Se escolas fecharem, mais se reduz a transmissão
Uma certeza: se nada for feito relativamente às escolas, “mantendo-se o valor do R [que determina a transmissibilidade do vírus], o número de hospitalizações e de casos vai aumentar de forma exponencial”, explicou Baltazar Nunes na reunião do Infarmed, a partir de uma modelação que foi realizada pela Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa e pela Universidade de Trás-os-Montes.
Os investigadores ponderaram três cenários: as escolas manterem-se abertas com um nível de contactos igual ao período pré-pandemia; outro em que se impõem o ensino a distância a partir dos 15 anos; e o último, em que todas as escolas são fechadas e se reduzem “todos os contactos associados às escolas”.
Segundo Baltazar Nunes, “se implementarmos medidas por um período de duas semanas, aparentemente passado esse período, o R volta a apróximar-se de 1 em todos os cenários — exceto no fecho das escolas, que tem maior efeito prolongado no tempo. Se for por um mês, há uma redução mais generalizada em todos os cenários”, explicou o especialista. Ainda que, disse, “é claro que, quanto maior for o confinamento maior, será a redução da transmissão.”
E se se fechar a transmissão noutros locais, mantendo as escolas abertas, “observa-se o valor do R abaixo de 1, mas não é tão pronunciada como se estas fecharem.”
A conclusão do especialista da Escola Nacional de Saúde Pública foi apresentada na reunião que junta peritos e responsáveis políticos nacionais (incluindo os candidatos presidenciais) numa reunião no Infarmed na manhã desta terça-feira, 12 de janeiro.