BONS PROFESSORES FAZEM A DIFERENÇA – Joaquim Seixas

 

A aprendizagem de um aluno depende de vários fatores, sendo o desempenho do professor o que tem maior impacto. Todos nós já fomos alunos e recordamos antigos mestres, realçando determinadas características que nos levam a considerá-los excelentes professores e modelos a seguir. A sua ação, modo de ser e de pensar influenciou o futuro de muitos jovens e, através deles, a humanidade. Transmitiam o gosto pela sua área do conhecimento, com aulas atrativas e métodos adequados. A dedicação era total e os resultados muito bons.

Um bom professor pode ser difícil de definir, mas todos sabemos reconhecer e temos a certeza de que faz a diferença nas aprendizagens dos alunos. A qualidade do docente foi e sempre será o principal instrumento para estes alcançarem bons resultados. O ideal seria que todos os professores fossem considerados bons pelas respetivas comunidades educativas. E muitos têm sido os esforços nesse sentido nas últimas décadas. Foram criados cursos superiores de formação de professores para o ensino básico e secundário nas diferentes áreas. A formação contínua tem merecido uma especial atenção e o trabalho colaborativo ao nível das escolas é, atualmente, uma realidade.

Esta perceção geral foi confirmada num estudo da Fundação Belmiro de Azevedo, intitulado “O impacto do professor nas aprendizagens do aluno – Estimativas para Portugal”. Foi a primeira vez que se realizou um trabalho deste tipo no País e as conclusões foram apresentadas recentemente. Trata-se de uma investigação de grande atualidade, dada a necessidade que Portugal tem de formar um elevado número de novos professores, para substituir os muitos que se irão aposentar nos próximos anos. Os resultados criam uma excelente oportunidade para analisar e debater as competências de um bom professor e o seu estatuto social.

O professor tem de ser capaz de se adaptar e inovar para dar resposta às necessidades de formação dos jovens, indo ao encontro dos novos desafios económicos e sociais, que implicam uma melhor distribuição da riqueza e um desenvolvimento harmonioso e sustentável. As capacidades desenvolvidas no âmbito do sistema de ensino devem ter em conta a escassez dos recursos naturais e a necessidade de se caminhar para uma economia verde e digital, a fim de garantir um futuro de bem-estar às próximas gerações. Isto implica uma mudança profunda na forma de seleção dos futuros professores do ensino não superior, assim como na sua formação inicial.

As novas exigências que a sociedade faz ao professor e à escola nestes níveis de ensino mostram que para ser bom nesta profissão não basta a frequência, com aproveitamento, de um curso de formação específica. Antes dessa etapa, é indispensável obter informação sobre as aptidões do candidato à profissão, para garantir que obterá as competências necessárias. Acresce que, mais experiência e antiguidade na carreira não conferem, por si só, um maior valor acrescentado ao docente, o que reforça a necessidade de uma prova de aptidão para o exercício da profissão. Fazer a seleção recorrendo apenas à classificação final do ensino secundário, por mais alta que seja, não assegura um futuro professor de qualidade.

O debate sobre esta temática é urgente e deverá ainda concluir se a formação inicial do professor do ensino básico e secundário deve ser vista como uma especialização após a conclusão de uma licenciatura adequada, à semelhança do que se verifica com a formação dos juízes, ou continuar a ser obtida através de um curso superior específico, nos moldes atuais. Um dos objetivos que se pretende atingir é que todos os docentes tenham um efeito na aprendizagem dos alunos idêntico ao que atualmente os professores considerados excelentes conseguem gerar. Segundo o estudo anteriormente referido, nestas condições teria lugar uma redução significativa na percentagem de alunos com classificação negativa e um grande aumento nas classificações mais elevadas.

O professor destes níveis de ensino desempenha um papel vital nas sociedades contemporâneas. Contudo, a sua imagem no presente não corresponde à sua elevada importância social. Basta referir que o vencimento no final da carreira é inferior ao de um estagiário da magistratura judicial. Uma seleção e formação nos termos indicados, recorrendo à experiência acumulada dos melhores, implicariam, no futuro, um incremento na qualidade dos docentes – que já é boa no contexto atual -, levando, inevitavelmente, a um maior reconhecimento social e ao aumento do seu prestígio e estatuto.

O País para enfrentar a revolução digital e ganhar o futuro precisa de acelerar este tipo de mudanças no corpo docente, bem como o seu rejuvenescimento através de um programa de pré-reformas.

JFS in Diário de Viseu

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15 comentários

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    • Luís Ricardo on 6 de Julho de 2021 at 16:04
    • Responder

    O que é isso de “bons professores”? São aqueles que nós gostamos, ou são aqueles que cumprem os critérios da ADD? Ou será que são aqueles que não sabem o que estão a ensinar mas são supersimpáticos e prestáveis? Ou serão aqueles…

    • Mirtha on 6 de Julho de 2021 at 16:07
    • Responder

    Uns botam abaixo, outro bajulam… ninguém resolve seriamente as questões de fundo da nossa profissão!

    • Carlos Manuel Moreira on 6 de Julho de 2021 at 16:24
    • Responder

    Mais um a opinar sobre a educação!, sem nada saber sobre o assunto provavelmente…

    • Malaquias on 6 de Julho de 2021 at 19:54
    • Responder

    Só crânios a opinarem. Esquecem-se de que os velhotes foram aqueles que vos desemburraram. Os mais velhos querem é ir embora.


  1. Sim , o pais precisa de bons professores, bons médicos, bons engenheiros, bons economistas, bons jornalistas, bons políticos, enfim, bons cidadãos.
    Só não percebo o ênfase dado a professores.
    Pena que não o façam oara realçar as condições de trabslho ou os salários.
    ,

    • Vai estudar on 6 de Julho de 2021 at 20:10
    • Responder

    Escreves tão mal. INTRETEM ?
    Já enviaste este comentário meia dúzia de vezes e ainda não deste pelos mesmos erros

      • Catar Piolhos on 6 de Julho de 2021 at 20:57
      • Responder

      É só isso que tens a dizer?

      Também tiveste EXCELENTE na ADD?

      Parabéns!… és um Bom professor da Latrina Publica.

      • Sardao pró manês on 6 de Julho de 2021 at 21:01
      • Responder

      O “intretem” dele é a sardoaria que dela não prescinde nem de noite nem de dia! É o manês, o Karamba Pintelko, que só posta javardice.

    • Sardão para o manês Karamba on 6 de Julho de 2021 at 20:55
    • Responder

    O Karamba Pintelko já teve sardoaria hoje. De tão contente de andar entalado, até anda aos pulos a postar as suas posta de pescada!

    • adelino martins on 6 de Julho de 2021 at 21:20
    • Responder

    Será que alguém me pode ajudar?
    Um coordenador de estabelecimento que requereu avaliação geral e , por isso, é avaliado pelo respetivo coordenador de departamento curricular, passa a integrar o universo geral ou permanece no universo dos coordenadores?
    Adelino Martins


  2. E pronto, cá vem mais um com os bons professores, os professores eficazes, os professores de missão, os melhores professores e mais os excelentes professores e mais os professores meritocráticos, os professores de Valor Acrescentado (VAP) e ainda os professores Felizes..

    Depois dos rankings, esta coisa tomou a dimensão dum tsunami.
    Às tantas, a gente já começa a pensar- mas estão a falar de bons professores e boas professoras ou de professores muito bons e professoras muito boas?
    Um critério/variável a ter em conta na futura contratação de docentes, já que a motivação para a aprendizagem ficava 80% garantida. E quando me perguntarem se sou uma boa professora passo a responder – é tão evidente quanto eu ser muito boa…

    • Especialista em Palermas on 7 de Julho de 2021 at 0:33
    • Responder

    Tu é que metes nojo! Palerma, ignorante, maledicente e cobarde! Foi isso que o colégio te ensinou?

    • Alecrom on 7 de Julho de 2021 at 10:01
    • Responder

    “Fazer a seleção recorrendo apenas à classificação final do ensino secundário, por mais alta que seja, não assegura um futuro professor de qualidade.”

    Mais um que descolou da realidade, lol.

    Por mais alta que seja?

    Por mais baixa que seja!

      • Sandra on 8 de Julho de 2021 at 9:53
      • Responder

      Alecrom, tens toda a razão! Geralmente, esse costuma ser o argumento de quem não consegue melhores classificações e recorre ao subterfúgio de enxovalhar quem é melhor. A fábula da raposa que, por não chegar às uvas, diz que estão verdes ilustra bem essa mentalidade mesquinha.
      Certa vez, uma aluna dos profissionais disse-me “O que é que um doutor tem a mais do que eu? É como eu, nem mais!” Eu respondi-lhe que não utilizasse esse comentário por só mostrar frustração dela. Disse-lhe também para deixar esse comentário para quem fosse “doutor” e quisesse mostrar alguma modéstia! desde então, mudou de atitude e como se dizia por lá “baixou a bolinha”…

    • João on 7 de Julho de 2021 at 11:00
    • Responder

    Tratam os professores como se fossem um restaurante ou uma refeição – ” é difícil de definir, mas todos sabemos reconhecer…”
    Não vejo mais nenhuma classe a sujeitar-se a este tipo de considerações. É verdadeiramente humilhante.

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