20 de Abril de 2022 archive

Que Soluções Podemos Encontrar Para A Falta de Professores?

Esta parece ser a pergunta que muitos fazem por esta altura, quando existem pelo menos 20 mil alunos sem aulas a pelo menos uma disciplina.

Ao contrário de alguns que acham que a entrega da gestão dos recursos humanos às escolas para colmatar as necessidades das escolas é a melhor solução eu discordo profundamente desta autonomia para a contratação pelas escolas, porque: é um processo moroso que em vez de acelerar o processo de contratação torna-o mais lento e mais sujeito a erros na  ordenação dos candidatos. A BCE provou isso quando um professor ficava colocado em 30 ou 40 escolas, atrasando a colocação de um docente para um determinado horário porque os melhor graduados ficavam colocados em inúmeras escolas.

Já há bastante tempo falei sobre a necessidade de alteração do diploma de concursos para tornar mais responsável as opções de cada candidato. Não faz sentido a penalização pela não aceitação de um horário, ou a denúncia de um contrato em período experimental, ou não, ser apenas pelo próprio ano letivo. Nesta altura do ano são colocados imensos professores em horário completo e até “anual” que não aceitam a colocação porque em setembro já podem aceitar novas colocações. Nas últimas duas reservas tive dois horário completos e anuais e um completo e temporário com professor colocado, mas que não aceitou a colocação.

Para aumentar a responsabilização pelas opções dos professores o Ministério da Educação devia permitir que os concursos fossem dinâmicos e que em qualquer momento do ano o professor pudesse alterar as suas opções de escolas e intervalos de horários em função do seu interesse na própria altura. Neste caso a penalização por uma não aceitação de colocação devia ser no próprio ano e pelo seguinte.

A solução a curto prazo para resolver o problema que surge sempre no final do ano podia ser a bonificação do tempo de serviço para efeitos de concurso para quem aceitasse uma colocação e um suplemento remuneratório.

Algo como: uma colocação no terceiro período podia valer 3 vezes o tempo de serviço (apenas para concurso) e uma bonificação de 20% no vencimento. Uma colocação no 2.º período podia valer a bonificação do dobro do tempo de serviço e uma bonificação de 10% no vencimento.

A solução a médio prazo (após a revisão do diploma de concursos) poderia passar pelo que indiquei em cima, duplicar a penalização por uma não aceitação, mas permitindo uma candidatura dinâmica ao longo de todo o ano letivo. A colocação em horário completo para qualquer horário igual ou superior a 18 horas também seria uma boa opção acrescida à primeira.

A solução a longo prazo seria valorizar as remunerações de todos os docentes, tornar mais atrativa a carreira docente de forma a atrair mais jovens para a via ensino. Não me venham dizer que o problema é que os alunos no fim da sua licenciatura não conhecem as opções que existem para seguirem a via ensino,  porque isto só nas cabeças das Marias Emílias e dos seus conselheiros é que fazem sentido.

Discordo um pouco de serem dadas regalias financeiras para colocações em zonas mais desfavorecidas porque isso iria criar desigualdades entre professores colocados na mesma escola e à boa maneira portuguesa iria promover alguns aproveitamentos para um professor ser beneficiário desta medida. Facilmente imagino que um docente de lisboa mude a sua residência fiscal para Paris Bragança apenas para beneficiar de ajuda deste género.

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As Notas de Rodapé São Tramadas

A falta de vergonha já não existe e quando 7 dos 16 ministros têm o ISCTE no currículo aguarda-se mais casos do género no futuro.

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Lata em forma de assim

 

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Os 4 euros que separam um AO de um AT

E cada vez se exige mais de uns e de outros? Tenham lá vergonha na cara e deixem de proletarizar uma sociedade que se quer desenvolver. A história já nos provou que sem motivação (vencimento) não se fazem bons profissionais. Se o público não capta os bons com uma carreira competitiva o particular aproveita. No final o refugo caberá ao público com todas as suas consequências.

 

Se o Governo não corrigir a tabela remuneratória única até ao início do próximo ano, o Estado passará a oferecer o mesmo salário de entrada para a carreira que pede o 9.º ano (assistente operacional) e para a que exige o 12.º ano (assistente técnico). E se o ministro das Finanças, Fernando Medina, sinalizou o adiamento de correções salariais – como a que estava prometida para os licenciados…

Quatro euros que separam duas carreiras do Estado em risco de desaparecer

É já mínima a diferença entre os salários de entrada na carreira geral do Estado que exige educação básica e os da que exige o 12.º ano. Aumento do salário mínimo em 2023 anula-a. Medina adiou correção às tabelas salariais. Mariana Vieira da Silva diz que a quer fazer.

 

 

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O Futuro da Escola em Debate

A escola vive uma encruzilhada e uma crise de vocações. Se nada mudar no próximo ano letivo, 110 mil alunos podem não ter professores a pelo menos uma disciplina.
Mas as condições salariais e as dificuldades de estabilidade da profissão têm tornado a carreira docente cada vez menos atrativa.
Num momento em que o futuro não espera e em que novas necessidades de aprendizagem se impõem num mundo cada vez mais tecnológico e exigente.
Este é ou não é o momento certo para repensar o futuro da Escola?

 

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“ Não sei como chegámos aqui assim. Não sei e não quero saber”.

“Não sei como chegámos aqui assim. Não sei e não quero saber”.

– Maria de Lurdes Rodrigues, 19/04/2022

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A falta de professores não pode ser desculpa para a falta de justiça e de Lei

 

Há pouco, num debate da RTP, Maria de Lurdes Rodrigues, ex-ministra da educação de má memória, veio defender a contratação “pelas escolas”. Filinto Lima acolitou, lembrando a BCE de desgraçada memória mas sem lembrar a memória desgraçada.

Milu, com aquela falta de humor faraónica que caracteriza, insistiu na sua falta de vontade de fazer atos de contrição e repetiu a cassette da contratação pelas escolas.
Também não sou religioso, mas Deus nos livre de ser cada escola a escolher os seus professores. Além do custo dessa operação, das dificuldades burocráticas de a concretizar, ninguém se lembra das trapalhadas, injustiças e compadrios do tempo em que isso quase foi assim?

Luis S. Braga

 

 

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