O estertor da morte cívica docente ou uma grande vitória?
A greve sem limites está aí. É fazer.
A bola está do lado dos professores. Ou marcam golo, ou ficam permanentemente no banco dos encostados e afastados do centro da vida política portuguesa.
Para aqueles que defendiam acaloradamente, em posts e comentários, a greve por tempo indeterminado ela está aí……
Li tantos discursos inflamados contra os sindicatos, que são laxistas e “vendidos” , tantas bravatas de que “até os comemos”, tantos lamentos de que não se fazem greves à sexta feira, tantas ilusões de que o bafo da greve vai levar o telhado ao governo, …. Etc, etc.
Acabaram-se as desculpas. Vai haver um pré-aviso para fazer greve sem limites.
Basta organizar plenários nas escolas e tentar 3 dias (é o que acho que chega para vergar o governo). E simplesmente fazer e esperar que os outros façam também.
Eu vou tentar juntar os delegados sindicais da minha escola e falar sobre isso.
Não avanço com muita fé.
Já não se podem queixar dos sindicatos que não convocam. Um convocou.
A meu ver, com uma ousadia basista que tem a virtude de ter uma fé nos professores, que eu sinto generosa, mas talvez iludida.
Mas antes errar por fé que por desconfiança.
A ironia é que eu fui contra (nos 6000 que votaram, votei por outras coisas mais fáceis, porque acho que a classe não vai aderir).
Votei por outras coisas, porque a classe está morta e só falta passar o atestado de óbito, mas, no dia 9, começo os 3 dias seguidos, que sempre disse que faria, e que acho que são os que, seguidos e firmes, precisamos para vergar o governo.
3 dias para recuperar parte do que perdemos. E, acima de tudo, sermos respeitados como força social que os políticos temam.
Fico à espera para ver.
Num tema como a violência, que é consensual, uma forma de luta que não custa dinheiro, assinar uma petição, após 3 semanas, só 366 assinaram (em 3000 que “gostaram”).
Greve por tempo indeterminado: muitos “likes” ou muitos grevistas?
Luís Sottomaior Braga