7 de Novembro de 2021 archive

O que são os Professores? Carlos Santos

Não propriamente “quem somos nós?” pois, para essa gente, nós não somos gente, não somos pessoas, não temos família, não temos vida própria, não temos vida, não somos nada.
Somos uma coisa ao serviço público, que abraçou o espírito de missão porque assim o quis. Amigos, família, cônjuges e filhos, na mente dessa gente não passam de danos colaterais que têm de pagar pelas nossas escolhas e pelo modo como ousaram nos tratar. Acreditam que, quando um dia aceitámos assinar um contrato para exercer esta profissão, sabíamos ao que íamos e a vida difícil que nos esperava. Evidentemente, uma abjeta dose de mentira! Mudaram as regras a meio do jogo, aumentaram escandalosamente a idade da reforma, congelaram carreiras prolongando-as para ser impossível chegar, sequer, perto do topo, sobrecarregaram-nos de trabalho e burocracia, invadiram as nossas vidas privadas tendo-nos ao serviço a qualquer dia e a qualquer hora, dificultaram o nosso regresso às nossas casas, arruinaram os nossos projetos de vida, de carreira e os nossos sonhos, atropelaram os nossos direitos e, depois de nos usarem, ignoraram-nos. Meditativamente lembrei-me de que, ainda há pouco, o fizeram durante os confinamentos, momentos nos quais nos superámos, demos o melhor, disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semana, para que o país não parasse, para que a economia não colapsasse, para não deixarmos nenhum dos nossos alunos para trás, e agradeceram-nos com a desconsideração pública, financeira e profissional do silêncio absoluto e do desprezo.

Um dia meteram-nos num carro e mandaram-nos para longe das nossas famílias e nunca mais voltámos. Tiraram-nos a estabilidade, atiraram-nos para a estrada, puseram-nos a trabalhar onde, quando e como quiseram… depois de toda essa violência física, psicológica e emocional que nos roubou a saúde e anos de vida, ainda tiveram a petulância de nos dizer na cara que não trabalhámos, não percorremos as estradas do país a ensinar, não nos sacrifícios a nós e a quem nos é próximo, não abdicámos de tanto e, descaradamente, roubaram-nos esse tempo de serviço como se tudo isso não tivesse contado para nada.
Recentemente, empurraram-nos para formações dia e noite e fins de semana, relatórios e papelórios, aulas observadas e cotas e, depois, ofensivamente esqueceram-se de nos reposicionar nas carreiras e, tampouco, pagar o que nos devem.
Acossados de tanta ingratidão e roubo a somar a 12 anos sem atualizações salariais, mais pobres, com vidas e trabalho mais difíceis, governados há décadas por imbecis e incompetentes que só abrem a boca para nos dirigir uma torrente de palavras menos lisonjeiras ou mexerem na legislação para nos complicar a vida, deixaram-nos num estado de desânimo total sem perspetivas de que um dia possamos vir a ser substituídos por falta de candidatos que se queiram sujeitar a esta vida árdua e instável.

Amanhã, após mais uma semana inundada de reuniões abusivas fora de horário e de trabalho excessivo que ultrapassa 46 horas semanais, enganados e roubados, lá iremos regressar à estrada ou a algum quarto solitário longe da vista de todos para onde nos atiraram há décadas, atormentando-nos e extorquindo-nos mais um e outro dia como se nenhum mal nos estivessem a acometer. O maior sucesso de toda a propaganda e da subjugação da razão é conseguido sempre que a verdade se enche de silêncio e deixa o mal acontecer. E nós, professores, carregados de razão, tão revoltados quanto silenciados e submissos, vamos continuando a ser abusados enquanto ninguém diz nada, enquanto ninguém faz nada. Desde que apareçam resultados que deem votos ou enquanto a escola estiver de portas abertas para receber os filhos dos outros, enquanto os nossos ficam algures deixados para trás, tudo vai bem na terra da hipocrisia e ninguém se queixa, ninguém nos olha, ninguém nos vê, ninguém diz nada.

Pura insensatez pensar que teriam interesse ou tempo para nós, para nos ouvir, para se reunirem com os nossos representantes, para melhorar as nossas vidas (ou, pelo menos, não as infernizarem ainda mais), quando encontraram todo o tempo do mundo para o seu único propósito – poder brincar às politiquices e eleições que nada interessam às nossas vidas, num febril frenesim de distribuição de tachos e panelas – voltando, em breve, ao manancial de promessas para logo se esquecerem por completo da nossa existência.
Enquanto, em público, enchem a boca de mentiras sobre o mar de facilidades que têm vindo a derramar sobre as nossas vidas, laboriosamente tratam de as fazer num contínuo inferno.
Nós não queremos o seu fingido reconhecimento; não precisamos das suas promessas vãs; dispensamos o seu abraço de Judas; não acreditamos nas suas dissimuladas boas intenções. O que deles queremos é tudo aquilo que nos devem e que cabe naquela palavra que há muito desconhecem: RESPEITO; respeito em não nos roubar tudo aquilo que é nosso por direito; respeito, valor e consideração por tudo aquilo que nós representamos enquanto pilar essencial da sociedade e por tudo aquilo que fizemos, nos prometeram e nos roubaram.
“Respeito”, aquilo que gente desta, que durante décadas nos tem diminuído e desrespeitado, não merece.

Os anos e as décadas foram passando como paisagens pela janela de um carro em movimento e, hoje, ao anoitecer da vida, olhamos para trás e torna-se impossível não comparar aquilo que fomos com aquilo em que nos tornámos aos olhos de tantos parasitas que se serviram da coisa pública para nos usarem, deixando-nos perpetuamente abandonados na beira desta estrada.
Depois desta dança de cadeiras, na certeza de que, para nós, nada mudará para melhor, fica um único pensamento claro e cristalino: se não fizermos nada por nós, ninguém o fará… e só irão até onde nós deixarmos.

Amanhã, invariavelmente, desalentados lá regressaremos a essa mesma estrada…
Carlos Santos

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O país do(s) (professores) Salário Mínimo

Entre 2015 e 2022, segundo o Ministério do Trabalho, o salário médio no país aumentará 10,1% (+96€) enquanto o salário mínimo nacional subirá 39,6% (+200€), o que determinará que o salário mínimo, em percentagem do salário médio, aumente de 53,1% para 67,3%. E isto admitindo que o salário mínimo nacional aumente para 705€ como anunciou o governo. Se subisse para 850€, aquela percentagem aumentaria para 81%.” (Eugénio Rosa)

Depois admiram-se que não haja pretendentes a professor?

Se se concretizar o aumento do SM para 850€ por mês, os trabalhadores indiferenciados terão ordenados mais elevados do que alguns constantes, neste momento, como ofertas de emprego no site do IEFP para engenheiros de várias áreas.

Os professores contratados com um horário de 18 horas levarão para casa um Salário Mínimo com todas as despesas inerentes à profissão de professor contratado. A falta de professores em algumas zonas do país pode ser justificada com este facto. Um professor para ganhar o Salário Mínimo arranja um emprego perto de casa onde as despesas são menores e está perto da família, não vai para Lisboa ou para o Algarve (ou para fora da sua zona de conforto) ser professor por amor à camisola.

Acho piada quando ouço os membros do ME dizer que querem valorizar a profissão docente e captar os melhores. O ME ou qualquer membro de outro ministério. A administração pública está a cometer o mais “profundo erro desta política de remunerações, com consequências dramáticas para inovação e modernização do país, e para o crescimento económico e desenvolvimento de Portugal. E isto porque sem trabalhadores altamente qualificados essa modernização e inovação, esse crescimento económico e desenvolvimento será impossível. Para além disso, o país despende uma parte importante dos seus recursos em formar nas universidades jovens altamente qualificados que depois o abandonam e vão contribuir para o desenvolvimento de outros países, porque não encontram no seu país remunerações e condições de trabalho dignas. O que está a suceder no SNS devia abrir os olhos aos políticos para esta realidade: os profissionais mais qualificados – médicos e enfermeiros – estão a trocar o SNS pelos grandes grupos privados de saúde, que os atraem oferecendo melhores remunerações e condições de trabalho, com o objetivo de degradar o SNS, o que estão a conseguir devido à inercia do governo e dos partidos políticos, para dominarem o setor de saúde.
Mas tudo isto passou à margem do debate do OE-2022, ou recebeu muito menos atenção e preocupação
que foi dada ao aumento do salário mínimo nacional, quando esta questão é, a meu ver, tanto ou ainda
mais importante que a subida do salário mínimo nacional em 40€ ou mesmo em 185€. E até porque uma
subida muito elevada do salário mínimo nacional, sem que aumentem os outros salários, agrava ainda
mais as distorções salariais.” (Eugénio Rosa)

A falta de professores agudizar-se-á nos próximos anos e as soluções serão as de contratação de qualquer outro profissional “à rasca” ou podemos, mesmo, voltar à contratação à saída do secundário… para esses já não será necessário justificar, apenas, o Salário Mínimo.

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1944 Docentes Aposentados pela CGA em 2021

No ano de 2021 aposentaram-se 1944 docentes da rede pública do Ministério da Educação do continente, através da Caixa Geral de Aposentações.

As previsões apontavam para 2067 aposentações, sendo que a diferença de 123 docentes poderá ser a diferença que existe no número de aposentados pela Segurança Social que cada vez começam a ser mais docentes a ter a aposentação por este sistema.

Pelas previsões o próximo ano terá um acréscimo de aposentações, sendo que em 2023 serão quase o dobro dos aposentados em 2021.

E com a falta de professores que já temos um pouco por todo o país se não existir uma valorização remuneratória da carreira e melhores condições da própria carreira docente, muito em breve entraremos num colapso, com ausência de professores e com imensas dificuldades em recuperar para termos um bom sistema de ensino.

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INEM vai dar formação a professores em SBV

Cerca de quatro mil docentes do Secundário vão receber formação em Suporte Básico de Vida. Depois, têm de ensinar os alunos.

Professores vão ensinar alunos a salvar vidas

Até abril, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) pretende dar formação a entre 3500 a quatro mil professores do Ensino Secundário em Suporte Básico de Vida (SBV) e Desfibrilhação Automática Externa (DAE). A intenção é que, depois, esses docentes façam “uma difusão massiva” desses conhecimentos aos alunos. Os professores, em especial os de Educação Física, terão de formar todos os estudantes a seu cargo e outros profissionais.

O projeto arrancou no Alentejo, mas já há mais de cem ações agendadas em escolas do Norte, do Centro, de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve (ler Saber Mais). O INEM considera que o conhecimento deste conjunto de procedimentos “pode salvar vidas e deve ser incorporado, desde cedo, na vida de cada cidadão”. De acordo com os dados do INEMenviados ao JN, o número de desfibrilhadores em estabelecimentos de ensino (do pré-escolar ao Ensino Superior, público e privado) mais do que triplicou desde 2018, passando de 64 para 216 equipamentos em 2021, num universo superior a oito mil unidades orgânicas. Os equipamentos foram adquiridos no âmbito de projetos de municípios (por exemplo, as câmaras de Sintra e de Ponte de Lima adquiriram DAE para todos os agrupamentos dos concelhos) ou por iniciativa das próprias escolas.

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O maniqueísmo “Direita”/”Esquerda” instalado na Classe Docente…

 

Ao longo dos últimos anos, a Classe Docente não tem conseguido opor-se, de forma consequente e eficaz, à maior parte dos “atentados” que têm sido perpetrados contra si, por parte de sucessivos Governos, e quanto a isso não parecem existir grandes dúvidas, celeumas ou controvérsias…

A discórdia e a polémica costumam começar quando, a propósito da análise e da crítica a determinadas acções governativas no âmbito da Educação, se envereda pelo maniqueísmo ideológico, assente na concepção dualista de “Direita”/”Esquerda”…

Mas antes de haver “Direita” ou “Esquerda”, há políticas e medidas educativas que podem ser boas ou más, independentemente das ideologias. Fazer depender a avaliação dessa qualidade exclusivamente das convicções ideológicas de cada um, é propiciar o enviesamento e a deturpação desse juízo…

Quando alguém critica determinada política educativa conotada com a “Esquerda” ou com a “Direita”, isso significa que, forçosamente, o primeiro será de “Direita” e que o segundo será de “Esquerda”?

É legítimo e verossímil atribuir a essa crítica uma conotação obrigatoriamente partidária?

Não pode haver críticas ou elogios dirigidos à “Direita” ou à “Esquerda” sem intuitos partidários?

Ao enveredar por tal bipolarização, abrem-se “trincheiras”, extremam-se opiniões, e o foco deixa de estar nas políticas e medidas educativas em si mesmas e passa a centrar-se em argumentos falaciosos, cujo resultado mais comum acaba por ser não as analisar nem as discutir efectivamente…

Ou seja, a questão ideológica aparece, quase sempre, como uma espécie de “encosto”, como uma “falsa questão” ou como uma questão artificial, servindo sobretudo como subterfúgio para evitar a análise e a discussão de determinada política ou medida educativa e, em particular, para não reconhecer e assumir as suas eventuais desvirtudes…

Enquanto a Classe Docente não conseguir abstrair-se de concepções dualistas, de dicotomias artificiais e de categorizações falíveis, não conseguirá ver para além disso e ver-se-á impedida de alcançar consensos que conduzam à tão almejada união e de lutar pelo bem comum…

Enquanto a Classe Docente estiver refém dessa dicotomização e entretida a discuti-la, sem hipótese de chegar a qualquer conclusão unânime, não haverá a menor possibilidade de serem atendidas as suas principais reivindicações porque a divisão e o conflito “auto-fágico” enfraquecem qualquer forma de luta…

De certa forma, “demonizar” ou “santificar” a “Direita” ou a “Esquerda” até pode ajudar a simplificar e a organizar a realidade, mas também acarreta o risco de estereotipar ideologias e seguramente não ajudará a resolver qualquer problema afecto à Escola Pública, muito menos as iniquidades com que se debate a função Docente… Apesar de alguns “crentes fanáticos” das duas ideologias não dispensarem as acusações e os preconceitos recíprocos…

E o mais absurdo das querelas ideológicas parece ser isto: recusar assumir os erros cometidos pela acção governativa da “Direita” ou da “Esquerda” num certo momento, com a justificação de que determinados Governantes, anteriores ou posteriores, de “Direita” ou de “Esquerda”, fizeram pior…

Por essa ordem de ideias, torna-se impossível, num determinado momento, criticar e/ou apontar erros a uma determinada política educativa porque haverá sempre quem possa ter feito pior…

A conclusão, também absurda, a retirar será esta: afinal não há motivos para quaisquer contestações ou reivindicações porque os erros de uns serão sempre desculpáveis, branqueáveis ou anuláveis pelos erros de outros… No limite do paradoxo e do ilógico, e pela premissa anterior, contesta-se o quê, se afinal não existem erros nas políticas educativas?

No momento actual parece que analisar e criticar a política educativa do Governo chefiado por António Costa pode ser considerado como um “sacrilégio” por alguns, que põem em causa a credibilidade dessa crítica, acusando-a de fazer a apologia partidária de “Direita”…

 E também parece que não se pode criticar a política educativa do Governo de José Sócrates, sem fazer qualquer referência à de Nuno Crato, enquanto Ministro da Educação do Governo chefiado por Passos Coelho…

 Apelando a algum sentido de humor que ainda possa subsistir, sobre o anterior afirmo apenas isto: penitencio-me por não reconhecer o enorme mérito e o inquestionável contributo dado por de Maria de Lurdes Rodrigues e por Tiago Brandão Rodrigues, respectivamente Ministros da Educação de José Sócrates e de António Costa, no sentido do respeito, da valorização e da dignificação da Classe Docente e do prestígio e da excelência da Escola Pública…

 A ter sido assim, não haverá, por certo, quaisquer motivos para criticar as políticas educativas do Governo de José Sócrates e de António Costa, comummente conotados com a “Esquerda”…

 O mais certo é ter andado muito absorta e distraída, mea culpamea culpa, mea culpa… 

 Quanto a Nuno Crato, confesso que foi penoso e excruciante suportar o seu mandato enquanto Ministro da Educação do Governo chefiado por Passos Coelho…  

 Agora novamente mais a sério, pelo Histórico de Governos da República Portuguesa, disponível no site oficial do Governo, verifica-se que, desde o 25 de Abril de 1974 até ao momento actual, o país foi gerido por um período de cerca de 22 anos por Partidos Políticos conotados com a “Esquerda” e cerca de 19 anos pelos conotados com a “Direita”, se excluirmos os Governos Constitucionais que estiveram em exercício de funções menos de um ano e cujo 1º Ministro não viu renovado esse mandato e os Governos Provisórios …

 Dado que a diferença anterior, cerca de 3 anos, não parece significativa, não pode deixar de se imputar à “Esquerda” e à “Direita” a co-responsabilidade pelo estado caótico e calamitoso em que se encontra a Educação no momento actual…

 Por onde tem andado a vontade política, quer da “Esquerda” quer da “Direita”, no sentido da resolução dos muitos problemas que afectam a Escola Pública, há já vários anos?

 E, contudo, “gritar” a importância da Educação fica sempre tão bem em qualquer Programa Eleitoral…

 

Nota final:

As políticas educativas surgem porque existem Partidos Políticos que as originam e que são responsáveis por elas, em cada Legislatura. Não assumir isso e considerar que quando se fala e discute sobre Educação não se pode falar nem discutir sobre Política é um acto de profunda hipocrisia e de negação da realidade…

 A isenção não é fazer de conta que não existe qualquer interdependência entre Educação e Política. A isenção é conseguir analisar e discutir as políticas educativas, assumindo e reconhecendo as suas des(virtudes), sem o apego redutor a ideologias, ainda que as convicções políticas de cada um sejam um direito inalienável…

 

(Matilde)

 

 

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Chumbo dos irmãos de Famalicão dependente da ‘boa vontade’ do Ministério

 

Alunos podem recuar um ano na segunda-feira. Pais ponderam apelar a Brandão Rodrigues que repense a decisão (mas de boas vontades está o inferno cheio)

Chumbo dos irmãos de Famalicão dependente da ‘boa vontade’ do Ministério

mais velho tem 15 anos e frequenta o 10º ano, o mais novo tem 13 e iniciou o 8º no Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão. Mas as matrículas destes dois irmãos são provisórias. Estiveram até agora seguras por arames legais, providências cautelares que suspenderam o chumbo de ambos desde o ano letivo de 2018/2019 por faltas não justificadas à disciplina obrigatória de Cidadania e Desenvolvimento, que não frequentaram por decisão dos pais, que alegaram objeção de consciência. Falhado o último pedido apresentado no Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Braga, ontem a retenção dos adolescentes ditada pelo Conselho de Turma voltou a estar ativa, implicando o regresso do mais velho ao 9º ano e do mais novo ao 7º.

Na segunda-feira, em teoria, serão esses os anos que os dois irmãos irão frequentar. “Eu diria que sim, que vão recuar mesmo”, confirma ao Expresso João Pacheco Amorim, o advogado da família, atestando que a posição do seu constituinte não mudou. Ainda vai apresentar um recurso à recusa da última providência cautelar, mas este não tem efeito suspensivo (a não ser que a juíza o determine, por razões imperiosas), não travando a decisão. “Abre-se assim a possibilidade de a escola executar o seu próprio ato. A partir de segunda-feira a direção da escola pode fazer o que quiser.”

 

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