“Caros colegas dirigentes sindicais da FENPROF, FNE, SINAPE, SIPE e todos os outros sindicatos docentes,
Tivemos conhecimento que algumas das vossas estruturas sindicais convocaram uma greve nacional para docentes dia 5 de novembro. Vimos por este meio, mais uma vez, expressar a nossa solidariedade com esta greve, cujas reivindicações, como é público, são comuns não apenas com o que o S.TO.P. defende mas também com outros sindicatos/federações docentes.
Como sabem, em finais de julho enviámos a todos os sindicatos/federações docentes um convite para juntarmos forças em defesa de questões fundamentais para quem trabalha nas escolas (inclusive muitas das reivindicações desta greve de 5 de novembro). Fraternalmente temos que vos transmitir que lamentamos não ter tido qualquer resposta a esse nosso convite porque acreditamos genuinamente que juntos seríamos mais fortes.
Como sabem, o S.TO.P. depois de auscultar sócios e não sócios num Plenário a 4 de setembro e posteriormente numa sondagem online, seguiu essa decisão democrática dinamizando uma greve nos primeiros dias de aulas deste ano letivo que, como chegou a ser noticiado por alguns media, encerrou várias escolas. Infelizmente nenhuma das vossas estruturas sindicais expressou qualquer solidariedade com essa greve (à semelhança do que o S.TO.P. faz com as vossas iniciativas de luta). Continuamos a considerar que a melhor forma de pressionar mudanças significativas neste Orçamento de Estado (O.E.) seria antes (e não depois) da votação na generalidade a 27 de outubro (a sua votação mais decisiva). Esse timing (depois da votação decisiva do O.E.) tem também acontecido em anos anteriores, com as principais formas de luta dinamizadas pelos maiores sindicatos/federações/centrais sindicais a acontecerem depois da aprovação do O.E. e infelizmente os resultados estão à vista.
Também continuamos a considerar que face à brutal dimensão das injustiças e ataques a quem trabalha nas escolas, dificilmente esses ataques serão travados com as formas tradicionais de lutas/greves de um dia e sobretudo sem um plano de luta democrático e consequente. É fundamental a construção democrática de um plano de luta consequente, idealmente dinamizada pelo menos por todo o movimento sindical unido na área da Educação. O S.TO.P. como sempre está disponível para isso e os outros sindicatos/federações/centrais sindicais?
É preciso fazer o que ainda não foi feito para tentar mobilizar quem trabalha nas escolas. Por exemplo, em vez da concentração à frente do parlamento dia 5 de novembro que foi marcado apenas pela FENPROF sem sequer tentar discutir/coordenar com todas as estruturas sindicais na área da Educação, não teria mais impacto pelo menos tentar juntar forças nesse dia com todas as estruturas sindicais da área da Educação? Se sim, porque não se tentou isso? Será que também no futuro não ganharíamos todos se, de forma coordenada entre todos os sindicatos/federações, tentássemos, além de mobilizar todos os Profissionais da Educação, também apelar à participação das comunidades educativas que tanto têm sido prejudicadas pelos brutais ataques à Escola Pública (os muitos milhares de alunos sem professor a uma ou mais disciplinas é apenas um exemplo)? Será que também não teria sentido que todos os sindicatos/federações discutissem e avaliassem entre si a possibilidade de criar fundos de greve para apoiar greves de quem trabalha nas escolas? Estas e outras ideias poderiam ser naturalmente melhoradas ou até substituídas por outras eventualmente melhores, mas isso só é possível se houver a mínima vontade dos sindicatos/federações em reunir com todos e fazer o que ainda não foi feito em defesa de todos que trabalham nas escolas.
O S.TO.P. pelo superior interesse de quem trabalha nas escolas está disponível, como sempre, a juntar forças e a discutir desde já com todos os sindicatos/federações, o que podemos fazer para inovar as lutas sindicais. Mais alguma estrutura sindical na área da Educação está disponível para isso? Se sim, apesar de nunca termos recebido qualquer convite, estamos disponíveis para reunir com quem quiser juntar forças.
No S.TO.P. o que nos move é exclusivamente a defesa de quem trabalha nas escolas e acreditamos genuinamente na importância da união. Por isso agimos de forma consequente, no passado, sendo o único sindicato a convidar todos os outros sindicatos/federações docentes (por dezenas de vezes em torno de diferentes temáticas) e no presente, considerando que, como sempre, numa greve/luta entre M.E. e quem trabalha nas escolas não deve haver dúvidas: estamos sempre ao lado dos trabalhadores. Claramente consideramos que, apesar das diferenças com a data/forma, é mais positivo para quem trabalha nas escolas que a greve de 5 de novembro tenha o maior sucesso possível (até para permitir que se possa equacionar posteriormente outras formas de luta mais consequentes).
Esperamos que rapidamente nos respondam (ou convidem) para que juntos possamos fazer mais e melhor em prol dos direitos de todos que representamos.
JUNTOS SERÍAMOS + FORTES!
Com os melhores cumprimentos,
Direção do S.TO.P. “
7 comentários
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Sinto o mesmo que o STOP: para quando uma acção conjunta no sector da educação?
Já esteve mais distante essa realidade. Todos vamos sentindo que é esse o caminho para uma nova escola. Os sindicatos “maiores” que o sejam de facto ou estou convicto que também terão muitos menos associados no funal desta década. Em 2021 e com este ministério uma greve é um gesto meigo, perene e orquestrado. A resposta de sempre…
Concordo plenamente. Não há outro caminho.
Quando todos pensavam que os sindicatos dos professores tinham desaparecido há vários anos, aí estão eles de novo e em força para lutarem pelos direitos do PCP.
Só agendas para servirem os cada vez mais nebulosos interesses partidários. Cada vez estou mais convencido que aos sindicatos interessa que fiquemos nas escolas até aos 67 anos. Para além das quotas há ainda o número de dirigentes sindicais que ficam intocáveis. Uma vergonha esta esquerda, uma vergonha para a classe docente estes dirigentes partidários que escravizam os colegas que dão eles enquanto eles socializam numa boa onda. Tenham juízo! Quantos dirigentes sindicais veem o dia descontado? Zero!
Desculpe José Silva, já foram públicos os recibos de vencimento de dirigentes do S.TO.P. a quando da greve às avaliações, e como podemos verificar, o rombo no vencimento foi enorme!!!
Afinal há um sindicato que é apartidário e que o único objetivo é defender a Educação e os que trabalham/estudam nas escolas.
Não faz sentido a Fenprof queixar-se da falta de diálogo do Ministério com os sindicatos, ao mesmo tempo que se fecha portaa ao diálogo com os outros sindicatos.
“Reunir e juntar forças em defesa de quem trabalha nas Escolas”.
Finalmente algo do qual os diretores estão excluídos.