Excelentíssimos Senhores,
Face ao incompreensível silêncio por parte do Ministério da Educação relativamente ao processo de avaliação, matéria que tem sido tão entronizada nos últimos anos, de um período em que tudo indica que se reduzirá a três semanas de aulas presenciais, é expectável que os professores se sintam profundamente preocupados com as tremendas dificuldades que uma avaliação à distância comporta.
Atendendo a que presidem a organizações e instituições com responsabilidades no âmbito das políticas educativas, e atendendo também à situação extraordinária (não lhe chamamos atípica) que estamos a viver, com seriíssimas implicações no processo de ensino-aprendizagem, vimos, na qualidade de professores do ensino secundário, com carreiras profissionais já longas, transmitir as nossas profundas preocupações, senão angústias, relativamente ao processo de avaliação dos alunos no segundo período, quando se afigura uma situação de confinamento, no mínimo, até à interrupção da Páscoa.
Quanto às aulas à distância, nada temos a dizer, não só porque não existe outra alternativa, mas porque francamente consideramos que podem funcionar com considerável eficácia, desde que haja colaboração e disponibilidade dos alunos, o que nem sempre acontece, e que todos possam dispor das tecnologias e outras condições exigidas para o efeito. Mas a questão da avaliação coloca problemas muito sérios, como todos nós sabemos, salvo aqueles que teimam em achar “que o rei não vai nu”. Efetivamente, e sem entrar em pormenores, tanto desnecessários quanto óbvios, uma avaliação feita por plataformas, por mais sofisticadas que sejam, abre sempre muitas possibilidades de fraudes que, cada vez mais comentadas por pais e encarregados de educação e por muitos outros da esfera pública, até por setores que não se situam no âmbito do ensino, mas que têm de recorrer e estas ferramentas , constituem um atentado muito grave à equidade e rigor que deve escrupulosamente nortear o processo de avaliação, princípios que serão ainda mais atingidos se pensarmos na discricionariedade de critérios de avaliação que variam de escola para escola.
Poupando- vos a delongas que envolvem toda esta situação tão precária e melindrosa e que tão bem conhecem, sobretudo potenciadora do fosso social que já é tão preocupante e que tão demagogicamente é invocado, parece-nos que seria oportuno sugerir-vos uma reflexão sobre a pertinência de se encontrar uma alternativa à avaliação neste segundo período, transformando os dois períodos num semestre, situação que já existe em muitas escolas, portanto nada de inédito, e que permitiria não só uma lecionação mais tranquila, mas sobretudo uma avaliação mais justa e transparente, tanto mais que o calendário escolar foi prolongado.
Cientes de que o destinatário deste comunicado deveria ser um órgão deliberativo, parece-nos que outros há com o dever de refletir e questionar esta situação. Agradecíamos que ponderassem uma intervenção neste domínio.
Com os mais respeitosos cumprimentos.
Um grupo de docentes da Escola Secundária Martins Sarmento,
António João Leite de Castro
Helena Sofia Barroso Nogueira Ribeiro de Carvalho
Glória Manuela de Freitas Machado
Maria da Conceição Freitas Ferreira
José Manuel de Magalhães Teixeira
Manuela da Conceição Ferreira da Costa
Carmen da Soledade de Castro Anjos
Maria do Rosário Novais de Almeida
Manuel Fonseca Fontão
Ana Amélia Mota Guimarães
Maria da Graça de Sousa Meneses Pacheco
Maria de Fátima Fernandes Rodrigues Caldas
Fernando Paulo de Mota Pinto dos Santos
Paulo Jorge Ribeiro Menezes
8 comentários
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Quem são os senhores????
Não sabem avaliar sem testes sumativos???
FAÇAM ACÇÕES DE FORMAÇÃO………..
Vocês só querem destabilizar, arranjar problemas………..
Quase todo o processo avaliativo online (testes, trabalhos e participação) carece de fidelidade, equidade , ou seja, justiça.
Vai ler sobre triangulação da avaliação. Faz formação, parece-me muito urgente.
Aproveita e tira dúvidas sobre conceitos como justiça e equidade porque não são a mesma coisa.
Olá, Rosinha! Deves ser o troll destas coisas, paga com os nossos impostos. Serás, porventura, o próprio ME travestido num “homem barbudo e viril [?]” que, ao pequeno almoço, come sílabas que fazem falta ao Português funcional e que, depois, atrapalha o normal desenvolvimento das perguntas e respostas, tipo, baralha e volta a dar…
Rosinha, minha maluca e troll e tudo o mais! Olha, por favor, a medicamentação do teu médico de serviço, pois que, ao que me parece, os subscritores deste panfleto estão apenas preocupados com questões básicas e sublimes, como por exemplo, a equidade avaliativa, o sentimento de justiça universal no que concerne a questão avaliativa, a fiabilidade do produto, o decoro.
Rosinha, leva, por favor, a mensagem a quem de direito. Ao ME… especular! E fica bem, RosinhO!
Alunos do Secundário pedem a explicadores para os ajudarem durante os testes online.
Usam tablets, smartphones ou abrem aplicação no PC.
Ou seja quem tem €€€ para explicadores tem os testes feitos.
Até que enfim que alguém fala do principal problema do E@D: os diversos instrumentos e formas de avaliação. Concordo perfeitamente, neste caso, com a semestralidade da avaliação.
Os professores recolhem os elementos de avaliação mais fiáveis ao longo do período de E@D, havendo testes no espaço de tempo presencial.
Bastavam simples leituras para a questão nem
Se colocar. Tanta ignorância na escola. Tanta falta de formação, tanta gente que não tem a mínima ideia do que é educação; do que é avaliação e diferenciá-la entre avaliação dos programas e a avaliação das aprendizagem. Ler um pouco sobre o tema, por exemplo prof . Domingos Fernandes.
Por favor Rosa Cabaço, foi logo citar o mais leigo de todos. O mestrado e o doutoramento nos EUA não versou nada disso. O projeto MAIA serviu unicamente para sugar o montante que o POCH e a FCT tinha para o efeito. Daqui a nada ainda faz referência ao CIIE e respetivo OBVIE da UP encabeçada pela medíocre Ariana Cosme.