes de criticar sem fundamento.

    • Mic on 14 de Dezembro de 2022 at 13:07
    • Responder

    Respondo “Não” a tudo e já vou no 4º dia de greve, pretendo continuar até ao fim e não, não sou um oportunista, não sou um mimado e considero que sei pensar pela minha cabeça.

    Se o senhor encarregado de educação tivesse a mínima noção de como as leis que têm vindo a sair nos últimos 15 anos, sensivelmente, estão a destruir o direito, constitucionalmente estabelecido, à aprendizagem dos alunos decentes e aplicados, possivelmente ficaria surpreendido e preocupado com o futuro deles e da nação.

    • 🤣 on 14 de Dezembro de 2022 at 13:14
    • Responder

    Ministro CANCELOU a deslocação à MAIA (TECMAIA) por motivos “meteorológicos”, como está a acontecer, desde ontem, com outras reuniões previstas.

    Memória da corridinha de Alcochete???
    🤣

    • aspasd on 14 de Dezembro de 2022 at 15:00
    • Responder

    Não! Nós queremos a sua demissão imediata de Ministro da Educação ou de qualquer outro cargo que, no setor da Educação, venha a ocupar enquanto membro do atual governo.

    • Beck on 18 de Dezembro de 2022 at 12:43
    • Responder

    Mas qual demissão do ministro!??!?
    Acham que isso resolve alguma coisa? Quem manda é o António Costa primeiro ministro.

    Temos de direcionar a luta para esse jovem. Incomodar o PM . Nas suas deslocações, na sua residência, no seu local de trabalho, no seu local de lazer… Etc.

    Lembram-se do Vítor Gaspar? Só foi embora quando alguém lhe cuspiu numa fila de supermercado.

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