27 de Outubro de 2021 archive

OE 2022 “Chumbado”

 

Ciente que os próximos tempos serão difíceis para todos os portugueses.

Quem vier que faça melhor e que entregue a pasta da Educação a alguém capaz de ouvir os professores e a comunidade educativa.

Agora, está tudo na mão do PR.

 

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Perguntas opcionais, só contam as melhores respostas: exames nacionais vão manter a estrutura adotada na pandemia

 

Instituto de Avaliação Educacional estabelece que as provas deste ano letivo vão manter o fomato mais benevolente que tem vigorado nos últimos dois anos letivos

Perguntas opcionais, só contam as melhores respostas: exames nacionais vão manter a estrutura adotada na pandemia

Este formado mais benevolente foi adotado em 2020 e 2021, devido à pandemia, que durante os dois confinamentos obrigou a suspender aulas presenciais e impôs o ensino à distância.

Reconhecendo que, em função destes constrangimentos, nem todos os alunos podiam estar em condições equivalentes para responder à totalidade dos itens dos exames, o Instituto de Avaliação Educacional (IAVE) decidiu na altura criar uma estrutura diferente da que vigorava antes da covid-19, criando, em cada prova, um conjunto de questões opcionais em que os estudantes podiam optar por não responder a algumas sem serem penalizados ou, respondendo a todas, seriam contabilizadas apenas as melhores.

 

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Procedimento de seleção e recrutamento de pessoal docente – Casa Pia de Lisboa

 

Informa-se que se encontra aberto, a partir de 4.ª feira (inclusive), 27 de outubro de 2021, pelo prazo de 3 dias úteis, procedimento de seleção e recrutamento de pessoal docente para suprimento de necessidades temporárias, da Casa Pia de Lisboa, I.P., para o ano escolar de 2021/2022 – Contratações a termo resolutivo certo (grupos de recrutamento 220 – Português e Inglês e 300 – Português), constituição de reservas de recrutamento (grupos de recrutamento 330 – Inglês, 350 – Espanhol e 520 – Biologia e Geologia).
                                                                                                                          
Informa-se que o formulário on line se encontrará disponível a partir de 4.ª feira, 27 de outubro de 2021, até às 23 horas e 59 minutos, hora de Portugal Continental, do dia 29 de outubro de 2021.

 

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Esclarecimento sobre a Greve de dia 5 de novembro

 

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Uma democracia de mercado – Santana Castilho

 

1. Decide-se hoje, pelo menos formalmente, o destino do Orçamento de Estado (OE). O cenário oferecido aos servos fiscais, a que chamam cidadãos, resume-se assim: Governo e oposição, imprestáveis para empreender reformas sérias, digladiam-se numa romaria orçamental, com tácticas casuísticas e o mesmo objectivo estratégico: ter poder para, numa democracia de mercado, repartir benefícios pelos prosélitos mais próximos; um Estado tentacular, aprisionado por esta lógica e por escritórios de advogados, que assiste impávido à degradação da provisão pública dos serviços de saúde, educação e justiça; um Presidente que, em nome da estabilidade podre que o obceca, nos sopra liminarmente, a cada passo, a velha máxima de Thatcher: “There is no alternative”.
São evidentes os sinais do autoritarismo monolítico de António Costa, cada vez mais fixado na afirmação do seu poder e na imposição de ideias de controlo e supervisão da sociedade. Conseguirá ele, no último minuto, fazer aprovar mais um OE? Créditos de flexibilidade de cintura, não lhe faltam. Entre outros, basta que recordemos o sorriso cínico com que deu a volta ao resultado das eleições que perdeu, ante um político que vinha de quatro anos de distribuição de miséria pelo país; a facilidade com que, depois de considerar o Bloco de Esquerda uma “inutilidade total”, o utilizou para ser poder; a volatilidade que usou para passar do eurocepticismo (saudou a eleição de Tsipras como um sinal de mudança na Europa) para o federalismo (quando lhe foi conveniente, alinhou rápido com as propostas de Macron); a ligeireza com que, depois de perorar na oposição contra “os falcões de Berlim”, bajulou, no Governo, a senhora Merkel.
Ou estará antes no papel de escorpião, pronto para ferrar de morte o OE, porque não resiste ao chamamento para presidente do Conselho da Europa, em Julho de 2022? É que, como bem lembrou Ana Gomes, tem e recusa a solução: acabar com a caducidade da contratação colectiva.
2. De passo síncrono com a diminuição da natalidade e o envelhecimento da população, acentuou-se em Portugal o abismo entre o litoral, sobrepovoado, e o interior, desertificado; enveredámos por um desenvolvimento agrícola de monoculturas intensivas, que depauperam solos e reservas de água; continuamos um país desindustrializado, fortemente dependente da importação de bens, a que outros acrescentaram valor; regredimos nos resultados da Educação; assistimos à degradação continuada da Justiça; numa palavra, permitimos, mansos, a imposição de um colete-de-forças ideológico em múltiplas áreas da vida colectiva.
Muitos, respeitáveis, dizem que não há racismo em Portugal. Detenham-se nos comentários que pululam nas redes sociais. Encontrarão, mais do que racismo, ódio. Ódio profundo dirigido ao outro, seja branco, preto ou amarelo, estigmatizando todos pelos comportamentos de alguns. Demasiados oprimidos, aí, odeiam mais o outro que o opressor e mostram-se inaptos, sequer, para identificar quem os faz pobres e oprimidos. Muitos deles, sem se darem conta, porque alienados, viram simples colaboracionistas, quando assumem as mesmíssimas práticas e dialéticas que julgam estar a combater. De alma profundamente dorida, vejo isso, até, nas caixas de comentários dos professores.
À medida que envelheço, os problemas que não podem ser solucionados cientificamente, mas que são fundacionais de uma visão personalista da vida, vão ocupando o meu espaço reflexivo em detrimento daqueles que resolvo com o conhecimento acumulado. Assim, quando olho para a corrente política que procura dominar o ensino, sinto-me em sentido contrário: eles fixados nas competências, que resolvem problemas (do sistema económico); eu preocupado com os modos diferentes de ver o mundo (para que cada um o entenda).
A pressão que o utilitarismo e o consumismo, as medidas e os números exercem sobre os que pensam é tal, que muitos acabam desistindo da Filosofia, da História e da Literatura e aceitam acriticamente o império da Estatística.
Oxalá esta crise pudesse, pelo menos, despertar políticos e pedagogos para a necessidade de produzir pensamento sobre processos de melhorar a qualidade de vida das populações, recuperando o equilíbrio entre as prerrogativas do Estado e as liberdades fundamentais dos cidadãos.
In “Público” de 27.10.21

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A pedagogia do paraquedista instantâneo -Jorge S. Braga

Há uma forma muito simples de transformar uma pessoa num paraquedista “qualificado”. É afixar-lhe um paraquedas às costas e atirá-lo do avião de uma altura considerável. O problema desta metodologia pedagógica é a taxa de sucesso.
Presume-se ser baixa porque objetivamente nunca ninguém testou cientificamente o processo.
Nas escolas portuguesas há muitos adeptos da pedagogia do paraquedista instantâneo.

É necessário que o aluno aprenda algo? Atira-lhe com STEM ou STEAM ou com um “projetinho” interdisciplinar para cima e aquilo há de dar algo.

Muitas vezes não interessa nada se o paraquedista aprendeu de facto a usar o paraquedas ou se simplesmente teve sorte e caiu num fardo de palha. O que interessa é se chegou vivo ao chão. Se chegou vivo … passa de ano. E nem precisa de estar muito vivo …

Há uma crescente preocupação excessiva na educação portuguesa em fazer “projetinhos”, ou uma bricolage qualquer, especialmente quando há a visita de um alto dignatário. Há que demonstrar que a escola consegue construir produtos e que estamos todos no século XXI.
É uma moda. Daquelas cíclicas, que regressa passados uns anos, com mais ou menos força. No final do século passado o projeto era a moda. Está de volta. Por volta de 2003/4 as rubricas…. Estão de volta. O construtivismo da autodescoberta … já veio e já foi. A pedagogia de competências. O saber-ser e o saber-estar … yachh.

Enfim, conforme a última coqueluche pedagógica (que vendo bem as coisas já cá anda há muito tempo) redireciona-se toda uma organização num dado sentido.

Quase que os ouço, em excitação preocupada:

São os projetos. O caminho são os projetos!
Não as rubricas, as rubricas é que é bom.
Não são nada que o Professor Domingues Fernandes já se arrependeu te ter escrito a folha sobre rubricas. Descritores de desempenho subordinados aos domínios… isso é que é ! De preferência com média ponderada calculada com 14 casas decimais (sic).

(Uma das coisas que não passa de moda são as tabelas – continuo na minha: O termo “grelhas” é para churrascarias. Mas vou usá-lo no resto do texto por uma questão de clareza. Se não os podes vencer junta-te a eles.)

Mas quando se diz que os alunos deverão aprender algumas competências básicas (não lhes chamo aprendizagens essenciais para não ofender ninguém) e que se calhar estes tipos de metodologias pedagógicas não serão os mais indicados…. Ui. Cai o Carmo e a trindade.

Quem conhece a minha prática letiva sabe que faço enormes projetos com os meus alunos. Fábricas. STEM on steroids! Para mim é fácil porque eu ensino tecnologia industrial logo….
Mas mesmo eu, um engenheiro, fervoroso defensor da metodologia de projeto (e obviamente de STEM) olho para esta metodologia e digo: não. Há certas coisas em que é simplesmente impraticável aplicar estas ferramentas pedagógicas.
Há certas coisas que devem ser mesmo aprendidas antes de aplicar certas metodologias ou corremos o risco de o “paraquedista” ao saltar do avião estatelar-se contra a hélice.

Quando o objetivo é ensinar alguém paraquedismo, se calhar o instrutor, ainda no solo, começa por explicar como se sai do avião (se calhar com um modelo da porta do avião) , fazem ensaios no solo de posicionamento corporal (qual surfista na areia a praticar), ensinam-se várias regras de segurança, sendo o que fazer quando o paraquedas não abre uma das mais importantes. Quem sabe vão até a um túnel de vento (para as escolas ricas que têm esse tipo de recursos- a ironia da metáfora imitar a vida real!) praticar um pouco e fazer uns exercícios. Provavelmente depois há um salto em tandem com o instrutor para habituação… e talvez, mais tarde, o salto solitário.
Depois de tudo isto bem consolidado…. virão as acrobacias durante o salto.
Talvez com isto tudo melhoremos significativamente a probabilidade de sobrevivência do paraquedista por oposição à estratégia gravítica imediatista.

Com os projetos e com STEM é a mesmíssima coisa.
Não podemos querer que estas duas ferramentas/metodologias venham resolver tudo e mais alguma coisa. Há certas competências anteriores ao salto que devem ser adquiridas. E isso não é demérito nenhum para a metodologia de projeto.
Note-se que o contrário também é verdade: não se pode ensinar um aluno a colaborar numa equipa (sim porque a colaboração também se ensina) obrigando-o a fazer exercícios de matemática sozinho.
Cabe ao professor “esse grande pedagogo” a capacidade de discernir aquilo que faz sentido para aqueles conteúdos e para aquele grupo de alunos.

E não há grelha que consiga suportar essa decisão que está centralmente alicerçada no âmbito das relações humanas.

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