Se eles reivindicam, porque não reivindicamos nós?

No meiode tudo isto há quem tenha tido que comprar computar, receba faturas de internet bombásticas, esgote o plafom do telémovel…

Sindicato na Madeira quer subsídio para compensar professores pelo ensino a distância

O Sindicato dos Professores da Madeira (SPM) reivindicou hoje benefícios fiscais e um subsídio compensatório aos docentes por terem utilizado recursos pessoais no processo de ensino à distância (E@A), na sequência das medidas de contenção da covid-19.

“Este procedimento só vingou porque os professores colocaram à disposição os seus recursos pessoais, como o computador, a internet, o telemóvel, o seu espaço em casa”, disse o dirigente sindical Miguel Ganança, em conferência de imprensa, no Funchal.

O SPM apresentou hoje os resultados de um inquérito sobre o “ensino à distância em tempo de confinamento”, ao qual responderam 502 professores, num universo de 6.000 que lecionam na Região Autónoma da Madeira.

“Temos 98% dos professores que utilizaram o computador pessoal. Isto não pode voltar a acontecer no próximo ano letivo. Terá de ser com recursos disponibilizados pela tutela [Secretaria Regional da Educação]”, sublinhou Miguel Ganança.

O sindicato defende, por isso, a atribuição de benefícios fiscais em sede de IRS (Imposto Sobre o Rendimento Singular) ou de um subsídio específico compensatório referente a 2020, bem como o fornecimento, a partir do próximo ano letivo, de todos os “recursos imprescindíveis” ao ensino à distância.

“Este ensino à distância é viável, mas tem de ser repensado”, afirmou Miguel Ganança, considerando que “muito provavelmente” será necessário implementá-lo no próximo ano, devido a uma eventual segunda vaga de covid-19.

O inquérito aos professores revela, por outro lado, que o E@A é “muito mais exigente” para estes e “menos interessante” para os alunos, apontando também para desigualdades ao nível da aprendizagem, devido à falta de equipamentos ou à pouca preparação de muitos encarregados de educação.

“Isto significa que, para o futuro, temos de repensar o processo, temos de ter orientações muito mais claras por parte da tutela sobre as disciplinas e a avaliação”, disse Miguel Ganança.

 

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6 comentários

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    • jose martins on 28 de Maio de 2020 at 9:47
    • Responder

    Humm sempre a conversa de tanga
    Os professes devem sim reivindicar que no quadro das politicas de desenvolvimento digital que vão ser implementadas tenham acesso a licenças de software geral e de de aplicações específicas ( exemplo geometria descritiva ou contabilidade …) e à aquisição de equipamentos de forma controlada , mas a preços mais baixos e formas de pagamento aceitáveis. A primeira é muito fácil de ser concedida sobretudo a nível de licenças de Office Seria uma reivindicação perfeitamente aceitável por parte do governo, lógica e numa perspectiva de futuro- existem verbas que podem ser utilizadas, o governo fica bem vista e os sindicatos até podiam fingir que se preocupam .Estas reivindicações tinham pernas para andar. ( prontos sim seria um bocado o que fez o Sócrates)OK

    Outra coisa é o discurso do coitadinho OS funcionários públicos não foram vitimas financeiras do covid. poi mantiveram os rendimentos e não temos riscos de desemprego. Não tivemos deslocações e na maioria dos casos até se ganha mais, Por isso fazer pedidos em tempo de covid e por compensação de covid, é assim a modos que uma choradeira inútil e que até parece mal
    Já numa lógico de desenvolvimento da educação no futuro até fica bem o pedido

      • Roberto Paulo on 28 de Maio de 2020 at 17:02
      • Responder

      Ó caro Martins, então vamos imaginar esta cena: uma residência, dois pais professores, três filhos em idade estudantil.

      Estarei errado ao dizer que são necessário 5 aparelhómetros ou geringonças tecnológicas para que toda esta gente continue a sua vida? Crê que isto seja uma choradeira? Não me parece.

      Muitas câmaras e juntas de freguesia não ajudaram famílias/alunos carenciados, precisamente com a oferta (chamam-lhe empréstimo) de material informático?

      O ME não decidiu oferecer os manuais escolares a todos os alunos portugueses?

      Se fosse um mês ou dois, aceitaria que os professores comessem e calassem, mas já vamos em três e corremos o risco de ir para 4, 5, 6…

      Já agora, ó caro Martins, o que é isso do desenvolvimento da educação no futuro? É pôr os miúdos na Internet a fazer trabalhos de pesquisa da treta, que não passam de «copy-paste»? É passar uns PP para o professor ler? É passar uns vídeos onde fala uma terceira pessoa, a dizer o que normalmente diria o professor?

      Olhe, ó caro Martins, aconselho-te a leitura de um artigo que saiu recentemente no «Público» que chama a atenção para as alterações neurológicas produzidas pela computação, em detrimento do velho professor do século XIX a debitar matéria em aulas expositivas.

    • Arnesto on 28 de Maio de 2020 at 10:23
    • Responder

    Por acaso, o rapaz, nesta até acertou:
    plafom
    pla·fom |plàfõ|
    (francês plafond)
    substantivo masculino
    Limite máximo (ex.: plafom do cartão de crédito). = TECTO

    Palavras relacionadas: plafond, plafonar, plafonamento.

    “plafom”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/plafom [consultado em 28-05-2020].

    Agora, Ruizinho, estás bêbedo ou melhoraste no analfabetismo?
    Olha só isto:

    No “meiode” tudo isto há quem tenha tido que comprar “computar”, receba faturas de internet bombásticas, esgote o plafom do “telémovel”…

    Cada cavadela, sua minhoca, isto é, cada palavra, dois erros!
    O pior é que dizes ser professor…


  1. Qual é o prof que antes da pandemia não tinha pc? A sério? Não há uma reivindicação mais séria?
    Não comecem mas é a dizer que estão exaustos e a trabalhar 16h por dia não, e vão ver no que vai dar!

    • Kukamona on 28 de Maio de 2020 at 13:44
    • Responder

    Porque os nossos sindicatos são uns atados…


  2. Sim, antes da pandemia, os professores, no geral, já tinham PC, mas era apenas para preparação de aulas, não era para trabalhar a 100% com ele!!!!!! Alguns avariaram e quem é que pagou o arranjo????? O professor!!!! Conheço gente que está em casa em teletrabalho com computadores que trouxeram das empresas onde trabalham!!!!!! Não estão a utilizar os próprios!!!!!! esses estão guardadinhos para não avariar!!!!
    Por isso, acho justo esta reivindicação! E também concordo que, no próximo ano letivo, se repense isto tudo ( materiais informáticos, disponibilização de net, e tudo o que esta E@D implica, nomeadamente, a avaliação).

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