4 de Abril de 2022 archive

E Agora? Acomodaram-se…

Descentralização: Porto assume gestão das escolas com “défice” de dez milhões

 

Providência cautelar para travar transferência de competências não teve efeitos suspensivos. Autarquia diz que faltam pelo menos dez milhões no cheque do Governo. 925 trabalhadores e 29 escolas passaram para as mãos da câmara. E agora?

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A opinião da Mosca sobre a falta de professores

Clicar para ver e ouvir…

 

 

 

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Na educação, o exemplo vem de cima, sim!

 

Há alunos cujo exemplo que trazem de casa é tão saliente, tão audaz e claramente protegido que não há quem os consiga fazer calar.

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Um terço dos alunos diz que piorou desempenho escolar com ensino à distância

 

Investigação mostra relação entre decréscimo no aproveitamento escolar e estatuto socioeconómico dos alunos. Estudantes mais carenciados foram os mais prejudicados.

Quase um terço dos alunos diz que piorou desempenho escolar com ensino à distância

 

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Carta aberta de João Costa a João Costa, Ministro da Educação

 

Aí está, finalmente a confirmação de como um dia chegaria a algum lado na vida como professor.
E isto não é coisa pouca num país em que ser professor é ser um coitado, é ser a chacota dos amigos e dos vizinhos, o exemplo a não seguir, de todo e “tout court”, pelo resto da família, é ser um passa-fomes, é não saber fazer nada para além de dar aulas, não ter mais para onde ir, é ser o pior pretendente a um casamento e os sogros a maldizer a sorte, ao menos que trabalhasse num call-centre, pelo menos não saía do mesmo sítio.
Mas não, a vida dá muitas voltas e aí está: João Costa como Ministro da Educação!
Sim, já recebi os costumeiros parabéns de quem deixou de falar comigo há 20 anos, por razões óbvias (ninguém quer como amigo um professor e muito menos um professor desempregado), quiçá agora na esperança de alguma migalha, nunca se sabe e a vida é assim sempre a bicar de olhos postos no chão.
No entanto, já corrigi quem assim se me dirige. João Costa é de facto Ministro da Educação mas não sou eu, é o meu homónimo. E, por alguma razão, nem um abraço tenho obtido de resposta, apenas silêncio, total e completo.
Ainda enviei algumas mensagens de volta a perguntar se está tudo bem, como é que está a Patrícia, e os vossos pais, sempre escreveste um livro e nada, nem sequer viram as missivas na ausência do bonequinho de perfil ao lado da mensagem com medo de que algo aconteça no futuro e é sempre bom manter as distâncias.
É o que tenho feito, sem intenções nenhumas de regressar. E com o meu homónimo ao leme da educação, ainda menos.
Porquê? Façam uma pequena busca pelo salário de um Ministro em Portugal e rapidamente chegarão ao seguinte número: 50879.40 euros de vencimento bruto anual.
Agora procurem pelo vencimento de um simples e desgraçado professor em Londres no escalão “Upper 1”, ainda longe do topo da carreira, e o resultado é um salário bruto anual de 55754.22 euros.
Conclusão, um professor em Londres ganha mais do que o Ministro da Educação em Portugal e depois admiram-se do porquê da falta de professores.
E nestes termos, não invejo a sorte do meu homónimo, João Costa de seu nome, preso a um salário inferior, num cargo onde o próprio é o alvo a abater sempre que algo corra mal e sem saber ao certo onde estará daqui a 4 anos em termos políticos e a ter de fazer por isso se não quiser voltar a dar aulas.
Sua Excelência, Sr. Ministro da Educação, ou de um João Costa para outro João Costa, não há mal nenhum em dar aulas, são os alunos e pais que fazem de nós as pessoas de hoje, somos acarinhados e respeitados, com uma carreira em frente, responsabilidades e desafios e ainda nos pagam mais do que um Ministro por isso.
E, portanto, por conseguinte e por consequência, não podemos de modo algum voltar para um sistema de ensino a anos-luz de iguais condições e que em breve perderá mais de 30000 docentes para a aposentação.
Curiosamente, o mesmo número de docentes desempregados e em excedente aquando da formação deste que vos escreve.
E como os professores no Reino Unido nem sequer são os mais bem pagos da Europa, assim se explica o porquê da falta de atractividade pela carreira política.
Mentira, o João Costa é agora alguém e eu não sou ninguém. E ainda bem. O problema é que depois deste texto aquele bonequinho do perfil já leu a minha mensagem e está precisamente agora a escrever de volta…

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