Meus três filhos cresceram com uma ideia que pode até parecer perversa, mas que tem uma natureza pedagógica. Desde que eles eram pequenininhos eu lhes dizia, a cada um em particular, o seguinte: “Quando você fizer doze anos de idade eu vou lhe contar qual é o segredo da vida. Mas, ao ficar sabendo desse segredo, não o conte aos seus irmãos; deixe a hora certa de cada um chegar”. E funcionou, pois todos eles, hoje, têm sucesso, são decentes e têm capacidade de se esforçar e se dedicar.
O André, meu filho mais velho, no dia de seu aniversário, em dezembro, me acordou às 4h da manhã requerendo: “Pai, estou fazendo doze anos. Hoje é o dia em que você vai me contar o segredo da vida”. E eu respondi: “O segredo da vida é que a vaca não dá leite. É você quem tem que tirá-lo”.
Há muitas pessoas que pensam que a vaca dá leite, mas ela não dá. Para dar, é necessário que uma pessoa se levante às 3h30 da manhã, entre no curral, amarre a vaca, segure a teta da vaca e então retire o leite. Se criarmos as novas gerações com a ideia de que vaca dá leite, elas poderão ser medíocres porque aguardarão que as coisas venham até elas. O estudo, a profissão e a competência exigem dedicação, esforço e habilidade.
Às vezes, o seu filho de catorze anos chega até você dizendo: “Pai, não vou fazer faculdade, pois Bill Gates, Steve Jobs e Mark Zuckerberg não terminaram a faculdade”. Você, então, deve responder: “Eles largaram Harvard, a melhor universidade do mundo. Um ano em Harvard equivale a trinta em uma ‘uniesquina’ qualquer. Então, primeiramente, você entra em Harvard e depois a larga”. Essa perspectiva é para impedir que as novas gerações e que nós, que temos mais idade, caiamos nesta armadilha que é dizer: “Tudo bem, dá para o gasto”.
É necessário cautela. A mediocridade, na vida, no afeto e na relação, é muito redutora.”
Transcrição feita e adaptada pelo Provocações Filosóficas do vídeo: Vaca Não Dá Leite – Mario Sergio Cortella
Confira na íntegra:
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Enfim, mais um “post” de um bom gosto, de conteúdo e de relevância bastante discutíveis, enfatizando uma infantilidade de lugares-comuns, como, aliás, frequentemente, se vê aqui neste espaço.