Fala-se dos empregos do futuro quando se devia falar da escola do presente! – Carlos Rosa

 

Fala-se dos empregos do futuro quando se devia falar da escola do presente!

Nos últimos meses muito se tem falado dos “empregos do futuro”. Esta insistência na futurologia laboral, obviamente que me agrada por questões profissionais, mas não deixa de ser divertida ao ponto de termos pseudoespecialistas que só lhes falta “deitar as cartas”.

A pergunta que faço é se os empregos mudam, ou vão mudar, a escola não deveria mudar também?

Toda a gente a olhar para o futuro, quando o futuro de que tanto falamos… já aconteceu! Aconteceu e acontece agora, com os nossos filhos crianças e adolescentes em idade escolar.

Andamos todos preocupados que as máquinas nos vão substituir, que as competências basilares desta ou daquela profissão vão mudar, e tal e tal, mas… e nas escolas? Aí, onde devia começar a mudança não fazemos nada.

Nós deveríamos era de estar preocupados com a escola do presente e não com os empregos do futuro, porque de que serve um emprego de futuro se as nossas crianças estão em salas de aula com 100 anos de vida?

Vejam-se os miúdos. Sim esses mesmo: os nossos de 7, 10, 12, 15, 17 anos… todos diferentes a nível intelectual, todos diferentes a todos os níveis.

Todos iguais no tipo de escola que têm: uma sala, 25 lugares, secretárias duplas, um quadro na parede e em alguns casos, apenas alguns, um projetor no teto.

Vejam-se as metodologias de ensino, vejam-se os materiais científicos, veja-se a digitalização pedagógica… enfim!

Sim, estou a pintar um quadro negro, é verdade! Nalguns casos até talvez injustamente, mas a generalidade em Portugal é esta. É caso para dizer que quando um regime pedagógico, societário e com políticas de ensino e gestão escolar obsoletas entra em decadência, chega um momento em que isso salta aos olhos.

Sabemos que o índice do TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) está a aumentar. Sabemos que a dependência dos ecrãs por parte dos jovens é cada vez maior. Sabemos tantas, tantas coisas novas e… não mudamos nada. Nem no 1.º, nem no 2.º, e no 3.º ciclo então já vamos tarde pelos vistos.

Está na hora de deixar de falar dos empregos que aí vêm e transferir a escola do futuro para o presente, porque este presente precisa de um futuro melhor!

 

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4 comentários

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    • EUZINHO on 20 de Dezembro de 2021 at 1:05
    • Responder

    Qual a solução??? Mais ”macacada” e menos conhecimentos??? Forrar as paredes das salas a tablets??? Fazer dos professores entertainers e as escolas um circo??? É preciso mudar, sim, mais disciplina, mais conhecimento, menos écrans, mais natureza,… Mas isso não era bué de futuro… Certo???

    • Eu on 20 de Dezembro de 2021 at 1:14
    • Responder

    Com o varrer dos conhecimentos, e de disciplinas tão importantes como História ou Filosofia, substituídas por projectos esotéricos e alunos habitados a esforço nulo, prepara-se um exército de ignorantes que os Países do Pacífico, com gente fortemente preparada, farão aterrar na realidade que a de uma Europa mimada, velha , indisciplinada, onde todos os problemas desaguam na Escola, quando estão a montante dela numa sociedade que nem uma criança sabe educar e depois remete para a Escola os problemas enquistados dos erros em que persiste: Livre-se de ser professor quem pode, para aturar tais desvarios e tantos salvadores que não se salvam a si mesmos…

    • zeze on 20 de Dezembro de 2021 at 9:18
    • Responder

    “Uma fábrica de cretinos digitais” – Michel Desmurget

    • Luluzinha! on 20 de Dezembro de 2021 at 11:22
    • Responder

    Artigo oco, vazio, destituído de soluções concretas, uma réplica de frases feitas sem conteúdo.

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