28 de Abril de 2022 archive
Abr 28 2022
Comunicado da Pró-Ordem Sobre a Reunião com o ME
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Abr 28 2022
No Quintal do Paulo
Não apenas isso, mas também as aulas perdidas para observações de aulas com vista à excelência dos “stores”.
Se Fosse Da DGEEC Pedia Já Ao Isczé Para Que Fizesse, Em Parceria Com A Economista Peralta, Um Estudo…
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Abr 28 2022
FAQ sobre as medidas que o ME quer implementar
Depois de uma reunião, na quarta-feira, com os 12 sindicatos do setor da Educação para apresentar a equipa ministerial, João Costa anunciou a mudança de regras na contratação de professores, abrindo a oportunidade a que mais de cinco mil docentes possam concorrer ainda este ano letivo.
Que mudanças são essas?
O ministro decidiu não penalizar os professores que tenham recusado colocações anteriores, ou seja, todas semanas há concursos para a colocação de docentes – as chamadas reservas de recrutamento.
Tal como as regras estão, um professor, depois de colocado, se desistisse do lugar durante o período experimental, ficava impedido de concorrer a outra vaga nesse agrupamento de escolas até ao final do ano letivo. Se renunciasse a essa colocação já fora do período experimental, então o professor era excluído das listas e nem sequer podia concorrer em contratação de escola, que é uma última etapa que os diretores de escola têm para colocar docentes.
São esses professores que o Ministério quer ir agora buscar?
Sim. Pelas contas do ministro de Educação, há cinco mil professores naquelas condições, que podem voltar a concorrer: seja diretamente nas escolas ou através das reservas de recrutamento. O concurso nacional realiza-se todas as semanas – já na sexta-feira, já sair a reserva número 32.
Mas o que pode levar os professores a mudar de ideias?
Bom, para garantir que estes professores aceitam os novos lugares, o Ministério da Educação vai autorizar que as escolas complementem os horários a concurso com atividades de apoio e aulas de compensação, de modo a estes docentes conseguirem ter as 22 horas letivas por semana – ou seja, um horário completo – e assim ter o vencimento por inteiro.
De resto, este tem sido um aspeto muito abordado quando se fala na falta de professores, porque não compensa vir de longe para dar aulas, por exemplo, em Lisboa, com um salário de poucas centenas de euros, que não chega, desde logo, para pagar o alojamento.
E esta possibilidade de completar os horários aplica-se a todo o país?
Não. Só será autorizada nas regiões mais afetadas pela falta de professores, ou seja, em Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.
Nesta altura do ano letivo, ainda há cerca de 20 mil alunos sem professor a pelo menos uma disciplina. Físico-química, Inglês, Português e Informática estão entre as disciplinas com maior falta de professores.
Depois destas medidas-paliativo, o que pensa fazer o Governo para não andar a “tapar buracos” no futuro?
Entre elas, o ministro quer que os estágios sejam remunerados e rever a habilitação para a docência, para permitir que mais pessoas entrem na profissão.
João Costa anunciou ainda que o Ministério vai legislar para que todos os professores contratados com horários anuais e completos vejam os seus contratos renovados no próximo ano, para evitar que os docentes andem com a casa às costas.
Além disso, o ministro quer rever o estatuto da mobilidade por doença para corrigir aquilo que chama de distribuição assimétrica – é que atualmente há cerca de 10 mil docentes abrangidos por este estatuto e a maior parte é da região Norte. A mobilidade por doença permite que os professores fiquem colocados junto da sua casa ou do local de tratamento quando têm patologias graves ou familiares próximos nessa situação.
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Abr 28 2022
PORQUE DETESTAM OS PORTUGUESES OS SEUS PROFESSORES? Luís S. Braga
PORQUE DETESTAM OS PORTUGUESES OS SEUS PROFESSORES?
Aos que têm esse horrível preconceito falem com um e tentem entender essa espécie ameaçada de extinção. Mas a pergunta do título sofre de um problema: é mesmo assim?
Na verdade, no meu dia-a-dia, na generalidade dos casos, não sinto que ser professor me traga redução da estima que os outros têm por mim. Na verdade, sinto-me estimado pelos meus alunos e pelos seus pais. Aliás, essa estima tem sinais no longo prazo. A estima efetiva da sociedade, como um todo, não creio que tenhamos.
Quem ler jornais e cronistas publicados, ou certos políticos, fica com impressão diferente da que temos com os alunos. E, como são lidos e, por sua vez, as suas opiniões estimadas e ouvidas, e até repetidas, parece que a opinião pública não gosta de professores. E os cidadãos votam em políticos que perseguem, às vezes com visões messiânicas fanáticas, os professores.
A ironia é que, quando se fazem questionários sobre o prestígio relativo das profissões, Professores, Bombeiros e Enfermeiros são de primeira linha. Mas os seus problemas não são claramente prioridade da ação política.
Há cronistas conhecidos pela sua animosidade visceral contra os professores. O mais famoso é Miguel Sousa Tavares que, nos tempos em que Maria de Lurdes Rodrigues (MLR) começou a degradar a imagem pública e política dos professores, nos sovou sem piedade e com fortes distorções da verdade.
Mas há outros: Porfírio Silva (deputado do PS), muitos liberais do partido com essa marca no nome e do percursor histórico (o PSD), mormente o seu ex-líder Passos Coelho, que nos mandou sair do conforto e emigrar. Até André Ventura já promoveu bullying a um professor.
Os nossos ministros são uma desgraça: MLR construiu a sua imagem a dizer que eramos madraços e imprestáveis e o povo apoiou. Nuno Crato, idem e o povo idem. Tiago Brandão Rodrigues, do alto minho, como esta rádio, esquece-se de elogiar, mas não perde uma oportunidade de nos atacar. O PS ganhou as eleições e ele até foi cabeça de lista.
E é isto. Uma parte do problema é os professores sentirem que não são estimados, principalmente porque a sociedade não nos compreende, no fundo dos nossos problemas que, além de nossos, são principalmente da sociedade.
Muitos não compreendem o sentido que faz numa sociedade capitalista, em que o objetivo é a rentabilidade imediata, haver quem se dedique a tempo inteiro a uma atividade cujo resultado real só se vê daqui a décadas? E que ainda queiram ser pagos e tratados com justiça se “não geram lucro”?
Anda tudo excitado com as notas momentâneas dos rankings, mas a verdade é que o meu “negócio” é formar adultos que, daqui a 30 anos, possam reconhecer a qualidade (ou não) do meu trabalho. Esse juízo vai ser feito por aí. Com exagero, a minha mãe, já neta e filha de professores e professora 35 anos, dizia, com humor negro, que o que um professor vale realmente se vê no dia do funeral.
Muito diferente de montar uma empresa para dar lucro e crescer em vendas e produção no “break even”. É outra forma de ver a realidade e ambas fazem falta.
Para haver empresários tubarões é preciso haver quem os ensine a nadar e esteja disponível até a ganhar um pouco menos do que poderia se escolhesse ser tubarão, por conta da estabilidade da tarefa difícil de longo prazo.
E ensinar é difícil e tarefa especializada, como muita gente descobriu nas aulas online que lhe entraram em casa no confinamento. Tanto que algumas empresas decidiram, depois, fazer anúncios a agradecer aos professores. Coisa que dispensei, porque é melhor afastar a hipocrisia e ir ao que interessa.
A ironia é que muito do que leva tanta gente a não gostar e estimar pouco professores é o nosso suposto lauto salário e a má imagem que nos colaram. O lauto salário, no meu caso, são 1350 euros líquidos após 25 anos de trabalho.
Para quem ganha o salário mínimo parece muito, mas não falemos da formação, que tive de fazer para o ter, e das deambulações pelo território que faz alguém que lecione 25 anos. E não há horas extraordinárias ou subsídios diversos para ser mais redondo e o IRS é aquele e nem menos um cêntimo. Experimentem manter 2 casas com um valor assim. Uma para a família da terra e outra para morar na colocação longínqua anos seguidos.
Hoje já há quem tenha trocado anos de docência longe de casa por um salário menor numa cadeia de supermercados, que não digo o nome, mas é espanhola.
Se ser professor é tão bom e invejável porque faltam professores? Porque é que tão poucos se inscrevem nos cursos de formação de professores? E porque é que, daqui a 4 ou 5 anos, quando finalmente (eles queriam tê-lo feito antes mas não os deixam) se reformar a geração dos anos 80, vai haver escolas com 50% ou mais de redução do corpo docente?
O bacoco do nosso ex-PM Passos ainda vai ver uma campanha lançada pelo Governo de Portugal a pedir imigrantes professores no Brasil e Palops.
Em vez da estima falsa de uns anúncios de televisão, que só interessam ao negócio da empresa que os fez, experimentem falar com um professor. É como combater o racismo. A dialogar uns com os outros é que se reduz.
Não pedimos palavras vãs e homenagens balofas. Melhor salário, segurança de colocação, justiça remuneratória, cumprimento de promessas, autoridade nas escolas, respeito. Muitas vezes só cumprimento da Lei, que os governos torpedeiam contra nós. E uma visão de futuro do País.
E se perguntarem a esse professor, com quem falarem, como vê o país, talvez tenham melhor informação que com alguns desses políticos e cronistas encartados que nos detestam.
Porque não somos iludidos sobre o futuro. Como dizia Dewey, um filósofo que muito valorizava a educação: a escola não prepara para a vida, a escola é a vida.
E, por isso, o relance do Portugal futuro nós já o temos.
E não somos otimistas. Até porque sabemos que foi feito contra os professores e, infelizmente, contra a Escola, por aqueles que no espaço público detestam professores
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Abr 28 2022
A tentativa de salvar o ano no fim do ano
Estas medidas são simples, são o mínimo dos mínimos para tentar salvar o ano de alguns alunos. Mas basta olhar para o calendário: chegam tarde.
A tentativa de salvar o ano no fim do ano
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Abr 28 2022
Contratos anuais e completos renovados
No próximo ano letivo, o Ministério pretende renovar todos os contratos anuais e completos. A intenção é fixar os docentes e acabar com a dança anual de casa às costas.
“É essencial fixar e acabar com a eterna mobilidade”, insistiu João Costa, no final da reunião, aos jornalistas.
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