Sobre o plano de renovação da classe Docente

 

A escola aos novos. Nunca é cedo para ensinar

Os professores portugueses estão envelhecidos e são precisas medidas para a “passagem de testemunho” aos mais novos. o Governo aposta no programa de pré-reforma da função pública: os critérios estão “definidos” e o “projeto-piloto na Educação pronto para avançar”

João Dantas é professor desde os 18 anos. “Comecei em 1978 ou 79. Eram outros tempos. Havia poucos professores com formação universitária.” Ensinou Educação Visual e Tecnológica e aos 22 anos já fazia parte da direção de uma escola. Mais tarde trabalhou na Direção Regional de Educação do Norte, colocou centenas de colegas em concursos, tirou mestrado em Administração Escolar. Hoje, aos 62 anos, tem a seu cargo o Agrupamento de Escolas D. Maria II, em Braga, composto por dez escolas onde ensinam cerca de 350 professores. “Não tenho professores com menos de 30 anos, e um terço tem mais de 60 anos. O ensino está hoje num período de retração, com uma grande parte dos professores em fim de carreira e menos alunos”, explica.

Em fevereiro, o Expresso alertou para dados de um relatório do Conselho Nacional de Educação que concluiu que “52 mil dos 90 mil docentes dos quadros de escola (58%) vão reformar-se até 2030”. Este desequilíbrio geracional traz vários problemas para o ensino nacional. “A idade mais avançada dos professores até pode ser uma vantagem, pela experiência acumulada e maturidade. [Mas] torna-se problemática quando é predominante nas equipas e quando é necessário implementar mudanças e ensaiar novas respostas políticas, como a [recente] política de autonomia e flexibilidade curricular”, sublinha ao Expresso Sandra Mateus, investigadora do ISCTE na área de Sociologia da Educação.

 

 

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32 comentários

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    • elogio on 1 de Agosto de 2020 at 15:57
    • Responder

    E é, seguramente, um dos Diretores mais humanos, justos e corretos que já conheci.

      • Roberto Paulo on 1 de Agosto de 2020 at 16:21
      • Responder

      Ou seja, os mais velhos resistem mais às palermices governamentais.

        • Atento on 2 de Agosto de 2020 at 18:15
        • Responder

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        Com que então!!!!!…..o programa de pre-reformas está pronto!…..ehehheheheh

        Dá-me vontade de rir …… só se forem pré-reformas de miséria……..país miserável……

        Portugal é um dos países mais pobres da Europa …digamos que é o 4º a partir do fim da tabela e, dentro em breve, será o ultimo (o lanterna vermelha)….Vergonha!…..

        Existem 15 Milhões de portugueses…..10 Milhões cá dentro do país e 5 Milhões Emigrados….isto não ocorre por acaso…..isto acontece porque vivemos num país que é muito bonito mas Miserável….salarios miseraveis….reformas miseraveis….desemprego…..20% de pobreza……..atraso….um NOJO…..

        É um país de RESIGNADOS (aqueles que cá vivem, ou seja, aqueles que não tiveram a ousadia de EMIGRAR) e que simultaneamente resistem com salarios de 600, 700, 800 euros por mês………..

        Agora dizem que vão dar pre-reformas a professores….será para rir???????? ou para chorar??????

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          • Maria Maia on 3 de Agosto de 2020 at 12:10

          Na verdade não compreendo este artigo. Ou seja está provado que os mais velhos resistem mais as mudanças políticas e a inovacao!? Que engraçado. A experiência que tenho é que os mais novos no geral querem aprender com os mais velhos. O que aqui está em causa é uma mistura de senso comum e generalizações todos: que a idade da reforma foi porolongada e atingiu esta geração de professores, e uma verdade; que o sistema de ensino está como está por causa dos mais velhos, e uma mentira; que é fácil fazer passar a mensagem que segrega os mais velhos numa sociedade tecnologia da em que saber mecher num telemóvel e gostar de redes sociais é um indicador de sabedoria, também é verdade. A menina do ISCTE deve ser muito nova para compreender isso. Beijinho


    1. Subscrevo o seu elogio.
      Sou professora no referido agrupamento pelo que agracio o Nosso Diretor.

        • Ah pois é! on 1 de Agosto de 2020 at 17:32
        • Responder

        … ouvi-lhe nada em relação aos professores que com idade próxima à dele se reformarão no sexto ou, na melhor das hipóteses, no sétimo escalão, só porque estudaram, fizeram uma licenciatura, mesmo!
        O que significa? Que se reformarão com bem menos de 50% do que esse senhor ganha e vai ter de reforma.
        Mandar os professores para reformas de miséria, não obrigado sr diretor humano.
        Nota: os “escovas” Posicionam-se logo para o “xalente”.

          • maria on 1 de Agosto de 2020 at 17:46

          Pois. Um professor dos trabalhos manuais ( não de EVT, como diz), com o antigo 5º ano, a quem a absurda ” carreira única” estendeu o tapete. Os “colegas” que tiveram a infeliz ideia de fazer o secundário e tirar uma licenciatura das sérias ficaram a ver navios ouvindo um “não estudasses ,pá “. Mundo ladrão!!!

          • Maria Carolina on 1 de Agosto de 2020 at 18:47

          E pode incluir no pacote os antigos professores primários. Acabavam o magistério (os bons) com 17 anos, pois era o 5.º ano do comércio e mais 2 de magistério. Tinham que esperar pelos 18 anos para começar a trabalhar. Chegados aos 52 anos, reforma. Os outros professores primários ainda no ativo que tem que lecionar até aos 66, até alucinam.
          PS – agora diz-se professor de 1.º ciclo, pois alguns ficam com o fígado estragado se forem tratados como professores primários.

          • Fernando, el peligroso de las verdades. on 1 de Agosto de 2020 at 19:40

          Muito bem, tudo o que foi dito dis professores primários.
          Mas… e sobre as Babás, que também tiveram direito a entrar na carreira única?

        • apenas professor on 1 de Agosto de 2020 at 22:09
        • Responder

        A resposta é para a maria que fala do que não sabe. Há professores de trabalhos manuais como lhe chamou, como o que fala na notícia, que não pararam por aí e continuaram a sua formação. Tiraram 2 licenciaturas de 5 anos, 2 mestrados de 2 anos, ou seja, não pararam! É só o caso do Diretor do D.Maria II, mas que como não tem a mania de serem grandes e não precisam de andar a dizer que tiraram mais formação para além daquela que lhes permitiu iniciar a sua carreira de professor. Na verdade o Dantas, não precisa mostrar que é grande para ser grande, porque defende o seu corpo docente e não docente, com garras e dentes.

          • Luís on 2 de Agosto de 2020 at 12:15

          Se trabalhasse, desse aulas, mesmo, não teria tido tempo para a realização da formação que refere.
          Nunca corrigiu um teste, nunca preparou uma aula…
          De tacho em tacho desde os 22 anos foi uma festa!!!!!! Assim já devia ter dois doutoramentos..

          • apenas professor e contratado on 2 de Agosto de 2020 at 14:06

          Mais, quando começou a dar aulas não tinha o antigo 5º ano como refere a maria. Já tinha o ensino secundário completo. A seguir, já a trabalhar, fez a primeira licenciatura, na área da Educação Visual e, de seguida o respetivo mestrado, que na época era, muito inovador. E assim, continuou. Por isso, as marias deste país antes de falarem, deveriam saber do que falam. Quanto ao Luís fique sabendo que deu aulas, durante o percurso que foi tendo, pois aos 22 anos pertencia a uma direção, mas não era diretor. Posteriormente, quando saiu da Direção Regional, voltou à sua escola para dar aulas. Era um excelente professor, reconhecido pelos alunos, colegas e pais. Agora, é um bom diretor.

    • Fernando, el peligroso de las verdades. on 1 de Agosto de 2020 at 17:53
    • Responder

    He.. hee…, esta Sandra Mateus vai levar umas reguadas da reitora lá da sua escola, qusndo a reitora ler o seu trabalho!

    • Matilde on 1 de Agosto de 2020 at 18:50
    • Responder

    “A idade mais avançada dos professores até pode ser uma vantagem, pela experiência acumulada e maturidade. [Mas] torna-se problemática quando é predominante nas equipas e quando é necessário implementar mudanças e ensaiar novas respostas políticas…”

    Talvez a resistência desses professores mais velhos se deva ao facto de se sentirem mais seguros para, com maior despudor e frontalidade, assumirem as suas convicções e contrariarem essas “respostas políticas”…

    E talvez não seja por serem “do contra”, mas antes por percepcionarem a inutilidade dessas mesmas respostas e não terem tanto receio de eventuais “represálias” que, a existirem, já não poderão ser muito significativas nem terão grande impacto nas suas carreiras… Afinal, o que têm eles a perder? Talvez muito pouco ou nada… Com carreiras praticamente concluídas está-se muito menos dependente das hierarquias, quer elas o queiram ou não…

    • Falcão on 1 de Agosto de 2020 at 23:17
    • Responder

    Não vou alinhar em qualquer neo manifesto Anti-Dantas 🙂 e tb me parece mal que, por se fazer um elogio, se seja logo rotulado como engraxador. Não conheço o colega, não vou opinar, a não ser que, por mim, não haveria Diretores, mas sim Conselhos Diretivos eleitos em lista de docentes e por todos os docentes.

    Mas… mas… que é bem verdade que muitos professores primários/1º ciclo, se reformaram no topo da carreira aos 52 anos, lá isso é! E que isso é um bocadinho escandaloso, sobretudo considerando que muitos o conseguiram há não mais de 10 anos e não no no século passado, lá isso é!

    Mas… são tantas as injustiças na carreira docente que nem vale muito a pena estarmos a apontar o dedo uns aos outros. Devíamos mesmo era exigir a reposição dos anos que nos roubaram, e equidade com os colegas dos arquipélagos, não só no tempo de serviço, mas também nas leis de proteção de parentalidade nos concursos, mobilidade interna, regresso da lei dos cônjuges, etc. etc. Temos é de lutar pela melhoria das condições para todos e não andar sempre a lamentar o passado!

    • Alexandre Oliveira on 1 de Agosto de 2020 at 23:33
    • Responder

    Muito bem! Gostei do que li. Algo me dizia que tinhas coragem e perfil para desempenhares correctamente a função de director não só no actual agrupamento mas também em Lamaçães, e ontem à tarde comentava isso com uma colega, quando vocês estavam na esplanada do Peninsular. Muita força e um abraço para o Vasco.


    1. …a quota de excelentes já esgotou…


  1. Tanto fel! Sinto vergonha alheia.

      • António Araújo on 2 de Agosto de 2020 at 13:03
      • Responder

      Queria vê-los em eleições.
      Os mais inteligentes nem se candidatariam…com vergonha do resultado.
      Agora é fácil, eternizam-se no tacho através de uma sessão esotérica, onde apenas têm lugar os lambe-botas, a que chamam CG.
      Só por curiosidade, façam um estudo, quantos professores do CG já foram pagos com avaliações de muito bom ou excelente…
      Terão sido 20% ou 5%…?
      Ah!Ah!Ah!

        • Alexandre on 2 de Agosto de 2020 at 13:28
        • Responder

        Colocastes o dedo na ferida.

    • maria on 2 de Agosto de 2020 at 13:36
    • Responder

    Esses patuscos “professores” dos trabalhos manuais – com o 5º ano das escolas técnicas ( rudimentares carpinteiros , ferreiros ou electricistas ) – hoje não seriam admitidos como simples empregados auxiliares por não possuírem a escolaridade exigida. Contudo, podem ser directores !!! Como se fossem professores ! E ultrapassando os “colegas” com formação universitária, via carreira única e mais tempo de “serviço” !

    E esta, ehim ? O nosso ensino no seu melhor…

      • elogio on 2 de Agosto de 2020 at 15:00
      • Responder

      O colega em questão tem a licenciatura e o mestrado tirado logo de seguida, por isso a maria não sabe do que fala. Mais, não tinha o 5º ano quando iniciou a sua função de professor. Mania de se falar do que não se sabe.

      • elogio on 2 de Agosto de 2020 at 15:02
      • Responder

      Quando iniciou estava já no 1º ano da universidade e não havia professores.

    • José Gonzalez on 2 de Agosto de 2020 at 14:47
    • Responder

    Os professores são assim sempre… é triste… é por esta falta de união que estamos assim deixem de se atacar uns aos outros…assim nao vamos lá…tenham juízo colegas JG

    • Fernando, el peligroso de las verdades. on 2 de Agosto de 2020 at 15:58
    • Responder

    Claro, então não é de haver isso, quando puseram Babá e primários na carreira única. E única no mundo. Diga-me um país (mesmo do 3 e 4 mundo…) que tenha uma carreira em que uma Babá ganhe o mesmo que ym profesdir do secundário?


  2. Só para recordar o Fernando que não tem nada de perigoso e como nãda sabe mente sem saber que está a mentir. O vrdadeiro professor foi, é e será sempre o professor primário. Ele é oúnico que detem o saber de todas as matérias ensinadas ao aluno, enquanto o sapiente do professor do secundário apenas domina o saber da sua disciplina, o que quer dizer que sabe menos que qualquer dos seus alunos. Lembro que com este comentário apenas quero recordar o Fernando mentiroso porque não sabe que está amentir, por não saber nada.

      • Matilde on 2 de Agosto de 2020 at 21:03
      • Responder

      “Ele é oúnico que detem o saber de todas as matérias ensinadas ao aluno, enquanto o sapiente do professor do secundário apenas domina o saber da sua disciplina, o que quer dizer que sabe menos que qualquer dos seus alunos.”

      Convinha que tivesse a noção das barbaridades que afirma e, igualmente, do ridículo… 🙂

    • Amorim on 2 de Agosto de 2020 at 19:26
    • Responder

    Como é possível rejuvenescer a classe docente se o governo e sindicatos incentivam a entrada no público de professores dos colégios com idades de 55 ou mais anos? Permitiram há 5 anos a entrada massiva de professores dos colégios com 55 ou 60 anos, com tempo de serviço nos colégio de 20 ou 25 anos(alguns com tempo de serviço manhoso), que toda a vida trabalharam no ensino privado e que agora basta fazer 365 dias de serviço no público e logo passam para 2º prioridade, a seguir efetivam ultrapassando injustamente muitos colegas do público com 15 ou mais anos de serviço. O problema dos professores do colégios que saltam para 2º prioridade e depois para os quadros deriva dos lobby “amarelo” , ME e sindicatos aceitaram isso em 2017 , logo nessa altura percebi o objetivo, prejudicar os “idiotas” do público que percorrem o pais a 300 a 400 km. Tentem concorrer para um lugar de Técnico superior numa câmara com 15 anos experiência numa empresa de topo no privado na mesma função, o tempo para concurso na autarquia conta zero. Não faz sentido dois pesos e duas medidas….

      • Fernando on 2 de Agosto de 2020 at 23:05
      • Responder

      A passagem dos professores dos colégios para a carreira pública foi a maior afronta à dignidade de uma classe que sempre andou ao sabor de (pseudo) reformas e contra-reformas. Quantos professores, depois de se terem sujeitado a vidas miseráveis de milhares de km , rendas de casa a dobrar, ansiedade e depressão que muitas vezes degenerou em divórcio… foram ultrapassados pelos meninos e meninas dos colégios, que entraram por cunha e nunca se sacrificaram para nada. Indescritível.
      Foram os professores titulares, e agora os diretores autocráticos que protegem quem lhes lambe as botas … e nem nos vale a perspetiva de reforma, quando vemos tantos e tantos que estão casa com o ordenado por inteiro com quase menos 10 anos.
      A educação em Portugal é uma palhaçada que faz doer muito a alguns.

    • Pirilau on 3 de Agosto de 2020 at 0:24
    • Responder

    O meu orgulho por ser analfabeto tem aumentado exponencialmente.

    • Tiago on 3 de Agosto de 2020 at 23:29
    • Responder

    O projeto de autonomia e flexibilidade pode ser aplicado por professores com e sem experiência. Os primeiros têm mais sentido crítico, conseguem discernir o que há de novidade e conjugar as novas possibilidades com a experiência acumulada. Os docentes mais novos revelam voluntarismo, capacidade de trabalho continuo e em grupo. O equilíbrio entre os dois padrões é importante para o ensino.
    O projeto de flexibilidade não constitui uma novidade na sua aplicação porque a distância entre a teoria e a prática não possibilitam mudanças significativas.


  3. Doi, não doi? Cara Matilde… Era para apenas responder ao fala barato e mentiras do Fernando. Mas o que é certo é que desde o ano de 1978 que todos os cursos de que falam em relação a babás e prof primários, tinham que ter o antigo étimo no dos liceus, ou segundo ano do curso complementar dos liceus, hoj o ensino secundário com+leto. Mais 3 anos de uma escola superior de educação para ficarem generalistas a que se acrecentava mais um para o caso de ir dar aulas até ao atual sxto nao. Logo a formação dos professores do atual secundário, com a agravante de não haver otas de frequência. Era passar num exme puro e duro.
    Doi, não doi?

    Lig

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