Manuais digitais vão avançar em dez escolas, diz Governo
No arranque do próximo ano letivo, em setembro, o Governo irá avançar com manuais escolares digitais em dez escolas, em diferentes contextos geográficos, adiantou à Renascença o secretário de Estado da Educação, João Costa.
“Queremos fazer uma transição que não é experimentalista e que foi preparada com uma capacitação para aquilo que podem ser os obstáculos”, explica o secretário de Estado da Educação. João Costa sublinha ainda que se poderá tentar uma desmaterialização dos manuais já em setembro, “para servirem também um pouco de tubo de ensaio para a escalagem para todos os agrupamentos de uma forma progressiva”.
O objetivo, segundo o responsável, é alcançar resultados o mais positivos possível, porque, como diz, se, por exemplo, “o próprio professor não conseguir explorar amplamente as capacidades dos recursos digitais, eles podem ser ou relativamente inúteis ou, até, não serem um bom substituto do papel”. As dez escolas constam de uma lista que João Costa refere que “ainda não está fechada”, mas que terá “diferentes contextos geográficos, diferentes cenários socioeconómicos de implantação da própria escola”.
7 comentários
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Os manuais digitais são óptimos para que os vende.
Para estudar, para aprender novos temas, para desenvolver uma capacidade de memorização e localização no espaço de vários conceitos, não o são.
Mas enfim: estamos no época dos novos Bárbaros, que adoram manipular o conhecimento e retorcer a verdade, até que a Ignorância e a Mentira se tornem, ao modo do duplipensar e da novilíngua em “1984”, no Conhecimento e na Verdade.
https://hechingerreport.org/textbook-dilemma-digital-paper/
«“If I’m only trying to learn something that’s going to be covered on a test and the test is shallow in nature, then [digital] is just fine.” If, on the other hand, you hope to dive in deeply and gather imperishable pearls, spring for the book.»
Quando o hardware avariar quero ver tudo aos saltos gritando que não tem manual. E não é preciso esperar muito…
Depois a leitura no digital, se não for num e-reader , é muito diferente da leitura em papel. No digital duas páginas A4 já é demais para assimulação de conteúdo.
Depois vem as doenças de coluna, articulações e visão… É só rir estes progressistas da treta. Manuais PARA ESTUDAR é muito mau ser digital.
O Digital já basta para o dia a dia sem ser estudo.
Ps- sou de eng. Informática
E andar com a mochila cheia de livros pesados, faz melhor à coluna e articulações?
Como se vê por décadas de mochilada, é só coxos e marrecos em Portugal!
Lamentável a todos os níveis… Não faltam estudos … são mesmo muitos, a atestar da perniciosidade dos uso de écrans no desenvolvimento cognitivo… Poderíamos pensar dessa particularidade do polegar oponível e da relação entre desenvolvimento cognitivo e motricidade , etc, etc… Mas nada! A negociata e o deslumbramento com a quinquilharia digital colocam no poço a evidência científica! Ignoramos, inclusive, que a maquinaria biológica que temos se desenvolveu enquanto caçadores e recolectores e daí há consequências… Mas daí também nada! Estranhos tempos os que vivemos… ou talvez não… Apenas o claro sinal que, apesar de toda a verborreia inovadora e do mundo novo que surgirá das limalhas do Covid tudo continuará na mesma: ”business as usual”!
Já li o «paper» acima referido pelo comentador Mus há algum tempo e tendo a concordar com ele.
É certo que sou de outro tempo, mas, a título pessoal, não consigo sequer ler uma obra em formato digital (neste caso, estou como a professora-vedeta-que-não-lê Isa de seu nome), quanto mais estudar por zingarelhos! Esperemos que os ditos nativos digitais o sejam mesmo e tal resulte em benefício da sua aprendizagem, mas duvido.
Enfim, mais uma medida subordinada ao deslumbramento saloio e inconsequente de tudo o que é digital!
Numa palavra: desolador!