A discriminação dos alunos portugueses no sistema de ensino do Luxemburgo

Ser português ainda traz consigo uma carga negativa em alguns países europeus. A discriminação, não assumida, ainda existe, mesmo que tal seja condenado por tudo e por todos em público. Não será só no Luxemburgo. O estigma de ser estrangeiro, mesmo tendo nascido no país, é uma realidade por essa Europa fora com origens nos anos 60, quando a procura por melhores condições de vida levou milhares de portugueses, a salto, para fora do país e que se foi prolongando nas décadas seguintes.

Parece que só somos bons lá fora se nos “educarmos” cá dentro…

“Se não és bom a alemão e tens Pereira no apelido, vais diretamente para o técnico”

“Se não és bom a alemão e tens Pereira no apelido, vais diretamente para o técnico, ou outra via, não és encaminhado para o ensino clássico”, reconhece Carlos Pato, secretário-geral do Sindicato dos Professores no Estrangeiro e professor há 48 anos, atualmente a lecionar na Universidade do Luxemburgo.

Para este dirigente a discriminação dos professores para com os alunos com apelidos portugueses e de outras nacionalidades emigrantes ainda continua a existir, achando que como não dominam corretamente o alemão não conseguirão concluir com sucesso o ensino clássico. “Não faz sentido ser um professor a decidir o futuro escolar e de vida de um aluno de 13 ou 14 anos”, vinca Carlos Pato. O correto seria “existir um exame no final do fundamental” para avaliar se o aluno iria para o clássico, técnico ou modular.

Embora esta decisão seja tomada pelo docente em conjunto com os pais do aluno, Carlos Pato alerta que os pais até podem não concordar, mas aceitam o que dita o professor “por medo de represálias” sobre os filhos. “Mesmo professores experientes podem ser influenciados involuntariamente por atitudes preconcebidas sobre a etnia dos alunos”, realça um estudo da Universidade do Luxemburgo, realizado em 2016, sobre a decisão dos professores na transição do aluno para o ensino clássico ou técnico.

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2 comentários


  1. Obrigado

    • Phill on 8 de Outubro de 2020 at 23:18
    • Responder

    Ensino técnico?

    Mas qual a diferença? Eu fiz secundário técnico, licenciatura em politécnico, mestrado na universidade, e, por fim, tive um doutoramento com distinção e louvor.

    o preconceito está na formação técnica, que pode ter tanto ou mais qualidade (tendo em vista a prática, que um ensino dito regular.

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