Este blog tem quase 14 anos e tem sido ao longo deste tempo um espaço de convívio, debate e informação para quase todos os professores.
Muitas vezes este espaço mobilizou os professores para causas de todos os tipos e conseguiu que muitas dessas causas tivessem ganhos consideráveis.
Possivelmente não deve haver um único professor que não tenha vindo a este espaço e que não o reconheça como espaço de informação fidedigna e mobilizadora dos professores.
A vida muitas vezes não nos deixa espaço ou motivação para continuar a produzir conteúdos diários com a mesma motivação de outros tempos.
Com isto não quero dizer que o blog não irá continuar a produzir conteúdos e informação, muitas vezes seguida pela comunicação social e muitas vezes pelas próprias estruturas do Ministério da Educação, mas que por uns tempos eu irei estar mais ausente, um pouco à espera que a mesma motivação de antigamente regresse.
Preciso talvez de alguma nova iluminação na vida pessoal para que isso aconteça.
Com a publicação da lista de aposentados de novembro deixo o quadro com os números de 2021.
Para as previsões de 2021 faltam ainda cerca de 300 docentes aposentados. No entanto alguns deles já são aposentados pela CGD que não constam nesta lista.
Porque as crianças são curiosas por natureza, a tal tábua rasa à nascença, ou então uma tela toda ela branca e alva, ansiosa, não, sequiosa e em bicos dos pés mais as mãos no ar à procura das milhares de milhões de pinceladas por chegar.
Por ser elementar encontrarmos em cada experiência uma oportunidade para aprender.
Por já se saber como o cérebro, e com o cérebro a criança, cresce em proporção aos estímulos de todos os dias com especial enfoque nos primeiros anos de vida.
A escolaridade a partir dos 3 anos de idade vai entrar em discussão pública como parte integrante da Estratégia de Combate à Pobreza 2021-2030.
E não obstante desconhecer os meios pelos quais um governo se propõe a tal façanha, estes dois braços abertos diante de tal oferta não podiam estar mais de acordo.
Afinal, a escolaridade não é nem obrigatória nem uma obrigação. Não, a escolaridade é um dever, o dever de pais para filhos, de professores para alunos, de um país para os seus cidadãos.
E quanto mais cedo melhor. De modo a promover a socialização, a partilha, as amizades tantas vezes para a vida. Para que as crianças aprendam a esperar pela sua vez, combatendo a frustração, desenvolvendo a resiliência.
Em nome da cooperação, da unidade e o apoio dos pares e com a unidade e o apoio dos pares a auto-estima, a autoconfiança, a segurança de ter os pés bem assentes na terra e alguém que não nos deixa cair.
Para bem da diversidade que também rima com igualdade num mundo cada vez mais multicultural e onde a tolerância e aceitação são verbos repetidos até à exaustão quando se quer o outro, tu, eu, nós todos como iguais.
Escolaridade é também sinónimo de independência e responsabilidade no que toca aos cuidados diários entre o lavar dos dentes e das mãos, horas para dormir e acordar, vestir e fazer a mala para a escola entre outras rotinas diárias.
Querem que continue? O aumento dos níveis de literacia com o seu reflexo no resto da vida ao nível não só académico mas social num mundo onde a capacidade de expressão verbal e escrita são bens cada vez mais escassos.
O desenvolvimento da inteligência emocional quando se coloca a criança diante do outro e de outros, outros modos de ver, pensar e agir, equipando a criança com a palavra empatia mais o primeiro passo para o pensamento abstracto, pensamento esse onde também cabe a planificação, a imaginação e a criatividade.
O gosto pela aprendizagem e esta devoção ao conhecimento que fica para sempre, em constante movimento lado a lado e de mãos dadas com esta criança.
As maiores probabilidades de sucesso profissional e pessoal quando vida há só uma para se viver realizado, e com a realização a felicidade.
Por tudo isto, como se fosse preciso justificá-lo, não deixarei de participar na consulta pública da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza 2021-2030. A data, ainda por marcar, está para breve.
Já a resposta é imediata: sim ao alargamento da escolaridade, sim à escola pública, sim aos professores, aos pais e alunos, sim aos nossos filhos, sim às crianças.