19 de Janeiro de 2022 archive

Recenseamento 2022 – Final do prazo

Tão apressados com o novo concurso.

Sinal que nenhuma regra será alterada para 2022/2023.

 

Exmo.(a) Sr.(a) Diretor(a)/Presidente da CAP,

Recordamos que termina amanhã, dia 20 de janeiro de 2022, às 18.00h, o prazo para a submissão do Recenseamento 2022 pelos Agrupamentos de Escolas e Escolas não Agrupadas.

Recordamos a importância dos dados vertidos neste recenseamento uma vez que serão relevantes no desenvolvimento do próximo concurso de docentes.

Desde já agradecemos a V. colaboração no cumprimento dos prazos estabelecidos.

Com os melhores cumprimentos,

A Subdiretora-Geral da Administração Escolar

Joana Gião

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Banalidades II – Paulo Serra

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Dos debates, há uma derrotada inequívoca: a Educação – Santana Castilho

Conviria recordar, a propósito do próximo acto eleitoral: que vai eleger deputados (230), que foram escolhidos por chefes de partidos, que não por nós; que os filiados em todos os partidos existentes somarão cerca de 200 mil cidadãos, isto é, 1,85% de um universo de 10 milhões, 821 mil e 244 eleitores (mapa eleitoral nº 1-C/2021, do CNE); que nenhum cidadão pode concorrer sem a aprovação das máquinas partidárias, caracterizadas pelos números citados; que só por via indirecta desta eleição acabará indigitado, que não eleito, um primeiro-ministro; que tudo isto coexiste com o Artº 2º da Constituição, que diz que “a República Portuguesa é um estado de direito democrático, baseado na soberania popular, … visando … o aprofundamento da democracia participativa” (o bold é meu).
A profundidade que se desejava e o esclarecimento dos eleitores foram inconciliáveis com debates de 25 minutos, prejudicados ainda pela insistência agressiva dos moderadores em temas menos importantes. Compreendo os constrangimentos das televisões em matéria de tempo. Mas esse constrangimento foi caricatamente anulado pelo anacronismo de aos debates curtos se sucederem análises longas de comentadores, que nos vieram explicar o que os políticos disseram.
Receio que o eleitorado fique dominado pelo tacticismo que as matemáticas parlamentares ditam, sem assumir que sem alterar o modo de fazer política (prevalência do interesse nacional sobre os interesses partidários e do interesse colectivo sobre os interesses sectoriais) não criaremos um ambiente político favorável à solução dos maiores problemas: centralismo administrativo, coesão territorial, demografia, criação e distribuição da riqueza, crescente dependência do capitalismo digital, funcionamento dos sistemas de justiça, saúde e educação.
Dos debates, há uma derrotada inequívoca: a Educação. A sua ausência da maioria deles, designadamente do que opôs Rio a Costa, é um péssimo sinal e evidencia quão cínico e vazio é o discurso dos políticos, quando dizem que dela depende o desenvolvimento e o futuro do país, mas depois a reduzem a mero acidente de percurso. Nada sobre a reorganização curricular, indispensável à retoma do valor do conhecimento na educação dos nossos jovens. Nada sobre a retoma do raciocínio lógico, que protege da falsa ciência e dos manipuladores manhosos. Nada sobre o fim do embuste, segundo o qual se aprende sem esforço e sem disciplina e a autoridade dos professores é coisa desnecessária às pedagogias modernistas do século XXI. Nada sobre a hipervalorização da digitalização da Educação. Nada sobre o papel das artes na educação das nossas crianças. Nada sobre a promoção social dos mais frágeis. Nada sobre o desmesurado poder dos que não dão aulas sobre os professores de sala de aula. Nada sobre a supremacia crescente do caciquismo paroquial na gestão das escolas. Nada sobre a depauperada formação inicial dos professores e sobre a hecatombe da falta deles. Nada sobre tanto que poderíamos juntar a estes nadas.
Sobre António Costa? Dir-se-ia que só tem uma preocupação: culpar os partidos que rejeitaram o OE e assustar o eleitorado com o caos, se ele for forçado a abandonar a paróquia. Apenas propõe o que já existe, com pequenas reconstruções faciais. No debate com Jerónimo de Sousa, António Costa, referindo-se à carreira docente, afirmou querer acabar “de uma vez por todas com este absurdo, que é ser a única carreira no conjunto do Estado em que durante décadas as pessoas têm de obrigatoriamente se apresentar a concursos, andar com a casa às costas e andar de escola em escola de quatro em quatro anos”. Disse-o como se não fosse ele o responsável primeiro por, durante seis anos, não ter posto cobro ao que agora rotulou de absurdo e classificou como “mau para a qualidade educativa e péssimo para a vida dos professores”. É preciso topete para dizer o que disse, sem bater no peito e pedir desculpa.
Sobre os programas? Claro que existem diferenças substantivas de conteúdo entre os diferentes programas eleitorais. Mas, de modo geral, todos assumem uma linha de continuidade com propostas anteriores e primam pela ausência de soluções novas, para problemas novos, num estranho conformismo com uma nefasta cristalização política.
In “Público” de 19.1.22

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Infeções em crianças aumentam enquanto as escolas passam a “contexto social”

 

Os diagnósticos de covid-19 nas crianças dispararam nos últimos dias, com mais casos de alunos infetados a ficarem em casa em isolamento e um novo aumento das infeções também nos grupos etários dos 30 aos 49 anos, a idade dos pais. A tendência de diminuição de casos em Lisboa, a única região onde começava a verificar-se, parece ter-se esbatido no início desta semana com o aumento de infeções nos mais novos. Segunda-feira registou também o número mais elevado de mortes entre pessoas infetadas dos últimos meses. Os boletins da DGS não discriminam se as vítimas morreram de covid-19 ou com quadros agravados pela infeção na situação atual em que a maioria da população está vacinada  e uma parte significativa dos doentes internados com covid-19 são hospitalizados por outras causas. Das 46 vítimas mortais, 25 tinham mais de 80 anos, 12 eram septuagenários e as restantes eram mais novas.

Infeções em crianças aumentam após regresso às aulas

 

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Professores em crise – Joaquim Ruivo

 

Professores em crise

Há uma crise que se avizinha e que é necessário controlar a tempo: a da falta de professores.

Ela era expectável para quem sempre esteve atento.

Aparentemente, durante anos, houve professores a mais e o sistema da “oferta e da procura” foi-se encarregando de normalizar a situação: por um lado, pela via das políticas administrativas, criando agrupamentos e fechando escolas a pretexto do bom uso de recursos humanos e financeiros, aumentando o número de alunos por turma, colocando no limbo de colocações provisórias, anos a fio, dezenas de milhares de docentes.

Tudo sustentado pelo pretexto de um quadro demográfico em baixa, cada vez com menos crianças.

Mas a normalização foi também subliminar e mais profunda: depreciando o estatuto e condição profissional dos docentes, congelando o seu ordenado anos a fio, “obrigando-os” a pagar deslocações onerosas e duplas rendas de casas a troco de mais dúzia de patacos, desincentivando os próprios alunos a escolherem a via do ensino como saída profissional com futuro.

Cheguei a ouvir bastas vezes que só ia para professor quem não sabia fazer mais nada e houve alturas em que, à força de o ouvir, acreditei nisso, até a olhar para o meu próprio caso: a trabalhar que nem um “mouro”, sem nunca me ser permitido receber uma única hora extraordinária.

E depois, tanta gente que foi passando pela governação e pelo Parlamento com tão pouca sensibilidade para valorizar a escola e os mestres, apesar de publicamente nunca o admitirem.

Basta ver a composição da própria Assembleia da República e a área profissional dos seus deputados para se constatar como de legislatura em legislatura são cada vez menos os professores que a integram.

Em contrapartida, são muitos e cada vez mais os advogados, os economistas, os engenheiros, e, como dizê-lo?, os profissionais da política…

A escola, ao ser valorizada como local onde se colocam os filhos para que o pais fiquem mais libertos e descansados, inevitavelmente arrasta o estatuto dos professores para meros guardadores de crianças, onde a exigência, o exercício da autoridade e a responsabilização acabam por ser secundarizadas.

Porque também se foi instalando entre os docentes o receio de que, sendo muito exigentes, podem traumatizar as crianças e potenciar a sua desmotivação.

E isso até pode ser verdade, somente se os pais não apoiarem os professores no seu esforço diário, se os pais não educarem os seus filhos para a importância da escola, para o respeito pelos seus professores (na contrapartida óbvia que os professores têm que se dar ao respeito).

E este é um círculo vicioso que a partir de determinada altura se alimenta das suas debilidades: alunos para quem a escola não foi exigente serão eventualmente professores sem padrões de exigência.

Pelo que também a própria formação inicial e contínua dos docentes terá que ser repensada, para que não se corra o risco de só termos como professores quem efectivamente não sabe fazer mais nada.

 

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